A Little Respect

maio 30, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Ontem foi mais uma vez no show do Erasure, e como da primeira vez (acho que há dois anos), foi na Roundhouse, no bairro de Camden. A Roundhouse é linda, pequena, e dá aquela impressão de show intimista, "só para os amigos".

Como da primeira vez, foi ótimo. Eles tocam todas aquelas músicas que embalaram minha adolescência, e eu acho maravilhoso quando vou em um show e tem gente ou da minha idade ou mais velha do que eu. Sinto que estou no lugar certo!

Mas enfim, apesar do show ter sido maravilhoso, o melhor aconteceu na hora de ir embora. Estávamos a caminho da saída quando alguém começa a puxar "A Little Respect", e o resultado foi esse (eu tive que baixar os videozinhos que subi no Snapchat na hora, por isso que está assim esquisito, mas dá pra ter uma ideia!):



De arrepiar!

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Voluntariado x Doação

maio 26, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Desde que eu comecei a trabalhar como voluntária na LAWA, recebi emails e mensagens pelas redes sociais de pessoas interessadas em saber como poderiam ajudar ou se eu teria alguma dica para quem busca esse tipo de trabalho.

Então vamos por partes. Pra quem quer fazer trabalho voluntário, e tem uma causa do coração, eu aconselho a dar uma olhada no Charity Job. Basta filtrar sua busca por setor e pronto, você verá algumas oportunidades. Mas nem todas as instituições anunciam lá, então o ideal é buscar da maneira tradicional: Google e Facebook. A maioria tem site e página nas redes sociais, e aí você encontra mais informações sobre possíveis vagas de voluntariado.


Eu não estava planejando fazer esse tipo de trabalho, até que uma amiga me falou sobre a instituição. Então simplesmente mandei um email e me chamaram. Algumas ONGs tem processos de seleção de voluntários mais rigorosos, outras são mais abertas a qualquer tipo de ajuda. Algumas pedem comprometimento mínimo de tantas horas semanais, outras te dão um projeto específico para fazer. Realmente depende do tamanho da instituição e do tipo de serviço prestado.

Eu entendo que muita gente queira fazer trabalho voluntário pra ter a sensação de que realmente está contribuindo. Pra saber o que é feito, como é feito, e qual o resultado. Mas as vezes, e serei bem honesta com vocês, as instituições precisam mais de dinheiro do que voluntários. Manter um voluntário tem um custo. Não necessariamente financeiro (mas algumas ONGs pagam transporte e/ou alimentação), mas de tempo. O voluntário recebe treino como qualquer outro funcionário em qualquer tipo de trabalho. O problema é que muita gente não dura na vaga, e acaba indo embora depois de alguns meses. Ou seja, todo o tempo do recrutador que poderia ser usado de forma mais eficiente (isso porque raramente em uma instituição sem fins lucrativos - principalmente nas pequenas - uma pessoa faz apenas uma coisa específica) é gasto procurando e treinando gente nova de tempos em tempos. Então, se você está afim de voluntariar, pense muito nisso antes de se comprometer. Avise o recrutador se você estiver procurando emprego e precisar deixar a vaga assim que arrumar um. Ou fale que você só está disponível por três meses. Abra o jogo desde o começo, e se pegar um projeto, fique até o final.


Mas voltando a questão do dinheiro. Tem muita gente que faz doação mas não acha que é o suficiente. Acredite: é sim. Se você acha que no seu trabalho "normal" nunca tem orçamento disponível pra nada, você não tem ideia de como é a situação financeira de uma ONG. Todas as moedas são contadas, e se algum financiamento é cortado, os programas sociais são eliminados de uma hora pra outra. Isso significa funcionários da ONG perdendo emprego e pessoas que usam os serviços ficando desamparadas do dia pra noite.

Lá na LAWA, por exemplo, todo ano elas precisam aplicar para o subsídio do escritório. E elas nunca sabem se vão conseguir. Se por acaso esse subsídio for retirado, não terão pra onde ir. E todo mês rolam batalhas e mais batalhas com subprefeituras para manter o financiamento do abrigo. O governo continua cortando o orçamento para esse tipo de serviço, mas violência doméstica não é "cortada" na mesma proporção, muito pelo contrário. Como a LAW tem ganhado espaço na mídia, muito mais mulheres tem nos procurado. E muitas não podem ser atendidas porque simplesmente não temos dinheiro.


