Leitura: Carnival, Rawi Hage

dezembro 30, 2016 Helô Righetto 0 Comentários


Eu não lembro quem tinha me falado ou onde eu li que esse livro era muito bom. Foi o primeiro que li desse autor, e pra mim não rolou. Assim, ruim não é. Tem várias passagens boas, inclusive muitas naquele estilo "vida real transformada em ficção" que eu adoro, mas no greal achei meio sem pé nem cabeça.

O começo é arrastado, aí o meio é bem interessante, aí no fim acontece um monte de coisas tudo ao mesmo tempo agora e termina conceitualmente. ODEIO finais conceituais. #meujeitinho

Olha, quanto mais eu leio livros de não ficção, mais dificuldade eu tenho de achar uma ficção que eu realmente ame. Aliás, há uns meses eu resolvi dar uma olhada em todos os de ficção que eu comprei há um tempão e ainda não haviam sido lidos, e acabei colocando vários na pilha de doação. Preciso ser mais seletiva na hora de comprar livros.

Ah, criei uma hashtag no Instagram para marcar todos os livros que leio (comecei a postar sempre lá, assim que termino), pra quem tiver curiosidade é só procurar #heloreads



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Montanha Russa

dezembro 29, 2016 Helô Righetto 0 Comentários


Hoje eu fui numa montanha russa! Eu não lembro qual havia sido minha última vez em uma montanha russa. Certamente há mais de oito anos, que é o tempo que moro em Londres. Enfim, não foi uma montanha russa super ultra mega radical, mas foi emocionante pra mim. E o melhor é que fui com duas das minhas melhores amigas e a gente riu muito. Muito mesmo!

Eu não sou a melhor companhia para ir a um parque de diversões. Fico enjoada fácil, tenho medo (não de altura, tenho um medo mais louco mesmo, de morrer em algum desses brinquedos porque a trava de segurança falhou ou algo assim), e mal abro os olhos quando estou no brinquedo. Mas acredite se quiser, eu era pior quando mais nova.

Lembro que uma vez, acho que eu tinha uns sete anos, meu pai levou eu e minha irmã no Playcenter. Aí nós duas resolvemos ir no tobogã (quer dizer, ela deve ter resolvido e eu fui junto, porque teve uma época na nossa infância que eu era maria vai com as outras em relação a minha irmã). Chegando lá em cima, depois de subirmos as escadas, minha irmã desistiu. Ficou com medo. Eu, é claro, desisti também. Ir sozinha? Nem a pau! Descemos as escadas, morrendo de vergonha, contra o fluxo da galera subindo. Chegamos lá embaixo e meu pai não escondeu sua decepção. Ele resolveu que a gente deveria ir, e foi junto. Subimos as escadas de novo e fomos os três.

Olha só gente, tive um insight agora, Freud ficaria orgulhoso: a gente costuma culpar nossos pais pelos nossos medos e problemas mais profundos, mas podemos também culpar as irmãs e irmãos mais velhos. Taí, resolvi que meu cagaço com brinquedos de parques de diversões é culpa da minha irmã. Ha!

Ok, foco. Sobre a montanha russa hoje. Parece uma bobagem né, mas fiquei o dia todo pensando nisso. Eu fui em uma montanha russa! Deu tudo certo! Eu curti! Fiquei com medinho, mas curti. poxa, que bom fazer algo assim, tão atípico pra mim, antes de fechar esse ano tão esquisito.

Obrigada minhas amigas amadas, Marina e Quézia, por gritarem também!

(esse é o vídeo da Montanha Russa que a gente foi, não fui eu que filmei)

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Foco

dezembro 27, 2016 Helô Righetto 1 Comentários


Eu tenho alguns planos pra 2017. Mas são planos grandes, que precisam de investimento de tempo/trabalho e/ou dinheiro (portanto, altas chances de darem errado), então deixarei para contar aqui a medida que eles forem saindo do papel.

