Mestrado em Londres: primeiras impressões

outubro 11, 2017 Helô Righetto 3 Comentários


E então que finalmente começaram as aulas do mestrado. Estava há tanto tempo me preparando pra isso que já estava se tornando uma coisa meio surreal, sabe? Parecia que não ia acontecer de verdade. Tinha o Kilimanjaro, tinha a ida pro Brasil e algumas outras viagens. O "depois do mestrado" parecia tão distante... mas cá estou eu, de fato fazendo um mestrado.

Claro que ainda é cedo pra dizer se é bacana ou não. Por enquanto está tudo indo bem. Tem sim bastante coisa pra ler, e tem sim um monte de textos complicados que não consigo entender. Mas o mais importante é que, por enquanto (e talvez mais pra frente eu perceba que falei isso cedo demais), estou achando tranquilo. Consigo ter um pouco de tempo livre, ao contrário do que esperava (e ao contrário do que a maioria das pessoas me falaram). Eu estava preparada pra não ter vida fora da universidade após o início das aulas. E apesar de realmente não poder fazer planos com antecedência (principalmente viajar), não estou achando muito diferente do ritmo da vida de freelancer.

Não sei como é no Brasil, mas aqui o mestrado é praticamente "autodidata". As (poucas) aulas são curtas, e é esperado que você corra atrás da informação e participe de palestras, grupos de pesquisa e estudo. Também não é esperado que você comece as aulas já sabendo o tema da dissertação. Aliás, é bem o contrário: na primeira semana as professoras nos falaram que começar o curso com uma ideia já formatada é prejudicial.

O meu curso tem cerca de 30 pessoas, sendo que apenas um homem. Mais da metade é composta por estrangeiros. Temos uma matéria obrigatória nesse "term" (que vai até dezembro) e outra opcional. A minha matéria opcional é por acaso a matéria obrigatória de um outro curso (Direitos Humanos), e não tem mais ninguém do meu curso que também escolheu essa. Ou seja, tenho duas turmas completamente diferentes.

No fim desse "term" terei que escrever um "essay" pra cada uma das matérias - então a coisa deve ficar mais estressante pro fim do ano.

Também me inscrevi em umas aulas de "academic language development", formuladas para alunos estrangeiros que querem se familiarizar com escrita acadêmica. E tenho usado bastante a biblioteca.

Um dos meu "medos" de voltar pra faculdade depois de tantos anos era ser a mais velha da turma. E isso se confirmou. Tem muito mais gente nos seus 20 e poucos, e que acabaram de se formar e mudar para Londres para fazer esse mestrado, do que a turma dos 30 e poucos (e menos ainda dos 30 e muitos). Mas o lado bom é a empolgação dessa mulherada novinha. E o tanto que elas sabem: já conhecem as autoras mais importantes do movimento feminista, estão envolvidas com causas, e com sede de aprender. Ainda não foram picadas pelo mosquito "estou de saco cheio de trabalhar e ganhar pouco e é isso que é a vida?", e as vezes nossa diferença de idade de 10, 15 anos, é apenas um detalhe. Adoro conversar com elas.

Bom, é isso. Por enquanto só molhei o pé na vida acadêmica. Mais updates em breve!

3 comentários:

  1. Eu estava esperando esse post!!
    queria saber como era seu mestrado aí em Londres. Eu acabei de começar um em marketing em Reims, na França e tbm sou a mais velha da turma, tenho 32 e a enoorme maioria tem nem 25. Mas tbm não tenho ligado muito não. Aqui eu tenho aula praticamente td dia e em alguns dias, o dia td o que demanda bastante tempo pra estudar tbm. Mas meio que como com vc, vai do aluno correr atras.

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  2. Helo, o que está achando da Goldsmiths de forma geral? Estrutura, professores, etc. Tenho pensando em aplicar para lá ano que vem e queria saber sua opinião!
    bjs

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    1. estou achando ótimo! quanto a professores posso falar apenas dos meus, mas até agora bem satisfeita!

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