É trabalho e ponto

dezembro 05, 2015 Helô Righetto 7 Comentários

Eu sou uma pessoa realista. Tem quem fale que eu sou negativa, mas eu prefiro o termo realista mesmo. Ainda mais quando o assunto é trabalho. E ainda mais quando vejo por aí um monte de textões metidos a inspiradores (que na verdade prestam um grande desserviço) do tipo 'ame seu trabalho e você nunca ficará deprimido no domingo'. Ou, pior, 'ame o que faz e você não trabalhará um dia na sua vida'.

Eu acho exagerada demais essa cobrança que a gente tem que amar o que faz, que tem que achar um emprego sensacional. Já não basta ter que trabalhar e pagar conta? Posso achar apenas ok trabalhar e ficar mais feliz com o salário? Mas tudo bem, digamos que você realmente ama o seu trabalho (eu amo a minha casa, o meu marido, viajar, ver minhas amigas, vender meu guia, escrever no blog, comer bem, essas coisas assim que acontecem fora do escritório). Vai dizer que você tem a mesma felicidade no domingo a noite e na sexta feira a tarde? Não dá.

Esse lance de amar o trabalho pra não se sentir trabalhando é uma das coisas mais sem noção que eu já escutei (obviamente que não se aplica para os casos onde a pessoa abre seu próprio negócio transformando uma coisa que a faz muito feliz - tipo escrever um guia ou criar abelhas e produzir mel - em trabalho remunerado). Sim, claro que dá pra ter prazer no trabalho, se sentir feliz até quando alguém leva bolo pro escritório, por exemplo, mas cá entre nós: eu amo é o dinheiro no bolso e aposentadoria o mais rápido possível.


'Escolha uma especialidade que você ama e você jamais terá que trabalhar, porque essa área provavelmente não tem vaga de emprego'

7 comentários:

  1. Estou aqui literalmente abraçando o celular, como quem abraça seu texto. É pressão pra tudo nessa vida, até pra gostar do trabalho. Também odeio essas frasezinhas. Affff

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  2. Eu concordo. Mas ao mesmo tempo também acho que muita gente ama mesmo é o mimimi de que não ama o que faz.
    Acredito que a gente não é uma arvore e pode sim mudar. Aliás, sou fã de mudanças.
    Se você não gosta do que faz e tem a oportunidade de "viver do que ama" - seja abrindo o próprio negócio, seja porque você correu atrás e conseguiu uma oportunidade, faça.
    Mas também sou realista. Mesmo fazendo o que se ama, também terão dias em que a gente quer morrer. Afinal, como você disse, trabalho é trabalho - não é diversão.

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  3. Concordo, Helô! Pra começar, acho uma sacanagem ficar pregando essa história de que só se é feliz fazendo o que se ama. A maioria das pessoas não tem essa opção! É um papo bem elitista, isso sim. E quando a gente transforma o que ama em trabalho, isso não vem com a carga que todo trabalho traz e deixa de ser apenas prazeroso? Então, se você trabalha com o que gosta, ótimo! Bom pra você! Mas essa não é a única forma de ser feliz. Eu adoro a certeza do meu salário no fim do mês e não amo o que faço, mas amo as férias, os finais de semana e minha aposentadoria daqui a uma décadas. =)

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  4. Anônimo8:44 PM

    Nisso concordamos, né sis!
    Jamais vou amar trabalhar, por mais bacana que seja meu trabalho e por mais que me identifique com aquilo que faça. Porque só o fato de existir a obrigação de fazê-lo para poder viver e pagar contas e viajar e tudo mais, já carrega uma carga de chatice em si mesmo. Tendo que trabalhar, tenho a sorte de até gostar do meu trabalho. Mas largaria o trabalho imediatamente caso tivesse grana suficiente pra viver bem, é uma decisão que tomaria sem nem piscar.
    Agora, e aqueles seres que dizem que se ganhassem na loteria continuariam trabalhando normalmente porque não saberiam o que fazer sem trabalhar? Ou que não querem se aposentar pela mesma razão? SOCORRO essas pessoas....
    Rumo à aposentadoria! \o/
    Sister

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  5. A verdade seja dita: esse lance de achar um trabalho que ama e ser feliz para o resto da vida é puro bla, bla, bla. Talvez só os "iluminados" consigam! Certa vez encontrei um trabalho que amava muito, cuidar de tartarugas marinhas e baleias na época da reprodução no sul da Bahia. Mas como iria pagar as contas ou ter o mínimo necessário que precisava para viver? Durou pouco. Hoje tenho um trabalho mais ou menos, mas sou feliz em todo o resto, e ainda consigo viajar para lugares incríveis de vez em quando. Esta é a realidade!

    Beijocas <°(((<
    Bia

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  6. AnaTempestini3:40 PM

    clap clap clap (são aplausos!) Eu amo um monte de coisas... e amo meu salário no fim do mês que, na maioria das vezes, me permite fazer o que eu amo (comida boa, vinhos bons, viagens boas, um sapato novo...). E me deixa! Meu trabalho, ok, tudo bem, tudo certo. Mas, mil vezes a sexta a tarde do que o domingo a noite, e vivo com isso!

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  7. Anônimo5:48 PM

    Eu juro que fiquei procurando isso e to aqui com 32 anos e ainda não consegui me firmar.

    Não eu quero só trabalho que pague minhas contas.

    Dessas frases a que me irrita é : Odeio segunda, geeeente tem que trabalhar, faz parte !!

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