Dei uma olhadinha no que escrevi aqui há mais ou menos um ano, sobre meus planos pra 2016. Eram 5 metas bem específicas: correr uma meia maratona, terminar de escrever um livro, fazer algum curso, fazer trabalho voluntário e pedir mais. Infelizmente não fiz nenhum curso, por pura falta de organização mesmo. 

Uma coisa muito boa que aconteceu em 2016: amizades novas. Saí da minha zona de conforto e fiquei um pouco menos anti social. O blog mais uma vez foi essencial (acho que todas as minhas amizades londrinas são decorrentes do blog, direta ou indiretamente), e preciso sempre me lembrar disso quando penso em parar. 

Preciso um pouco mais de foco em 2017. Entrei aqui pra escrever um post pra falar mal de algo que vi no Facebook e acabou nisso. 

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A maior conquista de 2016

dezembro 18, 2016 Helô Righetto 1 Comentários


Meia maratona? Trabalho voluntário? Viagens? Projetos do blog? Ativismo?

Que nada. A maior conquista de 2016 aqui nessa casa foi o conserto do vazamento no banheiro. Depois de 4 anos, 2 encanadores que nos cobraram e não consertaram nada e 2 pisos arrancados, foi uma encanadora que nos ajudou a solucionar o problema. Nos aconselhou a trocar o box e fazer uma vedação decente. Falou que ela poderia fazer o serviço, mas que achava que nós mesmos seríamos capazes de fazer e assim economizaríamos um bom dinheiro.

Vazamento consertado, piso novo instalado (também feito "in house" após um orçamento assustador de £500). Quem sabe em 2017 a gente consegue fazer a função secadora da máquina de lavar roupa funcionar novamente?

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Crônica: o dia que eu achei que estava milionária

dezembro 12, 2016 Helô Righetto 1 Comentários


Eu sei que é de certa forma redundante chamar esse post de crônica. Afinal esse é um blog pessoal, tudo que escrevo aqui é relacionado a minha vida. Mas eu sempre escrevo sobre o "agora", seja um livro lido, um show que eu fui ou algum trabalho que estou fazendo. Então, há alguns dias, durante uma corrida (minha cabeça vai muito longe durante as corridas, eu já cheguei a imaginar coisas que me deixaram com um nó na garganta de emoção, juro), eu lembrei dessa história, do dia que eu achei que tinha ficado milionária. É uma história que adoro contar, e adoro relembrar com o meu pai (segue lendo e você vai entender porque), então nada mais justo do que compartilhar aqui. Tenho tentado lembrar desses "causos" engraçados, e acho que é uma maneira de dar uma atualizada no blog de vez em quando. Então vamos a ele, o dia que achei que estava milionária. 

Em 2003 eu comecei a trabalhar em uma empresa no município de Diadema, em São Paulo, como desenhista projetista. Era uma fábrica de divisórias e móveis de escritório. Pela segunda vez na minha recente trajetória profissional eu estava empregada em Diadema, e pela segunda vez em uma fábrica. Só quem já trabalhou em fábrica sabe como esse é um ambiente peculiar. Conservador, machista, cheio das regras.

Por exemplo, às 9 da manhã, todo dia, uma sirene indicava a pausa do café. E até às 9:15 todo o pessoal - tanto quem trabalhava na fábrica em si como a turma do escritório - tomava seu café e comia um pão com manteiga gentilmente cedido pela empresa. Um por pessoa apenas. Se por acaso alguém faltasse aquele dia, o pão com manteiga poderia ser repassado. A sirene tocava novamente no começo e no fim do horário do almoço e também no fim do expediente.

Como vocês podem imaginar, quase não havia mulheres trabalhando nessa empresa. No escritório, acho que éramos em 4 ou 5. O lado bom é que o banheiro estava sempre vazio. O lado ruim é que um dia uma delas me perguntou "você está menstruada? Porque tem alguém jogando absorvente usado aberto no lixo."