Então pode ter certeza de que quando você doa seu dinheiro, ele será muito bem utilizado.

E pra quem gostaria de doar para a LAWA, estamos mais uma vez fazendo financiamento coletivo. A boa notícia é que conseguimos o apoio de uma empresa que vai dobrar tudo que for doado, até conseguirmos £10,000. Ou seja, se juntarmos essa grana, teremos 20 mil libras. Você pode doar 8 libras (cerca de 32 reais) aqui.






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#EverestNoFilter

maio 25, 2017 Helô Righetto 1 Comentários


O Snapchat é mesmo uma imensa ponte. Por causa dele, nós podemos acompanhar os montanhistas Adrian Ballinger e Cory Richards em sua subida no Monte Everest, sem oxigênio suplementar (ambos já chegaram ao topo outras vezes). Sim, eles estão lá nesse momento (há muitas semanas), e estão transmitindo tudo pelo aplicativo.

Nas próximas 48 horas eles devem chegar no topo, e as expectativas são grandes para os seguidores do Snapchat! Há todo um suporte tecnológico envolvido, que até agora funcionou muito bem. É maravilhoso poder seguir a jornada deles e ver um pouco desse lugar que muito provavelmente eu nunca vou conhecer.

Pra quem não tem Snap, eu aconselho instalar ainda hoje só pra acompanhá-los (o perfil é EverestNoFilter). E alguns dos snaps estão indo parar no YouTube:



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Dreams

maio 21, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Ontem tiquei mais um show da minha lista de "bandas dos anos 80 e 90 que eu amo", fui ver The Cranberries! Pois é, eles ainda existem e fazem um show maravilhoso. A voz da Dolores é muito icônica, e mesmo que a princípio o nome dessa banda não te traga nenhuma lembrança, tenho certeza de que pelo menos uma das músicas deles marcou a sua adolescência (se você tem mais ou menos a mesma idade que eu).





O show foi no Palladium, um tanto quanto atípico (é mais conhecido pelas peças de teatro), mas lembrei que os Beatles também já tocaram lá! Além da banda, tinha também um quarteto de cordas, o que deixou tudo ainda melhor.

Nada como música ao vivo pra mexer com as nossas emoções né? Eu tenho vontade de chorar toda vez que escuto Dreams, e ter a oportunidade de ter visto ela ser cantada ao vivo e a cores é realmente um super privilégio.



A Marina, que foi comigo, postou alguns videozinhos no instagram dela, que vou deixar aqui. Eu cheguei a fazer um live no Instagram por alguns minutos, mas quem não vou, já era!

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Próximo show: Erasure, o retorno!

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Leitura: Infidel, Ayaan Hirsi Ali

maio 19, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Esse livro, uma autobiografia, me foi recomendado por algumas mulheres toda vez que eu postava algum livro sobre feminismo no Instagram. Não é exatamente um livro feminista, mas é a história de uma mulher que lutou contra opressão.


Ayaan Hirsi Ali nasceu na Somália, e tem uma história de vida admirável. Mudou-se diversas vezes com a família (em decorrência da instabilidade política da Somália e o fato de seu pai ser um dos líderes de um grupo de oposição). Viveu na Arábia Saudita, Etiopia e Quênia. Sofreu mutilação genital, espancamentos e restrições impostas por tradições anacrônicas tanto da sua religião quanto da sua família. Teve uma relação de "amor e ódio" com a religião durante a adolescência, e ao mesmo tempo que obedecia regras, não entendia a razão delas existirem. Questionava-se o tempo inteiro.

Foi forçada a se casar com um homem que não conhecia (e, quando conheceu, não gostou) e finalmente conseguiu escapar de todas essas prisões, obtendo asilo na Holanda, onde muitos anos depois tornou-se membro do parlamento. Produziu um curta metragem com o cineasta Theo van Gogh (procure no Google, não vou escrever aqui o nome nem sobre o que se trata porque não quero ninguém buscando razões para incitar o ódio religioso aqui no meu blog), e por causa desse filme ele foi assassinado. Ela foi ameaçada e viveu por muito tempo escondida e sob proteção da polícia.

