10 horas de atraso

setembro 20, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Acabamos de voltar de umas férias no Brasil. Por isso o silêncio por aqui. Foi pouco tempo, 10 dias, mas de longe a melhor visita ao Brasil desde que moro em Londres. Talvez o segredo seja esse: ir com mais frequência mas ficar menos tempo.

Essa foi a primeira vez que viajamos pra São Paulo fazendo conexão. Os preços das passagens estão exorbitantes, então optamos por fazer um trajeto longo, mas que nos custou metade do preço de um vôo direto: fomos vias Estados Unidos. Ou seja, em vez de um vôo longo pra cada perna, foram dois.

Na ida a troca de avião foi em Chicago, com uma diferença de três horas entre chegar de Londres e embarcar pra São Paulo. Na volta a troca foi em Newark (em New Jersey, um dos aeroportos que servem Nova York), e também seria de três horas. Ou seja, o suficiente pra passar na imigração, esticar as pernas, comer algo. Nem corrido, nem muito demorado.

Os vôos de ida deram super certo. Mas na volta, assim que chegamos em Newark, descobrimos que o nosso vôo para Londres estava atrado DEZ HORAS. E pra piorar, a United Airlines foi muito rápida em nos informar que não nos deviam nada, já que as leis nos Estados Unidos são diferentes das leis Na Europa. Ou seja: eles não nos dariam um hotel ou uma compensação financeira. No máximos, uns vouchers para refeição dentro do aeroporto mesmo (porque são bonzinhos, não porque são obrigados). Não nos deram nem mesmo acesso a uma sala vip onde poderíamos tomar banho, comer e descansar. Tínhamos que esperar o vôo quietinhos.

Mas melhor do que ficar um dia inteiro mofando no aeroporto é passear em Nova York. Não pensamos duas vezes. Pegamos o trem e em uma hora estávamos em Manhattan. Eu com a minha bolsa super pesada (comprei uma esculturinha em uma loja de artesanato em Santa Catarina e preferi não depachar com medo de que ela quebrasse) e a sacola do laptop a tiracolo. O Martin com a mochila que, entre outras coisas, continha meu livro de 900 páginas e minha super almofada de avião (antes que alguém pergunte por que não deixamos em um guarda volume: só abriria às 8 da manhã e estávamos prontos pra ir já às 7). Nós dois com aquela nhaca de avião, desodorante quase vencido, cabelos mega desgrenhados. Mas NY logo ali né?

Já no trem mandei mensagem pra duas amigas que moram lá, e assim tivemos a companhia maravilhosa de pessoas que eu amo de paixão. Deu pra fazer um tour interessante de Manhattan (foi a primeira vez que voltamos lá juntos desde 2005 quando fomos na nossa lua de mel), passando pela minha loja preferida, por Wall Street pra ver a Fearless Girl, pelo novo World Trade Center e finalizando com um almoço no Eataly.

Então, a United acabou me fazendo um grande favor.

Já estamos em casa, descansados e limpinhos, com as malas desfeitas.  Esse encerramento das férias de maneira totalmente inesperada foi  a cereja do bolo!

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Leitura: Why I'm No Longer Talking to White People About Race, Reni Eddo-Lodge

setembro 07, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Esse livro é tão bom, mas tão bom, que me sinto idiota escrevendo sobre ele. E o título não é um "click bait", é simplesmente um desabafo. É um chamado. É um tapa na testa, um soco no estômago, é uma convocação. Muito didático, muito bem escrito. Tem fatos, tem estatísticas, tem relatos pessoais.

O livro basicamente mostra como o racismo é enraizado na sociedade britânica. Como esse país está muito longe de ser um país tolerante. Explica exatamente o que é privilégio branco, o que é interseccionalidade, o que é racismo estrutural, e por que ela está de saco cheio de educar e argumentar com brancos.

Espero que ele seja traduzido para todos os idiomas existentes (por mais que seja focado na sociedade britânica, pode ser facilmente adaptado para tantos outros países), mas se você lê em inglês, comece a ler esse livro já.



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A estante

setembro 06, 2017 Helô Righetto 1 Comentários


As mudanças decorativas aqui de casa não são muito planejadas. Claro, tem coisas que eu gostaria de fazer mas tomam muito tempo e dinheiro (adoraria trocar todos os armários da cozinha, por exemplo), mas as que não envolvem reforma (quebra quebra) acabam sendo decididas do dia pra noite. O problema é que quando eu decido eu quero fazer naquele exato momento. Pode estar caindo o mundo, mas eu vou adicionar mais essa dor de cabeça para a lista de perrengues do momento.