A parte do escritório, onde eu trabalhava, tinha o típico layout de um escritório de fábrica. De um lado do corredor as salas dos chefes. Do outro lado, os departamentos. Eram três chefes: o Sr. Ogro, responsável pela fábrica; o Sr. Coxinha, responsável pelo financeiro, e o Sr. Riquinho, responsável pelo comercial.

Eu não gostava, mas também não odiava. Ficava mais na internet lendo blogs do que efetivamente no autocad fazendo desenhos de móveis de escritório. Meus colegas eram simpáticos, e poxa, tinha o pão com manteiga. Um desses colegas, que inclusive trabalhava na mesma sala que eu (era a sala dos orçamentos, e eu não sei porque diabos eu ficava lá, já que havia a sala dos desenhistas, logo ao lado), era viciado em duas coisas: doces e loteria.

Todo dia, depois de almoçar, ele caminhava até o centro comercial ali perto para refazer seu estoque de paçocas e afins, e também para jogar em alguma coisa. Se não tinha nada, ele comprava raspadinha. Volta e meia ele fazia um terno, ou uma quadra. Então, ninguém melhor do que ele pra organizar o bolão do escritório. Era a mega sena acumular, que a gente fazia bolão. Vocês sabem né? Não dá pra ficar fora de bolão da firma. O dia que você resolver não participar, é o dia que eles vão ganhar. Imagina eu, ter que aturar o Ogro, o Coxinha e o Riquinho ao ficarem sabendo que todo mundo havia se demitido porque ganharam a mega sena?

Eu ia até trabalhar animada no dia seguinte do sorteio. Chegava até mais cedo, pra saber se a gente tinha feito pelo menos a quina. Um dia, assim que eu cheguei, o administrador do bolão me falou: "Helô, você está sabendo que saiu pra um ganhador em Santa Catarina? Já falou com os seus pais?"

Meu coração parou um segundo. Sentei na minha mesa e liguei pro escritório do meu pai em Joinville (ele ainda não havia se aposentado). Quando pergunto por ele, a recepcionista me fala que ele não estava. Ligo em casa. Ninguém atende. Ligo no celular do meu pai (minha mãe não tinha celular nessa época), nada.

Então eu comecei a achar que estava milionária. Mas em vez de ficar feliz eu comecei a ficar com muita raiva. Como assim meu pai não tinha me avisado? Tinha feito eu acordar cedo e ir até Diadema trabalhar? Só podia ser brincadeira. Ele e minha mãe provavelmente estavam a caminho de São Paulo (de primeira classe, claro, ou em um jatinho particular) pra me dar a boa nova ao vivo. Onde será que a gente iria jantar aquela noite? O que eu ia falar pras amigas? Pega mal sumir?

Continuei insistindo no celular do meu pai. A essa altura eu já estava imaginando o que faria com a minha parte do prêmio. Tantos, tantos planos! Que maravilha ser milionária!

Finalmente, depois de tantas tentativas, meu pai atende o celular. Ele parou no acostamento da estrada, pois estava a caminho de Lages para visitar um cliente, e ficou preocupado com as minhas ligações, uma atrás da outra. Era por isso que ele não estava escritório (eu infelizmente não lembro porque minha mãe não estava em casa).

Meu pai chorava de rir. Não filha, não fomos nós. Não estamos milionários, mas essa história é boa.

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Leitura: Feminist Fight Club, Jessica Bennett

dezembro 11, 2016 Helô Righetto 2 Comentários


Há alguns anos, um grupo de amigas e conhecidas que estavam tentando engatar suas vidas profissionais em Nova York começaram a se encontrar para trocarem experiências e desbafarem sobre as frustrações da vida corporativa. Jornalistas, produtoras de televisão, roteiristas, designers (a turma de humanas, no geral!) começaram a notar, durante esses encontros, que parte da dificuldade em progredir a carreira era proveniente de uma coisa que todas tinham em comum: serem mulheres.

As histórias e aprendizados do grupo deram origem ao livro Feminist Fight Club, focado em machismo no trabalho: comportamentos (dos machistas e das mulheres) e como combatê-los, fatos e estatísticas (como diferenças salariais) e muito, muito bom humor. É um livro didático e divertido, coisa difícil de conseguir.

