O mercado de trabalho para os criativos em Londres
*****ATUALIZAÇÃO 10/04/17**********
Esse post foi originalmente publicado em 2014 e é um dos mais acessados desse blog. Consequentemente, é um dos que mais recebe comentários. Os comentários geralmente são perguntas sobre a situação pessoal de cada pessoa, e há pouco que posso acrescentar (muitas vezes nada) além do que já escrevi aqui. Peço que por favor leiam o post com calma e leia também os comentários, pois sua dúvida já pode ter sido respondida. E respostas para algumas perguntas frequentes:
1. Eu não sei nada sobre visto de trabalho. Consulte o site
https://www.gov.uk/government/organisations/home-office para toda e qualquer informação sobre visto.
2. Eu não sei se você pode trabalhar caso venha pra cá com visto de estudante. Consulte o site indicado acima
3. Não sei como está o mercado na sua área específica, por favor leia o post novamente
4. Não sei como está o mercado em outras cidades da Europa
5. Sobre validação de diploma de arquitetura, consulte o site
https://www.architecture.com/RIBA/Home.aspx para encontrar esse tipo de informação
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Nos meus três primeiros anos em Londres, volta e meia recebia emails de pessoas interessadas em saber como era trabalhar na indústria criativa por aqui. E não eram apenas pessoas com a mesma formação que eu (Design de Produto), mas de várias outras áreas criativas, como moda, interiores e arquitetura.
Fazia tempo que eu não recebia mensagens assim, até que mês passado chegaram vários emails sobre o mesmo assunto: como eu faço pra trabalhar no que você trabalha? O que eu preciso fazer para trabalhar com design/arquitetura/moda em Londres?
Então fica aqui o post pra servir de referência pra quem tem esse tipo de dúdida e não sabe por onde começar a pesquisar. Claro que cada caso é um caso, e as perguntas específicas eu tenho o maior prazer em responder. Esse é um panorama geral, e quem sabe pode ajudar quem está confuso ou não sabe como dar os primeiros passos.
Nos últimos anos, a oferta de trabalho para designers e arquitetos aumentou bastante, mas ao mesmo tempo não ficou mais fácil arrumar emprego. Muita gente boa, do mundo inteiro, vem pra Londres com o mesmo objetivo. A competição é acirrada.
E lembre-se de que aqui (acredito que na Europa como um todo) é muito mais comum fazer faculdade de moda/design do que no Brasil. Isso porque existem cursos específicos. No Brasil a gente se forma em Design Gráfico ou Design de Produto. Aqui, é possível passar 3 anos estudando áreas como Design de Superfície, Design de Estampas, Design de Transporte, Design de Móveis. Ou seja, mais opções, mais gente cursando.
Se você está mesmo considerando vir para Londres com a intenção de arrumar um trabalho criativo, considere expandir seus horizontes. Pode soar vago, mas se alguém tivesse me falado isso antes de eu me mudar teria me poupado alguns meses de frustrações e questionamentos. Precisei bater muito a cabeça antes de perceber que poderia fazer outra coisa relacionada com design que não necessariamente desenhar.
Você estudou Design de Interiores? Pense em trabalhar com styling para produções de revistas de decoração e catálogos de empresas de móveis e accessórios. Estudou moda? Considere começar a sua carreira em uma agência de relações públicas. Estudou arquitetura? Pesquise vagas na área de projetos de interiores para varejo.
Outra coisa importante: coloque o fato de ser estrangeiro a seu favor. Parece óbvio, mas a gente se sente intimidado quando chega aqui, é tudo tão novo e as coisas acontecem tão rápido que a impressão é de que sempre estamos perdendo alguma coisa, e quem é local sabe mais que a gente. Mas sabe o que aprendi trabalhando aqui? Que não ser daqui é uma das maiores vantagens que tenho em relação aos 'concorrentes' locais. Seu conhecimento de mercado de outro país, seu background cultural é muito bem visto no meio criativo.
Por fim, explore Londres. Andar de exposição em exposição, evento em evento, palestra em palestra foi o que me ajudou a espantar o desânimo que batia nos meus primeiros meses procurando emprego. Todo dia tem alguma coisa pra fazer, e aos poucos você começará a reconhecer nomes (de pessoas e empresas) e entender como funciona sua área. Foi uma exposição sobre o Le Corbusier no Barbican (que visitei em um dia que estava particularmente desanimada, me lembro muito bem) que rendeu a
minha primeira matéria publicada. E dessa para todas as outras, em uma série de sites e revistas, acabou sendo mais rápido do que eu imaginava.
Acho que é isso. Vou pedir ajuda dos universitários: compartilhe sua experiência nos comentários!
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Alguns sites bons para pesquisar vagas:
2 comentários:
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