Exposição: Edvard Munch - The Modern Eye
Estava super ansiosa pra visitar essa
exposição do Munch na
Tate Modern, esperando o Martin conseguir os ingressos corporativos que volta e meia caem na mão dele. Enfim, fomos no fim de semana passado e posso dizer que mais uma vez a Tate montou uma expo belíssima, com curadoria muito bem feita.
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A exposição vai até dia 14 de outubro, o ingresso custa £14 |
A pergunta que todo mundo faz: mas tinha alguma versão de
O Grito? Não, não tinha, e por isso que admiro ainda mais o conteúdo da mostra. Imagino que não deve ser fácil para os organizadores conseguirem montar algo que supra esse primeiro questionamento do público, e que faça valer a pena a visita mesmo sem o quadro mais conhecido do artista.
O objetivo dessa exposição da Tate é fazer com que o espectador tenha um insight na vida e obra de Munch no século 20, já que ele é geralmente linkado aos movimentos do final do século 19 (as quatro versões de
O Grito foram produzidas entre 1893 e 1910), mesmo que seu período mais produtivo não tenha sido esse.
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The Sick Child, 1907 |
Não é preciso entender de arte para sentir a aflição e a dor expressadas por
O Grito, e então acabamos assumindo que Munch é esse cara deprimido, desesperado, sofrido. E sim, ele passou por algumas barras pesadas em sua vida - como perder a mãe e a irmã para a tuberculose e ter sofrido um colapso nervoso aos 45 anos. Mas seu trabalho vai muito além dessa negatividade: ele trabalha com as cores como ninguém e se interessa por novas mídias - vemos influência do cinema e da fotografia em várias telas, por exemplo.
Uma das partes que mais me impressionou foi a sala que coloca frente a frente versões diferentes da mesma tela. Munch reproduzia suas próprias criações em intervalos de anos, e então podemos realmente perceber como ele domina diferentes técnicas e aplicação da cor. Outra seção interessante é a que acolhe as telas que mostram pessoas ou animais em movimento, algo que eu jamais associei a Munch.
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Workers on Their Way Home, 1913-14 |
Então é isso. Nada de
O Grito, mas muito pra gente aprender.
Ah, e precisava deixar aqui minha observação de historiadora da arte frustrada: quando uma das telas de Munch lembrei imediatamente de
uma série de pinturas feitas por David Hockney e expostas lá na Royal Academy of Arts. Rolou uma influência ou é total impressão minha? Fiz essa foto tosca com os catálogos lado a lado pra vocês verem:
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Acima a direita, a tela de Munch. Abaixo, duas telas de Hockney |
Claro, a época é outra, o estilo é outro, a paisagem é outra. Mas achei o link relevante - afinal pra que serve a arte se não para nos fazer pensar?
Deve ser a mesma exposição que passou aqui em Paris recentemente mas que infelizmente acabei "perdendo"... Mesmo querendo muito ir, pois adoro a obra de Munch (e nunca vi O grito pessoalmente).
ResponderExcluirEh possível pois Hockney é um teórico da pintura (ele se interessa desde o início pela técnica), e ele conhece muito bem a obra de Munch.
Mas as vezes é apenas o mesmo tema que é parecido em algum momento... Hockney é um arista que adora pintar na natureza e é normal que um momento ou outro ele teha se deparado com o mesmo tema.
Vi essa exposição nos meus últimos dias de Paris (é a mesma sim, Milena!), adorei!
ResponderExcluirTambem visitei esta exposicao. Vale muito a pena. Tenho que confessar que nao conhecia o trabalho de Munch (com excecao d'O Grito, obviamente) e aprendi e gostei muito.
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