Recomendo muito pra quem quer começar a ler livros feministas e não sabe por onde, acho que esse é um bom ponto de partida. O meu já está emprestado e espero que passe pelas mãos de muitas mulheres!

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The Cure

dezembro 04, 2016 Helô Righetto 6 Comentários


Um dos meus objetivos pra 2017 é ficar mais esperta com o calendário de shows aqui em Londres. Tem muuuuuita coisa boa rolando sempre, mas isso acaba sendo um problema: é difícil acompanhar, e quando você descobre que vai ter show de um artista que você gosta, pode ser tarde demais (ou seja: impossível conseguir ingressos. Os que tem são de sites de revenda que cobram cinco vezes o valor original).

Mas eu adoro ir em shows. Não sou de balada, nunca fui, mas show é diferente. Escutar ao vivo aquelas músicas que a gente ouve sem parar desde sempre então? Ah, viagem no tempo, na certa!

Eu dei sorte de ficar sabendo do show do The Cure há tempo, mas o ingresso foi em site de revenda mesmo. Saiu caro, mas é The Cure né? Comprei mesmo assim. E olha, teria pago ainda mais, porque foi muito, muito bom. Um show de três horas. Pouco falatório, zero enchição de linguiça. Só todas aquelas músicas maravilhosas, uma atrás da outra.




Eu amo show que tem gente mais velha que eu. Show que tem fãs com camisetas da banda ou cabelos arrumados como o do vocalista. Show que tem mães e pais com seus filhos. Você pode achar o que quiser das bandas dos anos 80 e 90, mas uma coisa não dá pra negar: mesmo quem nasceu muito depois das músicas estourarem sabe as letras de cor.



Robert Smith e cia: foi muito bom!

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1 ano, site, bloqueio

dezembro 02, 2016 Helô Righetto 3 Comentários


Semana passada, dia 25/11, eu e a Renata comemoramos 1 ano de Conexão Feminista. Quando a gente fez o primeiro hangout, dia 25/11/2015, a ideia era ter esses encontros online a cada 15 dias. Ou seja, teríamos uns 25 ou 26 no fim do primeiro do ano.

Só que a gente dobrou a meta! Já temos mais de 50 vídeos no canal (em sua maioria os hangouts, mas também alguns vídeos colaborativos e outros de notícias) e o Conexão acabou se tornando algo muito maior na minha vida. Não apenas na questão do tempo dedicado (algumas horas todos os dias lendo artigos, fazendo posts no facebook, organizando hangouts com convidadas, estudando para hangouts, etc etc etc) mas também como algo que me traz imensa satisfação. Por causa desse projeto eu já fiz novas amigas (virtuais e "reais", aqui em Londres mesmo), passei a frequentar palestras e atividades feministas e cada vez mais entendo o poder e a importância do ativismo.

Eu e a Rê temos um monte de ideias pro Conexão, mas como também temos um monte de contas pra pagar, precisamos ser realistas e caminharmos de acordo. Mas uma coisa já fizemos: um site (o qual foi construído pelo Leo Melo, com toda paciência do mundo)! O site foi pro ar no mesmo dia do aniversário, e concentra todos os canais de comunicação.

Outro presentinho que ganhamos de aniversário foi a inimizade do Facebook. Por termos publicado a foto de um mamilo na página, como parte da campanha #mamilolivre, o Facebook nos tirou do ar por algumas horas. Alguns dias depois recebemos um email com um pedido de desculpas do próprio, falando que a imagem havia sido removida por engano e seria devolvida pra página. Vitória? Não. Pra nossa surpresa, passado uma semana, alguém denunciou a foto de novo, e dessa vez o Facebook resolveu me bloquear por 24 horas.

Enfim, lições que vamos aprendendo quando resolvemos lutar por uma causa. Aviso aos perseguidores de mamilos: vocês vão cansar de "denunciar" a gente, porque a gente não vai cansar de postar mamilos.


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