Referendo

junho 12, 2016 Helô Righetto 6 Comentários


Eu sou imigrante. Sou brasileira, tenho cidadania italiana, moro no Reino Unido. Sou casada com outro imigrante. Um argentino, que morou no Brasil. Eu poderia ir mais longe, falar dos meus bisavós, tataravós... sabe-se lá quantos países estão no meu DNA.

Isso já é motivo suficiente para eu seu totalmente contra a saída do Reino Unido da União Europeia. Eu sou a prova de que o mundo é melhor quando temos lado a lado pessoas que não apenas tem nacionalidades diferentes, mas também carregam tradições com as quais nós nunca teríamos contato se não fosse essa coisa maravilhosa que existe hoje em dia que é o direito de ir e vir.

O mundo é melhor quando um país pode ajudar o outro a se levantar. E assim, quem sabe, será ajudado quando estiver precisando. O mundo é melhor quando um país consegue ver potencial no coletivo, e sabe que a caminhada sozinho é muito mais difícil.

Existem dezenas de outras razões, econômicas, políticas, sociais, para que o Reino Unido permaneça na UE. Mas pra mim, é difícil de engolir que alguém acredite nesse lixo todo que é propagado por aqueles que querem o 'Brexit' (Britain + exit), e criam um medo (ah, o medo!) infundado usando imigração como base.

O Reino Unido pode ter centenas de defeitos. Cortar os laços com a UE não vai consertar nenhum deles. O nosso incrível sistema de saúde, já utilizado por mim e pelo Martin (lembrem-se, dois imigrantes!) muitas vezes, não vai melhorar. O sistema de benefícios não vai ficar mais rico. O problema de moradia não vai se resolver.

Até eu, que pouco entendo de política e não sou nem um pouco articulada para dar discurso nesse assunto, consigo enxergar isso. Cadê as grandes corporações (alô Google, Amazon, Starbucks) pagando seus impostos corretamente em vez de se aproveitarem de buracos na legislação? Que se dane né? Mais fácil culpar os imigrantes.

Quando pessoas do naipe de Donald Trump e Nigel Farage (líder do partido de extrema direita daqui) apoiam um lado, sabem o que devemos fazer? Apoiar o outro.

compartilhei essa imagem no Facebook, não sei quem é o autor original

6 comentários:

  1. Helô, qual tua impressão? Você acha que dá?

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    1. Tina, estou com medo. Como o voto não e obrigatorio, a gente nunca sabe quem vai votar no dia. e os q querem a saída estao mais determinados a fazerem seu voto valer do que os q nao querem. e tem quem nao de a mínima. é possível morar aqui e estar alheio a tudo isso, por mais estranho q isso possa soar. se a pessoa nao tem senso de coletivo, se td pra ela tá bem, ela nem vai votar. nem se informa.

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  2. essa guinada pra direita que a gente vê no mundo hoje, em todos os lugares, é assustadora. aqui no brasil estamos indo pelo mesmo caminho. aqui a questão dos imigrantes também é muito combatida, principalmente os haitianos, que em alguns estados são agredidos fisicamente à luz do dia.
    tomara que as coisas aí se resolvam da meljor maneira.
    beijo, querida, prazer...

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  3. Anônimo4:03 PM

    Sim, os canalhas explícitos facilitam as coisas para nós...
    Bj,
    Helê

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  4. Sim, os canalhas explícitos facilitam um pouco nossas escolhas...
    Helê

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  5. Concordo. O movimento devia ser justamente o contrario, de agregação, coletividade, globalização. A proposta de sair da EU eh retrograda por si só, aliada a isso tem os nomes da extrema direita associadas aos projeto. Pior eh ver imigrantes, naturalizados britânicos, apoiando a saída. Nao da pra entender.

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