Exposição em Paris: Chaïm Soutine, Order out of Chaos

novembro 29, 2012 Helô Righetto 0 Comentários

Nessa última ida a Paris com os meus pais aproveitei para visitar o Musée de l'Orangerie e ver uma exposição dedicada a Chaïm Soutine, artista que conheci há pouco tempo (em outra exposição que vi em Paris em julho desse ano).

As pinturas dele me lembram um pouco a obra de Edvard Munch, por causa do poder das pinceladas: as formas distorcidas e as cores fortes mexeram comigo, principalmente nos retratos. Engraçado como a maneira imperfeita de ele pintar alguém pode ser tão expressiva quanto um retrato que parece uma fotografia.

A exposição não é grande: são 40 telas dividas em 4 temas, sendo que 22 das telas já pertencem ao acervo do museu. Mas é sempre muito bom ver o trabalho de um artista agrupado. Sei que é maravilhoso existir tantos museus no mundo, portanto muitas possibilidades de ver de pertinho telas assinadas por mestres da pintura, mas gosto quando uma mostra reúne boa parte desse portifólio sob o mesmo teto -  me faz entender melhor o estilo e o processo de criação.

Enfim, para quem visita Paris até dia 21 de janeiro, fica aí a dica. O l'Orangerie já é lindo, e essa expo é a cereja do bolo.

Madeleine Castaing, 1929

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52 objetos: semana 15

novembro 25, 2012 Helô Righetto 8 Comentários


  • O que é: coleção de tampas cerâmicas que pertencia a mãe do Martin
  • Onde fica: na parede do banheiro de visitas
  • Por que foi escolhido: mais uma coisa que veio da casa do Martin. Essa coleção foi inciada pela minha sogra há muitos anos, antes de eles se mudarem de Buenos Aires pra São Paulo. Pelo que sei ela começou bem por acaso: os potes quebravam e as tampas foram guardadas. Aí ela começou a procurar tampinhas em viagens que fazia e também ganhar de amigos. Eu não pretendo aumentar a coleção - gosto dela assim, da maneira que veio. Acho a mistura de desenhos, formas e estampas legal demais pra ser mexida!
  • E o que mais? Quando conheci o Martin eles moravam em uma casa grande, nos arredores de SP. Uns 2 anos depois que nos mudamos pra Londres, os pais dele mudaram-se pra um apartamento e a coleção ficou guardada - na casa, as tampas ficavam em uma parede enorme, perto da piscina. Da última vez que fomos pro Brasil, selecionamos algumas (eu tinha comentado com a minha sogra que um dia gostaria de ficar com elas caso ela não as quisesse mais) e resolvemos agrupá-las na parede do banheiro. Parece estranho, eu sei, mas fez uma mega diferença e deixou o espaço muito mais bonito. 

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Exposição: BP Portrait Award 2012

novembro 22, 2012 Helô Righetto 3 Comentários

Um dos museus que visitamos em Edimburgo foi a Scottish National Portrait Gallery - eu queria apenas dar uma olhada na coleção permanente mas pra minha sorte estava rolando essa exposição também. O BP Portrait Award é um prêmio/concurso realizado pela National Portrait Galley aqui de Londres, que todo ano revela artistas dentro desse nicho de pintura (meu preferido).

A exposição ficou em cartaz em Londres de junho a setembro desse ano, e eu nem sabia que depois os premiados e selecionados iam também para o museu de retratos em Edimburgo.

As telas são uma coisa de louco, lindíssimas. Desde as ultra realistas que parecem fotografia até as mais estilzadas, onde as pinceladas são visíveis e bem marcantes. Fiquei hipnotizada por tantos rostos desconhecidos que a sua maneira mostram expressões e sentimentos diferentes.

Agora é esperar a edição de 2013! Mais informações no site do prêmio.

Abaixo, a minha tela favorita (não foi premiada, mas selecionada pra exposição):
Rosie and Pumpkin by Vanessa Lubach

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52 objetos: semana 14

novembro 19, 2012 Helô Righetto 3 Comentários

  • O que é: poltrona e banqueta desenhadas pelo casal Charles & Ray Eames em 1956
  • Onde fica: na sala
  • Por que foi escolhido: essa dupla pra mim é um dos maiores símbolos da história do design no século 20. Sou grande fã do trabalho do casal Eames: eles não apenas criaram mobiliário atemporal, que passa longe de modismos e sobrevive a décadas de novos nomes da indústria e novas tecnologias, mas também desenvolveram métodos de produção que viabilizassem suas ideias. Exibo essa dupla aqui em casa com muito orgulho mesmo, acho que representa super bem o meio com o qual eu trabalho.
  • E o que mais? Comprei a peças separadamente. A poltrona veio antes, bem antes, e a compra não foi planejada. Aliás, eu não tinha nem espaço pra ela em casa. Mas a tentação falou mais alto: ela estava com um descontão na loja de saldos da Tok&Stok, e eu ainda tinha meu desconto de funcionário por cima. Botei no carro e levei pra casa - ela ficou no quarto de hóspedes, esperando seu dia chegar! Quando nos mudamos pra Londres eu resolvi comprar a banqueta, já que tinha espaço na sala. E aqui elas estão, lindonas e muito confortáveis!

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Férias e família

novembro 14, 2012 Helô Righetto 5 Comentários

Lá no twitter, meu assunto não foi outro nos últimos dias: meus pais estão por aqui e eu tirei 3 semanas de férias pra ficar com eles.

Entre um passeio e outro por Londres, vamos também abrir as asinhas e visitar Edimburgo (onde estou agora), Praga e fazer um rasante por Paris.