Bom, essa é a história muito, mas MUITO resumida. Como eu falei lá em cima, é realmente admirável a luta dela e sua coragem em aproveitar a oportunidade para conseguir tomar as rédeas da própria vida.

Mas tem algumas coisas que me incomodaram nesse livro. A primeira é o fato de que ela em nenhum momento, nem mesmo no final, reconhece que não enxergava que todos os horrores que ela sofreu nas mãos da mãe foram em decorrência do descaso do pai. O pai abandonou a família (mais de uma vez) e as deixou na beira da miséria, fazendo com que mãe dependesse de favores de amigos e familiares por muito tempo. Criou todos os filhos sozinha sem ter nenhum direcionamento, sem nenhuma perspectiva de melhoria de vida.

Já o pai é visto como herói. Quando volta pra casa depois de anos de abandono, é celebrado por ela, que não demonstra um pingo de consideração pela mãe, amargurada e com sérios problemas mentais. Até mesmo depois de romper com ele, ela não dedica nenhum espaço no livro para refletir sobre como a ausência dele influenciou na vida miserável da mãe e, consequentemente, na dela.

Outra coisa que me incomodou é sua visão política. Óbvio que ela tem o mérito por tudo que conseguiu, mas o fato de ela ter tido a força e a coragem para romper com sua família, com sua tradições e, acima de tudo, com a sua religião, não significa que ela tenha uma receita pronta para todas as outras mulheres muçulmanas. Pra mim, a generalização é um erro. E um perigo: eu achei que o discurso dela em relação a segregação religiosa e cultural e também em relação a política de benefícios e salário mínimo para imigrantes/refugiados é o tipo de coisa que faz uma pessoa como Donald Trump sorrir de orelha a orelha.

Em tempo: eu GOSTEI do livro. Achei ela uma mulher sensacional, e é maravilhoso saber que a história dela serviu de inspiração para outras mulheres na mesma situação de opressão. O que não bate comigo são os ideais e a generalização. Mas ó, recomendo que você leia para tirar suas próprias conclusões.

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Rumo ao Kili

maio 16, 2017 Helô Righetto 1 Comentários


Daqui a um mês, dia 16 de junho, daremos início a caminhada/escalada que nos levará ao topo do Kilimanjaro, a montanha "free standing" mais alta do mundo (antes que você proteste, eu explico: o Kili não está em uma cordilheira como o Everest. Por isso a expressão "free standing", que acho que não tem tradução para português), com 5895 metros.

A viagem em si começa alguns dias antes, mas é no 16 mesmo que as férias tomam forma de aventura. Eu queria fazer essa viagem há muito tempo, e finalmente está chegando a hora. Estamos pagando caro pra ficar 7 dias sem tomar banho, dormir em barraca, passar frio, ficar sem ar e provavelmente levar o corpo a exaustão. Legal né? ; )

Não sei explicar exatamente o que me atrai a essa aventura. Por causa dela nós não teremos férias naquele estilo clássico, como foi a Sicília ano passado, por exemplo (ai que dó que vocês estão d emim hein?). E ainda assim, não estou mega ansiosa. Estou tranquila, curtindo essa preparação que já vai preparando nossa cabeça para encarar o que teremos pela frente. Desde o começo do ano a gente tem ido fim de semana sim e outro também em lojas de equipamentos especializados. É tanta coisa comprada que eu prefiro nem somar.

No Aprendiz de Viajante eu escrevi dois posts com mais detalhes dessa preparação (que você pode ler aqui e aqui). E durante a viagem eu pretendo escrever um diário, assim não esqueço de detalhes e - mais importante - das minhas impressões em relação as outras pessoas que farão parte da nossa expedição (já temos até grupo no Whatsapp). Acho que será a primeira vez que farei isso desde a nossa viagem para Nova York em 2005 (eu transcrevi tudo aqui no blog, se você tiver curiosidade e paciência pode buscar os arquivos, acho que fiz em janeiro de 2006).

O engraçado é que tenho ainda tanta coisa na agenda antes de embarcar pra Amsterdã (vamos passar uma noite lá, pois não tem vôo direto de Londres) dia 12 de junho. Tenho diversos encontros com amigas, tenho palestras, tenho até prova de inglês (conto sobre isso mais pra frente). O Martin vai passar uma semana em Chicago a trabalho, eu tenho frilas para entregar, hangouts para fazer, visita para receber por alguns dias.

