Exposição: David Hockney - A Bigger Picture
Semana passada, na sexta feira, finalmente fui na exposição do David Hockney, que acontece até o dia 9 de abril na
Royal Academy of Arts (o mesmo museu
da expo do Degas). Hockney é um dos mais importantes artistas britânicos, e muita gente acha que ele é americano devido ao tempo que ele morou na Califórnia e toda sua produção feita lá. Aposto que quando se fala de David Hockney o que vem a cabeça é o famoso quadro
"A Bigger Splash", e o contraste desse estilo com as obras que estão expostas na Royal Academy é gritante.
A exposição é baseada no retorno do artista a Inglaterra - em 2005 ele se mudou para uma cidade no condado de Yorkshire, norte do país, onde nasceu. As paisagens da região, assim como a mudança das estações, foram a inspiração para esse trabalhos. O resultado, desculpem-me o clichê, é uma explosão de cor, são telas imensas, hipnotizantes, que retratam perfeitamente o "countryside" inglês.
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David Hockney trabalhando in loco em Yorkshire - gênio |
Eu já tinha visto várias imagens e lido muito a respeito, mas o impacto ainda assim foi grande. As pinturas são muito expressivas, e as vezes você se sente dentro delas, graças a perspectiva que Hockney escolheu. As fotos divulgadas na imprensa deixam a desejar, e você só se dá conta disso quando vê as telas ao vivo.
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Winter Timber, 2009, óleo sobre 15 telas, 2,74 x 6,09 m |
A exposição é imensa, e cada sala tem uma temática. Logo na entrada, por exemplo, estão 4 telas que representam o mesmo lugar nas 4 estações do ano. A partir daí já dá pra ter uma ideia do que vem pela frente, mas nunca fica repetitivo. Além das gigantescas telas pintadas em óleo, há também uma série de dezenas de aquarelas sobre papel.
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David Hockney em frente a uma das telas na exposição |
Minha parte preferida foram os desenhos feito no iPad, e impressos em papel no tamanho 1,08 x 1,44m. São 51 no total, todos entitulados "The Arrival of Spring in Woldgate, East Yorkshire in 2011". Ele produziu essa colecao entre os dias 1 de janeiro e 2 de junho de 2011, então dá pra perceber direitinho as nuances do clima. Como eles estavam arranjados na sala em ordem cronólogica, você conseguia ver perfeitamente a mudança. É difícil acreditar que alguns críticos (claro, bando de chatos) repudiaram essa série. São lindos e mostram como o artista incorporou essa nova tecnologia no seu trabalho. Um cara com um portfólio desses, uma bagagem artística impressionante, parte viva da história da arte, ter a qualidade de seu trabalho questionada? Ah, para né?
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Alguns dos desenhos feitos no iPad - tirei foto do catálogo |
Então, pra quem mora aqui, ache uma brecha na sua agenda até o dia 9 de abril e vá, isso é uma ordem!! Não há mais como comprar com antecedência, é preciso enfrentar a fila, como eu e a Fê fizemos - 2 horas e meia. O valor do ingresso é £14.
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