E foi numa dessas que eu decidi eliminar minha escrivaninha e umas estantes e substituir tudo por um modelo simples, branco, pra deixar a sala mais uniforme. Era assim:

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A inspiração foi essa:



E três idas a Ikea depois (no espaço de 2 semanas), ficou assim:

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Moramos nesse apartamento desde 2011, e e impressionante como essa mudança deixou o espaço com outra cara. Como a estante é fina, temos mais espaço de circulação e também tenho a impressão de que entra mais luz (claro que o branco da estante ajuda). Em vez dos meus cacarecos e livros estarem espalhados pelas prateleiras, mesa de trabalho e estantes de aço, agora estão todos em um mesmo lugar. E o melhor de tudo foi que, depois de anos, arrumei espaço para a poltrona da foto. Essa poltrona também veio do Brasil, mas como não tinha onde colocá-la, estava desmontada e guardada.

Como uma coisa leva a outra, acabei tirando os dois banquinhos que usava como mesa lateral de um dos lados do sofá (coloquei eles embaixo da televisão, ao lado da estante, ainda não tenho foto). Eram esses banquinhos aqui:

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Esse cantinho agora está assim:

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Ah, bastante gente me perguntou nas redes sociais onde eu coloquei a escrivaninha, já que trabalho de casa. Bom, eu passei ela pra frente, não está mais comigo. Resolvi usar a mesa de jantar para trabalhar. Afinal, só preciso do meu computador e da minha agenda. Era muita mesa pra um apartamento só! Estou trabalhando daqui já há alguns dias e achando ótimo. Não gosto de ficar horas na frente do computador de qualquer maneira, sempre acabo revezando, vou um pouco pro sofá, ou faço algum serviço doméstico, ou vou no supermercado... enfim, tento deixar meu dia mais dinâmico.

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1 ano de Lawa

setembro 05, 2017 Helô Righetto 1 Comentários


Semana passada completei um ano trabalhando part time como voluntária para a LAWA, sobre a qual já falei aqui tantas vezes. E não dá pra não cair no clichê de falar que entrei aqui para ajudar e acabei sendo ajudada.

Quando entrei aqui estava numa fase bem ruinzinha, me sentindo a maior das perdedoras. Havia deixado meu trabalho fixo há alguns meses, não estava me adaptando a vida de freelancer e não conseguia planejar os próximos passos. Hoje, um ano depois, estou prestes a começar um mestrado e orgulhosa de ter ajudado (e continuar ajudando) essa instituição a seguir em frente.

Uma das coisas que mais senti falta quando deixei o trabalho fixo para trás era ter um time. Estar com pessoas, ter um projeto coletivo, fazer parte de um grupo. E a LAWA fez tudo isso por mim. Convivo com mulheres maravilhosas, que com pouquíssimos recursos ajudam outras mulheres. Aprendi sobre captação de recursos, sobre o funcionamento deuma ONG, e, infelizmente, sobre a gravidade da violência doméstica e o tanto que estamos alheios a isso.

Acho que esse é o aniversário de trabalho que mais gostei de comemorar : )



Para fazer uma doação para a nossa campanha de financiamento coletivo, clique aqui.

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Leitura: Purple Hibiscus, Chimamanda Ngozi Adichie

setembro 01, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Esse é o quarto livro que leio dessa autora, e vou fazer aqui uma comparação meio esquisita: eu acho ela meio  a Jane Austen do nosso tempo. Tão brilhante quanto. E as duas usam suas histórias como pano de fundo para críticas sociais: Jane Austen de forma um pouco mais "escondida" (até mesmo como forma de auto proteção), coisa que a Chimamanda já deixa bem claro logo nas primeiras páginas.

Eu achei esse livro maravilhoso, ainda melhor que o Americanah, que foi o primeiro dela de ficção que li (já li também os dois que ela lançou sobre feminismo). A história de passa na Nigéria, e a personagem principal é uma adolescente, Kambili. O pai é um homem rico, poderoso e extremamente religioso. E violento.

Eu tenho uma penca de livros na minha estante aguardando sua vez, mas acho que vou comprar os outros dois de ficção dela que ainda não li pra furar a fila!



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