O café vale a pena

agosto 14, 2015 Helô Righetto 3 Comentários

Há alguns anos que as minhas viagens de férias não são 100% a lazer. Todas elas acabam sendo 'para o blog' também, desde que eu comecei a colaborar ativamente com o Aprendiz de Viajante. Outro dia uma amiga me perguntou se isso é algo que me atrapalha - ela queria saber, por exemplo, se eu conseguia curtir mesmo as férias ou já ficava pensando nos futuros posts. Como eu já falei diversas vezes, eu consigo me desligar totalmente de tudo que é relativo a trabalho (e o blog é sim meu trabalho também, apenas não é meu principal provedor financeiro - quem sabe um dia?), e apesar de ter ideias para os posts durante as viagens, não fico estressada.

Enfim. Essa introdução meio nada a ver para falar de outra coisa relacionada a viagens: o equilíbrio entre amar viajar e curtir a vida 'normal'. A minha amiga Liliana escreveu sobre isso há um tempo, e achei válido falar sobre o assunto por aqui também, porque me dá um nervoso quando leio textos com 'dicas' absurdas para economizar para viajar mais.

Vamos por partes: vale a pena economizar pra viajar? Vale.

Vale a pena não fazer mais nada pra guardar todo e qualquer centavo para viajar? Não.

Olha, eu tenho meu peixe pra vender mas nem por isso acho sensato falar pra você não tomar um café no Starbucks, porque esses £2.5 que você gasta em um dia poderiam te ajudar a dar um passo em direção ao aeroporto. Também acho que sim, você deveria comprar a bolsa/calça/sapato/brinco que você quiser, sem ficar pensando que esse dinheiro poderia pagar uma diária no hotel.

Eu acho que os prazeres do dia a dia - por mais classe média que meus prazeres sejam - são uma grande contribuição pra minha sanidade e felicidade. Já não é fácil acordar cedo, trabalhar o dia todo e sonhar com trabalho (quem nunca?) a noite, então imagino que seja ainda mais chato fazer tudo isso apenas com um grande e único objetivo na vida - viajar.

Já cheguei a ler conselhos do tipo 'volte a morar com os seus pais por um tempo', e também vi um link no twitter para um post entitulado 'como viajar quando você tem dívidas' (me recusei a ler o post, porque afinal a resposta pra mim é óbvia nesse caso) - coisas que transformam a existência de qualquer pessoa em algo insuportável quando não está viajando.

Eu sei que existem dicas incríveis para gastar menos em viagens, ou para guardar dinheiro pra viajar - aliás lá no Aprendiz a gente escreve bastante sobre isso. Espero que eu tenha deixado claro aqui o meu ponto de vista: viajar é maravilhoso, mas pegar um café no Starbucks antes de ir pro escritório (e não morar com os pais) é muito bom também.

3 comentários:

  1. Adorei, Helô! Amo viajar, mas me divertir e fazer coisas que eu gosto no dia a dia são essenciais! Cada um é cada um, mas não consigo me imaginar deixando de aproveitar outras coisas na vida que não são viajar, mas são bem legais também. xx

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  2. Anônimo8:22 PM

    Acho que viajar é a maior paixão que tenho na vida, e se tivesse dinheiro sobrando e não precisasse trabalhar, provavelmente passaria a maior parte do tempo viajando. Mas não poderia ter uma rotina tão sem graça e chata, sem nenhum entretenimento e sem os pequenos prazeres, sem ir ao samba, tomar umas cervejas com amigos, ir a um show incrível, etc. E se tivesse que voltar a morar com os pais pra poder viajar....talvez não viajasse mais....kkkkk.
    beijos, sister

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  3. Adorei esse post e acho que vale para tudo na vida. Sonho nenhum pode ser maior do que seu desejo de viver. Amo viajar, mas também amo meus pequenos luxos do dia a dia. Não consigo abrir mão disso!
    Mas vejo muitos abrindo mão, e por diversas coisas.
    Um casal de amigos, por exemplo, construiu a casa própria e casou há alguns anos. Passaram quase um ano sem sair para barzinhos, viajar, comer fora, participar de churrasco com amigos porque tinham que se mudar com a casa decorada/mobiliada/planejada. Compraram tudo de uma vez só. E se morre no meio do caminho? Será que leva tudo isso consigo? Ou a vida que não viveu?

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