Correndo bem: o que funcionou pra mim
Tô longe de ser musa fitness ou conselheira esportiva, mas toda vez que posto uma foto relacionada a corrida em alguma rede social recebo vários comentários de pessoas falando que gostariam de começar a se exercitar e como eu faço pra conseguir 'treinar' (entre aspas porque eu odeio essa palavra).
Como eu sou uma reles mortal (entenda-se: não tenho personal trainer, não faço dieta especial, não tenho tempo de sobra, não sou uma pessoa atlética que ama se exercitar), achei que seria bacana falar um pouco sobre as coisas que me ajudam na rotina das corridas. Porque olha, se eu consigo correr 3 a 4 vezes por semana, fazendo em média 8.5km em cada corrida, qualquer um consegue.
Não foi algo imediato. Aliás, como eu já contei nesse blog diversas vezes, eu fiz algumas tentativas ao longo de 5 anos (mais ou menos) de incorporar a corrida na minha vida. E finalmente deu certo! Agora eu entendo porque não deu certo das outras vezes, e talvez se eu dividir o que eu aprendi aqui, mais gente vai tentar.
1. Começar caminhando
Aí que várias pessoas já me falaram: 'Uau! você corre tudo isso sem parar? Eu não aguento correr 1km!' - gente... claro né? Você não começa a correr correndo. Não faz bem, você não vai conseguir e a frustração só tende a aumentar. Eu e o Martin retomamos nossas corridas caminhando. Acho que foi mais ou menos 1 mês de caminhada (mas concentrados, sem conversa, nada de passear!), cerca de 5km cada vez. Chegou então um dia que caminhamos o primeiro km, aí corremos 500 metros. Aí caminhamos mais 2km e corremos mais 500 metros. E então, MUITO AOS POUCOS, as partes de corrida foram superando as de caminhada. Em 3 meses estávamos correndo 5km com um pace de 7 minutos por Km. Daí em diante fomos conhecendo melhor nosso ritmo e hoje sabemos quando estamos pronto pra adicionar mais metros ao percurso ou ir um pouco mais rápido.
2. Determinar uma frequência mínima
Não adianta ir uma vez na semana. Tem que fazer com uma certa regularidade, não apenas pro corpo começar a sentir a diferença mas também pra entrar na rotina. No começo fazíamos pelo menos 2 vezes por semana, depois fomos para 3. Hoje em dia o objetivo é correr 4 vezes por semana, e se por alguma razão não rola um dos dias, a gente não se culpa, vai 3 dias mesmo. Como já escrevi aqui antes, se a gente deixa de ir muito tempo, acabamos sentindo muito na volta. Isso é mais um motivo pra fixar uma frequência minima.
3. Respeitar seu mau humor
Eu ouvi diversos conselhos a respeito de correr. Mas o melhor veio da
Renata, que me disse: 'se você não está afim de ir, não vá.' Claro, uma coisa é preguiça (que eu tenho todo dia, e preciso vencê-la sempre), outra coisa é você sentir que o dia está uma merda e você realmente preferir ficar em casa vendo televisão. Ou então ir encontrar os amigos. Ou então ir pro bar tomar alguma coisa porque o dia está quente demais pra ir correr. Enfim, tem que entender quando é pura preguiça e quando é um dia que você não quer ir de jeito nenhum.
4. Comprar o melhor equipamento
Se eu soubesse a diferença que correr com um relógio apropriado faz nos meus treinos, teria gastado essa grana lá no começo. Comprei um Garmin Forerunner 220 há uns 2 meses e fez uma diferença tremenda - no começo o Martin carregava o calular dele no braço e usava o app MiCoach da Adidas. O que é ok, mas não tão preciso quanto o relógio. Agora cada um corre com o seu relógio e seu medidor de batimentos cardíacos (é bom ficar de olho!). Outra coisa é a roupa: tudo bem no começo ir caminhar/correr com aquela camiseta de algodão velha e aquele tênis normal, afinal você tem que ver se vai rolar mesmo. Mas, uma vez que a corrida estiver incorporada no dia a dia, compre um tênis de corrida bom, e roupas com tecido dri fit.
5. Inscrever-se em provas
Nada melhor do que ter um objetivo, e pra mim o objetivo ideal é ter sempre alguma prova em vista. Quando decidimos retormar a corrida pra valer no ano passado, nos inscrevemos em uma prova de 10km para novembro, o que nos dava cerca de 6 meses pra treinar. Deu super certo. Depois dessa, já imediatamente marcamos outra, e outra... e assim foi. A sorte é que é muito fácil inscrever-se em provas de corrida aqui em Londres, tem literalmente todo final de semana em algum canto da cidade. E as provas são também uma maneira de ver o seu melhor, conquistar seu PB (personal best) e usar como referência para as seguintes. E óbvio, é sempre bacana levar uma medalha pra casa!
6. Ter mais de um percurso de treino
Nessa o Martin discorda de mim. Mas eu acho muito chato sempre fazer o mesmo percurso nos treinos. Com o tempo você decora o ponto certinho onde dá 1km, 2km... e aí não tem jeito, o pensamento já fica 'nossa falta ainda um tanto pra 4km...', e isso não ajuda em nada. Por isso eu gosto de dar uma variada, ter uns 2 ou 3 caminhos alternativos e 1 principal. Também é legal pra ver 'outros terrenos', fazer um pouco de subida, correr na grama, na beira do rio... enfim, bom pro corpo mas bom pra cabeça também.
7. Diminuir ingestão de bebida alcóolica : (
Infelizmente é preciso. Beber aumenta o batimento cardíaco, o que não é bom, Essa eu sinto muito fácil: é beber uma noite, e no dia seguinte ver meu batimento lá nas alturas durante a corrida, e consequentemente eu canso mais rápido. Eu não cortei totalmente, até porque é um dos pequenos prazeres da vida, mas agora eu sei que no dia seguinte o pobre coração vai acelerar (o batimento máximo é 220 menos a sua idade, mas eu nunca deixo chegar perto disso. Pra mim, se bateu no 180 é hora de parar/diminuir).
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