Tô achando é que o Kilimanjaro vai ser descanso depois dessa loucura de compromissos!


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Catiorro

maio 15, 2017 Helô Righetto 4 Comentários


Eu sei que a linguagem é algo mutante, que ao longo dos anos novas palavras surgem, regras gramaticais são alteradas e a maneira que a gente se comunica vai se moldando a novas realidades. Mas isso não me impede de vir aqui lamentar uma nova "tendência" que sequestrou o bom português nas redes sociais. Essa mania insuportável de escreve "catiorro" e "gatíneo" em vez de cachorro e gatinho. Que porra é essa?

Parece que o nh foi substituído pelo ne de vez. Ainda há pouco li um "agorinea" e um "amiguinea". Que que isso gente? Se já não bastasse o povo escrevendo "quiança" em vez de criança, a gente tem que prosseguir a infantilização da língua?

Fico pensando, será que essa é uma evolução natural? Será que daqui a algumas décadas as pessoas vão ler as palavras cachorro e gatinho achando o mesmo que a gente acha do inglês vitoriano hoje em dia, por exemplo?

E o pior é que quem reclama - como eu - é visto como o chato, o sem graça, o que não admite erros. Vamos combinar que errar é uma coisa, mas infantilizar palavras é outra. Ninguém é a prova de erros, mas bem que a gente podia se esforçar pra ser a prova de idiotização do idioma né?

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Maiden

maio 12, 2017 Helô Righetto 6 Comentários


Aqui na Inglaterra todas as mulheres casadas adotam o sobrenome do marido. Ok, pode até existir uma ou outra que não, mas é uma "tradição" (entre aspas porque né, é machismo) indiscutível. Ninguém para pra pensar, ninguém questiona. A coisa é tão forte que mal elas voltam da lua de mel e já mudam email de trabalho, adotam o "Mrs" (em vez do Miss, reservado para as solteiras, sendo que homem é sempre Mr, independente se é casado, solteiro, poliamor, cacete a quatro), e assim a vida segue.

Os filhos nascem e são registrados com o sobrenome do marido (que por sua vez tem o sobrenome do pai dele, ou seja, o sobrenome da mulher nunca vai pra frente). E a família é conhecida por esse sobrenome. Por exemplo, eu o Martin seríamos os Descalzi, e não os Righetto Descalzi ou Descalzi Righetto ou muito menos os Righetto.

De novo: eu sei que tem gente que não faz assim, mas é de contar nos dedos.

Então, o sobrenome que a mulher perde quando casa é conhecido como "maiden name". Aliás, muita gente usa esse sobrenome da mãe/mulher casada como senha de banco, resposta pra odiada pergunta de segurança para obter a senha perdida, esse tipo de coisa. Se eu ligo no banco e esqueço a minha senha telefônica, eles sempre me perguntam: qual o maiden name da sua mãe?

Essa palavra, maiden, me tira do sério. Coloquem lá no Google pra traduzir. Significa "virgem, donzela, SOLTEIRONA". Isso mesmo, o Google conhece a palavra solteirona e é isso que significa "ainda" ter o seu próprio sobrenome (lembrando, que é o do seu pai, porque o da sua mãe morreu quando ela casou): você sobrou. Você tá solteira, você é uma fracassada. Donzela, virgem, porque afinal, mulher que transa sem casar é puta né?

Acho incrível como a gente adora apontar o dedo para as tradições opressoras de outras culturas - que sem dúvida deveriam ser abolidas - mas na hora de avaliarmos nosso entorno, a gente justifica com um "ah, que bobagem, é só um sobrenome. É tradição, pra que mexer com isso".


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Livros

maio 12, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Acho que já falei aqui sobre o sistema de afiliados, que é basicamente como muitos blogs conseguem ganhar algum dinheiro. Por exemplo, o Aprendiz de Viajante é afiliado do Booking.com, o que significa que, quando você reserva seu hotel pelo link lá do Aprendiz, rola uma comissão (que nunca interfere no preço final).