Pra quem me visita aqui há mais tempo, deve lembrar que uma viagem pra Edimburgo já havia sifo programada na primeira vez que eles estiveram aqui, em 2010 - mas micou totalmente depois do perrengue (mais conhecido como nevasca) em Berlim, que não nos permitiu voltar a rempo de Berlim para Londres e consequentemente nos fez perder a viagem.

Mas enfim, agora estamos aqui, finalmente riscando a cidade da nossa lista!

E por enquanto, posso dizer que Edimburgo é sim, tudo isso que todo mundo fala : )

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52 objetos: semana 13

novembro 11, 2012 Helô Righetto 4 Comentários



  • O que é: pintura em aquarela que compramos em Nova York, no final de 2005
  • Onde fica: no quarto de hóspedes
  • Por que foi escolhido: compramos essa tela no nosso primeiro dia em NY, de um senhor (acho que era chinês) que vendia na rua, ao lado do Metropolitan Museum. Eu bati o olho e gostei, foi super no impulso, estava numa empolgação sem tamanho. Acho legal que é uma lembrança dessa viagem que está sempre a vista aqui em casa.
  • E o que mais? Eu adoro decorar paredes, se pudesse deixaria o apartamento todo parecendo uma galeria (mas como não moro sozinha, tem que rolar negociação!). Porém, essa é a única pintura "real" que tenho. Os demais quadros ou são posters ou são fotografias. 

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Um email de Pemba

novembro 05, 2012 Helô Righetto 11 Comentários

Uma grande amiga minha está passando uma temporada em Pemba (Moçambique) a trabalho, que - bem basicamente - consiste em desenvolver produtos artesanais com comunidades carentes. Essa minha amiga é totalmente o oposto de mim no que diz respeito a comunicação via email: ela demoooooora pra responder e deixa os amigos preocupados, ávidos por notícias.

Mas quando ela manda o email tão esperado... é de arrepiar! Gostei tanto do que vi na minha caixa de entrada hoje que pedi permissão pra ela para poder colocar aqui. Colocando em contexto: ela está fazendo uma viagem (não sei exatamente por onde - ela esqueceu de me falar esse detalhe!) e escreveu esse email no impulso, deu vontade e ela me mandou.

Da pra sentir a emoção no texto, não dá não (a parte destacada é a que mais me chamou atenção)?


"Você deve imaginar que esta experiência africana não seja nada fácil. Um paradoxo, tem momentos de plena realização, emoção, comoção. 

Estou na estrada há quase 10 dias. Nem queira imaginar pelos lugares que passei. Aldeias e lugares sem estrutura alguma. O que vivi nesses dias vou levar comigo pro resto da vida. Além de toda a experiência, desenvolvi produtos com os grupos e essa troca me faz muito bem. Isso me preenche muito! Vou te mandar fotos e alguns vídeos que fiz pra você ter uma dimensão do que estou falando. Sabe o que é você chegar em um lugar e uma criança negra chorar de medo porque nunca tinha visto um branco? Você esperar pescarem o peixe pra você comer? Tomar banho de caneca e não ter descarga? Você chamar atenção por onde passa e as pessoas falando idiomas locais dizendo 'olha a branca'?

Que bom que você me pegou de jeito pra escrever porque assim eu consigo registrar o que passei esses dias. A maioria aqui é muçulmana. Estou aprendendo um pouco sobre a cultura deles com a mulher que viajou comigo. Aqui não existe casal, mãos dadas, beijinhos. Perguntei então pra ela se as pessoas se apaixonavam, se sabiam o que é o amor. Ela disse que isso era coisa de branco. Outra coisa que me espantei foi quando ela falou que filho se cria sozinho, basta ter. Eles comem se tem comida e dormem, não podem brincar muito porque senão ficam com fome logo.

Ah, teve um lugar que estava com um monte de crianças e caiu um galho com mangas. A criançada saiu correndo gritando, umas cinquenta! Fiquei assustada, não sabia o que tinha acontecido. É uma festa quando caem mangas dos galhos! Menina, e as crianças de uns cinco anos que andam carregando seus irmãos nas capulanas, parecem mini adultos! Ah, as pessoas que estao viajando comigo comem com as mãos!"

Tomei a liberdade de pegar 2 fotos que ela publicou no facebook pra ilustrar o post - obrigada Thatá! Vou aguardar mais e mais emails como esse.... comecei a semana muito bem!



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52 objetos: semana 12

novembro 04, 2012 Helô Righetto 14 Comentários




  • O que é: um autêntico e  tradicional relógio cuco alemão - comprado pelos pais do Martin entre 1982/84 quando eles moraram em Munique.
  • Onde fica: na parede da sala aqui em casa
  • Por que foi escolhido: o relógio ficou na casa da vó materna do Martin lá em Buenos Aires até ela morrer - e a minha sogra deu de presente pra gente quando nos mudamos pra cá. É o xodó da casa! Olhando atentamente você vai conseguir ver que está escrito W. Germany (West Germany - Alemanha Ocidental) ali perto dos ponteiros. Adoro os detalhes, imagino um artesão fazendo tudo a mão: o pássaro no topo, os galhos, as folhas. 
  • E o que mais? Todo mundo que vem aqui em casa pela primeira vez (não estou exagerando, todo mundo mesmo!) pergunta: "é um cuco mesmo? Sai o passarinho?" Sim, sai um pasarinho de meia em meia hora : ) Como ele tem aproximadamente 30 anos, requer bastante cuidado e é bem delicado. Tem que dar corda devagar e sempre que voltamos de viagem há uma certa dificuldade em fazê-lo voltar a funcionar direitinho. Acho o máximo que ele já morou em Munique, em Buenos Aires e agora em Londres.

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