Dança comigo

junho 29, 2017 Helô Righetto 5 Comentários


Nos acampamentos abaixo de 4 mil metros (2 na subida, 1 na descida), rolava um ritual maravilhoso antes de sairmos para o trekking do dia e assim que chegávamos no acampamento: muita dança e cantoria, levada pela equipe de apoio. Eram 15 minutos sem parar, pulando muito, batendo palmas e - quando possível - tentando cantar a letra junto.

A energia do grupo era impressionante, e nos dava um ânimo absurdo para seguir caminho ou para fechar o dia. Eles cantavam várias músicas, emendavam uma na outra, mas a que a gente sabia de cor era a famosa "Kilimanjaro song":

Jambo, jambo Bwana (Olá, olá senhor!)
Habari gani (Como você está?)
Mzuri sana (Muito bem)
Wageni, mwakaribishwa (Visitantes, vocês são bem vindos)
Kilimanjaro, hakuna matata (Kilimanjaro, não há problema!)

Tembea pole pole, hakuna matata (Ande devagar, devagar, não ha problema)
Utafika salama, hakuna matata (Você vai chegar bem, não há problema)
Kunywa maji mengi, hakuna matata (Tome muita água, não há problema)

Você pode ver essa música a partir do minuto 9:03 no vídeo abaixo, mas garanto que o vídeo todo é emocionante (eu e o Martin aparecemos bastante, dançando muito. Eu estou de jaqueta roxa, faixa azul na cabeça e rabo de cavalo). Esse foi o dia após o cume, a manhã da despedida. Começamos o dia assim antes de andar 20km rumo a saída, e antes de entrarmos no ônibus rumo ao hotel ainda rolou isso de novo, já era fim da tarde.

Pelo que entendi, esse "ritual" acontece em quase todas as expedições, mas nem todo mundo gosta de participar. Muita gente prefere ouvir e ver, e segundo eles os latino americanos são sempre os mais empolgados, que dançam junto. Que bom que meus companheiros de viagem entravam na dança (literalmente) e todo mundo aproveitava ao máximo essa oportunidade única.




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Anônimo, você tem toda razão

junho 28, 2017 Helô Righetto 3 Comentários


No post anterior eu escrevi que chegar no cume do Kilimanjaro foi a coisa mais difícil que já fiz nada. Aí uma pessoa (anônima, uma pena) deixou comentário falando que essa afirmação é muito #classemédiasofre. Afinal, no mesmo post eu falo da equipe de carregadores e guias. O anônimo até mandou eu lavar uma louça (anônimo, quem lava louça em casa é a máquina, sou classe média!).

Mas olha, sabem que o anônimo tem razão? Certamente há coisas mais difíceis na vida do que encarar minha expedição Nutella ao cume do Kilimanjaro. Por exemplo, arrecadar dinheiro para uma instituição que abriga mulheres vítimas de violência doméstica. Essa tarefa é muito mais difícil. Não tem uma equipe inteira pra me ajudar e muito menos desperta interesse dos meus leitores.

Mas quem sabe, você anônimo, acha isso mais bacana e vai me dar um apoio? Estamos muito longe de alcançar a meta de arredação, e seu dinheiro vai fazer a diferença. Você pode doar usando esse link: bit.ly/womenlawa

Obrigada e até o próximo grande desafio! Mas aviso: ainda vai ter muito post do Kilimanjaro aqui, prepare seu armamento pra me encher o saco!


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Kilimanjaro

junho 24, 2017 Helô Righetto 11 Comentários


Conseguimos. Nós subimos até o cume do Kilimanjaro (5895 metros de altura).Chegamos lá precisamente às 8:30 da manhã do dia 21/6. Começamos a expedição dia 16/6 e o avanço para o cume às 0h do dia 21.

Foi a coisa mais incrível e mais difícil que já fiz na vida. E toda a expedição foi muito especial. O grupo (e quando digo grupo não quero dizer apenas quem estava lá na mesma situação que eu, mas também a equipe que estava trabalhando para a gente: carregadores, cozinheiros e guias) funcionou muito bem. Além das longas caminhadas diárias e falta de ar na medida que íamos subindo, tínhamos também muita cantoria, dança, conversa, comida boa e troca de experiências.

A gente vai pra subir o Kilimanjaro e acaba ganhando umas sessões de terapia na jornada. Valeu, Kili!






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Hakuna Matata!

junho 14, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Meu primeiro post direto da Tanzânia, 2 dias antes de darmos início a nossa aventura no Kilimanjaro. Estamos em Arusha, a internet do hotel é ruinzinha, mas queria passar aqui e dar um oi pra falar que o blog provavelmente vai ficar sem postagens nessa semana e na próxima.

Agora que estamos aqui é que caiu a ficha do que estamos prestes a fazer, e confesso que está me batendo uma ansiedade. Por isso estou achando ótimo termos esses 2 dias de preparação. Hoje demos uma passeada rápida pelo centro da cidade, e amanhã vamos fazer um passeio no Arusha National Park, onde provavelmente veremos um pouco de vida selvagem (me prometeram flamingos!!!).

Deixo aqui a foto que postei no Instagram, mais clichê impossível, do por do sol pela janela do avião, umas 2 horas antes de pousarmos.