Eu resolvi então fazer a mesma coisa com o Conexão Feminista, e agora somos afiliadas da Livraria Cultura e da Amazon. Como a gente sempre indica livros, achei que era uma maneira bacana de talvez ganhar uma graninha. A nossa lista de recomendações de livros com os respectivos links está aqui, mas coloquei também um widget aqui no blog, aí na coluna da direita, com alguns dos livros recentes que li.

Também vou começar a colocar os links pra Amazon e pra Cultura nos posts que faço sobre livros aqui. Tudo que eu ganhar de comissão será usado no Conexão Feminista, pra ajudar a custear a manutenção do site (servidor, domínio, designer) e outras coisinhas, como por exemplo a anuidade no Soundcloud (onde os hangouts estão disponíveis como podcasts).

Vez ou outra alguém me fala que comprou um livro porque leu minha recomendação, então minha gente, bora comprar com o link da blogueirinha aqui!

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Unflappable

maio 10, 2017 Helô Righetto 2 Comentários


Eu tenho um hábito adquirido de trabalhadora que é sempre dar uma olhada nos anúncios de emprego. Nunca perdi esse costume, afinal, vai saber quando aparece algo mais ou menos que paga decentemente? RISOS

Enfim, nos últimos tenho notado que as exigências e responsabilidades descritas ficam cada vez mais absurdas. São listas enormes de tarefas, e sempre com aquela observação bem vaga que diz que o trabalho envolve também "colaborar com outros times" (leia-se, ter que lidar com problema que nada tem a ver com a sua função porque a empresa deveria contratar mais gente mas não vai) ou coisas similares.

Mas hoje, hoje eu aprendi uma nova palavra. Unflappable. A descrição dizia que o candidadto ideal deveria ser "unflappable under pressure".

Sabe o que significa isso? Imperturbável, sereno. Ou seja, além de ter que trabalhar sob pressão, você não pode demonstrar estresse. Não pode ficar nervoso, não pode ficar de mau humor, não pode fechar a cara. Você tem que encarar a pressão com serenidade.

Eu fiquei com tanta raiva dessa palavra, dessa exigência idiota. Eu já acho absurdo quem contrata achar ok falar que trabalhar sob pressão será parte da rotina, agora exigir calmaria na tempestade? Unflappable?


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Me fale do Tinder

maio 08, 2017 Helô Righetto 4 Comentários


O mundo paralelo do Tinder me causa muita curiosidade. Como é algo que não tenho acesso, fico parecendo aquelas pessoas que não entendem nada de redes sociais e de repente se interessam pelo Twitter. Quando encontro alguém que usa o app, encho de perguntas, parecendo uma adolescente que lê um livro do Sidney Sheldon pela primeira vez ao ouvir as respostas.

É todo um novo mundo. O que escrever na biografia, em apenas algumas linhas? Que fotos colocar no perfil? Conversar pelo app ou migrar pro whatsapp e arriscar receber foto de pinto?

É uma grande revolução que aconteceu no mundo dos relacionamentos depois que eu já estava firme no meu. Poxa, poderiam lançar uma versão light, tipo vitrine (proibido dar match ou fazer um perfil, apenas olhar as fotos alheias e ler as biografias, seria muito esquisito?), pro povo curioso como eu.

Sei que existem vários tumblrs que reunem fotos "clichês" dos perfis, como os homens que colocam fotos com os tigres na Tailândia, os sem camisa, e os que colocam imagens apenas em grupo (é impossível saber quem é o cara, já que todas as fotos aparecem vários amigos. Aí a dúvida: será que e oferta em grupo?).

Se alguém de vocês conhece um tumblr assim ou tem uma história interessante do Tinder pra compartilhar, por favor me mandem e animem a noite dessa tiazinha casada ; )

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Leitura: And Still I Rise, Maya Angelou

maio 07, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Com a minha sede de conhecimento feminista cada vez mais voraz, acabei comprando um livro de poesias da Maya Angelou. Meu primeiro livro de poesias, portanto não vou fingir costume: teve muita coisa que não entendi. Achei tudo lindo e adorei o vocabulário sem firulas, mas é claro que as "histórias" são cheias de significados, e a gente precisa ler mais de uma vez se realmente quiser decifrá-los.

Ainda assim, adorei. Sei lá se é o orgulho de ler Maya Angelou falando mais alto, mas esse livro por enquanto fica na estante (algo raro hoje em dia, ando muito seletiva, já que há pouco espaço para guardá-los eu acabo passando muitos pra frente). Quem sabe daqui a uns anos, depois de muito estudo, as linhas não serão tão indecifráveis?

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Método Martin

maio 02, 2017 Helô Righetto 4 Comentários


Talvez eu já tenha escrito sobre isso antes, mas recentemente recomendei o método Martin para lidar com problemas para algumas amigas. Então acho que vale relembrar.

Não sei se está rolando algum alinhamento de planetas ou se é o pessimismo geral ou se é a vida adulta sendo a vida adulta, o fato é que muita gente na minha vida anda com problemas. Quer dizer, nem todos são problemas, alguns são perrengues acumulados, um monte de coisa chata pra resolver ao mesmo sabe? Eu também estava nessa não tem muito tempo, e finalmente as coisas começaram a se resolver em abril (como o visto renovado do Martin, por exemplo, depois de meses - 6 meses - de espera e apreensão).

O método Martin de lidar com problemas é bem simples: lide com eles no momento propício. Nada de antecipá-los, ou se desesperar pensando o tanto de coisas que você tem que fazer pro problema se resolver. Vou dar um exemplo bem classe média sofre, um tanto quanto irritante e esnobe, mas que ilustra bem o método Martin.

Estávamos nós, Martin e eu, no nosso barquinho alugado na Sicília, indo de praia em praia paradisíaca. Eu poderia ter curtido muito, mas muito mais, se não tivesse ficado pensando nas dezenas de possíveis problemas que poderíamos ter com o tal barquinho. E se o motor falhasse quando estivéssemos em alto mar? E se a âncora ficasse presa nas pedras em alguma dessas praias e a gente não conseguisse cortar a corda pra poder voltar? Se a gente ligasse o motor e não visse alguem nadando perto do barco e o motor machucasse essa pessoa? Juro. Até em um dos momentos mais maravilhosos da minha vida eu fiquei pensando em possíveis problemas. Aí eu perguntei pro Martin: você não fica apreensivo, pensando que esse barquinho pode quebrar aqui em alto mar? No que ele soltou sua sabedoria: se quebrar, eu penso nisso.

GÊNIO.

O solucionador de problemas no comando no barquinho alugado
Aí que eu estava cheia de coisas chatas e burocráticas como pendências, e muitas desses coisas não havia muito que eu pudesse fazer. Tinha que esperar. Por exemplo, os nossos passaportes que estavam retidos no Departamento de Imigração para a renovação do visto de residência. Eu precisava deles para dar entrada no visto para a Tanzânia (para nossa viagem em junho). Fazer o que? Esperar. O meu passaporte brasileiro que precisa ser renovado, e para a renovação eu preciso da nossa certidão de casamento, e a certidão de casamento estava aonde? Isso mesmo, no Departamento de Imigração para a renovação do visto de residência.

Eu resolvi parar de ter dor de barriga desnecessária e fazer o que era possível, esperar. Esperei, passei a aproveitar os dias de espera de forma muito produtiva, e pronto. Tudo está se resolvendo. Chega de ficar me remoendo pensando nas trocentas mil coisas que a gente precisa encarar no dia a dia. Afinal, é uma coisa hoje, outra amanhã, e outra depois de amanhã, e assim segue.

Hoje, por exemplo, eu precisava do meu passaporte de novo pra escanear a página onde tem a minha assinatura (que não é a mesma página onde está a foto e o número dele), pra poder enviar como prova de identidade para uma outra instituição. E onde está o passaporte agora? No Consulado da Tanzânia, onde ele fica até quinta feira. Tá vendo só, o problema do visto sendo resolvido mas já apareceu outro em consequência desse. A página com a assinatura escaneada vai ter que esperar até quinta, fazer o que.

É isso gente. Usem o método Martin para lidar com os perrengues do dia a dia de vocês. Faz bem pra saúde mental, garanto.