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IELTS

junho 07, 2017 Helô Righetto 4 Comentários


Poucas coisas são tão retrógradas quanto provas (não provas de crimes, de teste de inteligência mesmo, hahahahahaha), e eu achava que a essa altura do campeonato estava livre delas. Passar numa prova não significa que você realmente manje do assunto (eu por exemplo não sabia dirigir quando passei no exame da carteir de motorista, e passei em muitas provas de química e física na escola porque escrevia a fórmula na sola do meu tênis), mas infelizmente acho que estamos longe de inventar um sistema de educação que seja mais inclusivo. Mas enfim, esse não é um post político, é um post sobre uma maldita prova de inglês que precisei fazer há algumas semanas, o IELTS.

Eu me candidatei para uma vaga em um mestrado (mais sobre isso em breve) e a universidade exige uma comprovação de que você sabe se comunicar em inglês (caso inglês não seja seu primeiro idioma, óbvio). Eu até tirei aqueles certificados de Cambridge pentelhos quando estudei na Cultura Inglesa, mas olha só, não me serviram pra nada. A universidade não aceitou, já que precisava que a comprovação tivesse no máximo 2 anos. Tentei argumentar, afinal trabalhei como editora de um site (escrevendo e editando em inglês) por 6 anos, mas não adiantou.

Tive que colocar o rabo entre as pernas e me inscrever para fazer o IELTS. E o pior: pagar as £160 de inscrição. Foi tudo meio em cima da hora, pois eu queria matar essa pane antes de viajar. Tive 2 semanas para me preparar, fazer uns simulados e entender as "manhas" da prova, que é dividida em 4 partes: reading, writing, listening e speaking.

A universidade exigia que eu tirasse uma média de 6.5 (a nota máxima do IELTS é 9), sendo que tinha que ser no mínimo 6 em reading, listening e speaking e 6.5 em writing. Ou seja, não adiantaria obter uma média 7 se meu writing fosse 5.5, por exemplo.

Bom, lá se foi um sábado perdido fazendo essa prova pentelha. Eu achei tudo relativamente fácil, menos a categoria que eu precisava da nota mais alta, o writing. Eles dão apenas uma hora para você fazer duas redações (escritas a mão), com temas chatíssimos. Há um número mínimo de palavras para cada uma das redações, e você tem que ter certeza de que o examinador vai entender sua letra. Então entre escrever (e usar as palavrinhas que garantem pontos, como "however", "therefore", "despite", "moreover", "first of all" e por aí vai), apagar e reescrever os garranchos e contar as palavras, mal dá tempo de bolar um texto decente.

Mas o resultado chegou e eu passei! Fui muito bem aliás. tive uma média de 8,  e no reading tirei a nota máxima, 9. No speaking e no listening tirei 8.5 (uma pena que não falam o que eu errei, pois eu achava que tinha tirado a nota máxima no listening também), mas no writing passei raspando: 6.5, exatamente o que a universidade pediu.

Mas enfim, mais um perrengue resolvido. 160 libras para provar que meu inglês é bom o suficiente pra eu voltar a estudar.

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Engano seu

junho 05, 2017 Helô Righetto 2 Comentários


Nas últimas semanas, por coincidência, algumas pessoas vieram me falar que gostam muito desse blog aqui e que eu não deveria parar de escrever. Mas elas falaram como seu eu tivesse anunciado o fim do blog ou como se eu não publicasse nada há meses.

Gente, alô? O blog tá aqui, vocês é que não acessam o suficiente!

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Leitura: The Mystic Masseur, VS Naipaul

junho 02, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Comprei esse livro há pelos menos 4 anos, e acho que ter esperado tanto para ler deveria ter fincionado como um sinal: se não leu até agora, deve ter uma razão!

Achei um saco. Resolvi ler inteiro porque é curto e tambem porque eu tinha a esperança de que fosse ficar mais interessante (afinal, o cara é Nobel né?), mas não.

Talvez eu devesse ter escolhido outro livro dele pra começar (senão me engano esse foi o primeiro que ele publicou), talvez a história seja muito mais engraçada se você conhece melhor o autor, ou se você é de Trinidad, sei lá.

Terminei de ler no metrô e deixei lá mesmo, pra alguém pegar e quem sabe apreciar mais do que eu.

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Spectacles

junho 01, 2017 Helô Righetto 0 Comentários


Já não é novidade que eu adoro o Snapchat e provavelmente serei a última a sair de lá. Adoro a interação da rede e as pessoas que conheci por lá. E agora tenho mais uma razão para continuar me divertindo: tenho o Spectacles.

O Spectacles é um óculos de sol com uma câmera embutida, pra fazer snaps! Ele está a venda apenas nos Estados Unidos e já foi lançado há uns meses (mas claro que tem vários disponíveis no Ebay), mas o Martin esteve em Chicago semana passada e trouxe um pra mim.

O mais legal é que (eu acho) os óculos bem bonitos. Nada daquela coisa cafona do Google Glass. Você pode realmente usá-los como óculos de sol. Claro que é um tantinho mais pesado por causa da câmera e da bateria, mas ainda assim, nada que faça muita diferença no dia a dia.

Eu testei meus Spectacles quando fui correr, e deu super certo. E isso é ótimo, pois é impossível fazer Snapchat com o celulae enquanto você corre, mas com os óculos é bem tranquilo - só apertar o botão no aro e pronto, ele começa a filmar os 10 segundos. Outras pessoas que eu sigo no Snap e também tem os Spectacles já usaram eles pra andar de bicicleta, dirigir, fazer stand up paddle e andar de caiaque.

Tenho certeza de que jajá o dono do mundo Facebook aparece com algo do tipo...

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