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2 horas e 10 minutos

maio 01, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Ontem fizemos a nossa segunda meia maratona. A mesma prova do ano passado, mas com algumas alterações: novo patrocinador (Virgin Sports), temperatura muito mais amena (começou em 13 graus contra 25 do ano passado) e, pra nós, menos preparação. Não que a gente tenha parado de correr, continuamos firmes, mas é que esse ano não rolou ânimo para os treinos longos de 16 e 18km. Ano passado fizemos alguns assim intercalados com os treinos "normais" de 5 a 10km. Esse ano, o treino longo só foi sair uma semana antes. Chegamos a cogitar não fazer essa prova, mas nos 45 do segundo tempo decidimos ir. Orgulho? Desafio pessoal? Idiotice? Um pouco de tudo.

Pra mim, essa segunda meia maratona foi mais difícil do que a primeira. Acho que justamente porque eu sabia o quanto uma prova dessas exige e sabia que deveria ter me preparado melhor, minha cabeça estava contra mim. Tive que pensar quilômetro a quilômetro. Minhas coxas começaram a doer no km 6, aí eu pensei que seria humilhante não chegar nem ao 10, que estou tão acostumada. Depois, pensei que se chegasse até o 11 seria pelo menos mais que a metade. Aí rola um limbo do quilômetro 12 ao 18: tinha que arrumar distração pra não pensar na dor nas coxas. Dava high five em todas as crianças na torcida, pegava todas as garrafinhas de água e jujubas oferecidas, lia todas as placas.

Aí perto do km 16 avistei a ponta do Arcelor Mittal Orbit, que faz parte do final do percurso, e recuperei o ânimo. E aí chegamos nos 18 quilômetros. Bom, já não dava mais pra desistir! A partir do 19 começaram a aparecer as pessoas passando mal, deitadas na calçada e atendidas por para médicos (inclusive um rapaz abraçado num saco de gelo e com oxigênio), aí rola aquele medo do próximo ser você. Mas, como disse minha amiga Marina, se eu consegui prosseguir depois de ver uma moça na minha frente parar e vomitar Lucozade, então eu chegaria no fim.

O problema do quilômetro final é que ele é longo demais. Não tem apenas um quilômetro nem a pau. Aliás, não tem mesmo: tanto ano passado quanto esse ano o meu relógio marcou 21.370km de distância. 370 metros pode não parecer muita coisa pra quem corre 21km, mas deixa eu te contar: é coisa pacas.

Enfim cruzamos a linha de chegada (em 2 horas e 10 minutos, 5 minutos mais rápidos do que ano passado!), Martin um pouquinho mais inteiro do que eu, ao contrário do ano passado. A dor nas coxas era tanta que depois eu mal consegui dobrar as pernas pra sentar (já estou melhor!). Depois ele me falou que começou a sentir o pé também na primeira metade do percurso, e que se piorasse iria parar (obviamente, não piorou, ele também já está bem).

Algumas observações sobre o percurso esse ano: apesar de ter muitos pontos de distribuição de água, quase não tinha Lucozade, o que pra mim fez MUITA falta. Dessa vez, o Lucozade só apareceu no quilômetro 12, e em um copinho em vez da garrafa inteira. Ou seja, horrível pra carregar, eu fiz uma lambança. Outra coisa, que foi ainda pior: as ladeiras. Muitas subidas, algumas daquelas bem sutis mas muito longas. Outras mais escancaradas e mais curtas. Teve uma assim nos quilômetros finais, eu lembro de olhar de longe e ficar realmente brava, falei pra mim mesma "fucking hell" e um cara correndo ao meu lado naquele momento, respondeu "exactly".

Eu não sei se faremos uma meia maratona novamente, as provas de 10km são muito mais prazerosas. Mas acabamos descobrindo que em 2018 vai acontecer uma meia que começa na Tower Bridge e termina aqui perto de casa, no Cutty Sark, o que é mega conveniente (juro, fazer prova perto de casa faz toda a diferença). Enfim, veremos.

E, por fim, o videozinho que o Martin fez! Pois é, o doido resolveu levar a GoPro (carregou a dita cuja na mão os 21 quilômetros, tô fora), e no fim deu um material legal. Fora as minha caretas e e branquitude quase-desmaio na linha dechegada, ficou legal. Aproveitem e assinem o canal dele, onde ficam os nossos vídeos de viagem e os vlogs que ele faz eventualmente.

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