Blogagem coletiva: meus top 5 livros

agosto 31, 2012 Helô Righetto 13 Comentários

Quem diria que as saudades deixadas pelas Olimpíadas se transformaria em um clube de leitura? Pois é, um grupo de amigas tuiteiras que passou 2 semanas "juntas" comentando os jogos virtualmente precisou ir atrás de uma válvula de escape pra suprir a falta daquele bate papo tão bom que transformou nossas timelines no twitter em narração esportiva entre os dias 27/07 e 12/08. No fim, descobrimos que temos em comum outra paixão: os livros. Rapidamente montamos um "book club" virtual pra trocar experiências e sugestões. Como boa parte da turma é também blogueira, logo tivemos a ideia de fazer uma blogagem coletiva pra falar dos nossos top 5 livros. Sim, proposta difícil, mas cada uma vai abordar o assunto a sua maneira - pra ficar muito mais bacana e gostoso de ler.

Eu tenho certeza que de daqui a alguns dias vou lembrar de algum título que deveria estar nessa lista, e mais certeza ainda de que daqui a alguns anos ela será completamente diferente. Afinal, tem livro demais na minha "pilha de espera"! Mas enquanto isso, vamos aos escolhidos:

O Físico (Noah Gordon)
Um épico, que conta a história de um menino na Idade Média que após ficar órfão foi trabalhar como assistente de um "barbeiro-cirurgião" que rodava a Inglaterra  - esse barbeiro fazia um pouco de tudo: de show de malabares a consultas médicas até amputação de pernas. Depois da morte desse homem, o menino resolve que quer ser médico de verdade e atravessa a Europa para chegar até a Pérsia, único local que possuia uma escola de medicina.

Essa é a descrição mais básica possível, e como já li há muitos anos (eu conheci o Martin quando estava lendo esse livro), não lembro de um monte de detalhes. Aliás, acho que vou comprá-lo em inglês (nem sei onde foi parar a edição em português que a gente tinha lá em casa) e ler novamente - vai valer demais a pena.

Salto Mortal (Marion Zimmer Bradley)
Outro que já foi lido há tantos anos que ficou difícil lembrar de algumas partes (pior: não lembro o final). Trata-se da história de amor de um casal gay que trabalha em um circo itinerante nos Estados Unidos. Tudo começa na década de 1930, mas a história avança por uns 20 anos, pois uma das coisas que lembro é que um dos personagens principais serve na guerra.

Se hoje ainda estamos longe de superar o preconceito homossexual, imaginem naquela época. E ainda levando em consideração que um deles é de família italiana, super conservadora. Ou seja, ótimo pra gente abrir a cabeça e repensar como é viver fingindo não ser o que você na verdade é.

Pantaleão e as Visitadoras (Mario Vargas Llosa)
Meu primeiro Vargas Llosa, uma obra prima. A maneira como ele foi escrito é genial, inovadora, parece que os personagens estão conversando bem na sua frente. Pode parecer confuso na primeira página, mas rapidinho você pega o jeito da leitura - que não tem narrador, a "contação" passa de um personagem para o outro muito rápido, sem ser um diálogo propriamente dito. Não sei se tem algum termo literário pra esse estilo, mas eu nunca li nada assim.

Pantaleão Pantoja é um exemplar militar do exército peruano, e acaba sendo indicado para um projeto nada normal: organizar um serviço de prostitutas para atender os militares da região. Pantaleão é tão bom, tão organizado e tão profissional que não demora muito pro negócio se tornar um sucesso: todas as prostitutas querem trabalhar pra ele. E aí começa o problema, afinal é um negócio "não oficial".

Caso você nunca tenha lido Vargas Llosa, comece por esse (tem filme também, mas veja depois!)

Cem Anos de Solidão (Gabriel García Márquez)
Muito clichê colocar esse clássico na minha lista? Li há menos de 2 anos e levei meses a fio pra terminar, pois foi minha primeira leitura em espanhol. A queimação de neurônios valeu a pena, afinal nada mais gratificante do que ler um clássico no idioma que foi escrito.

Fico até sem graça de comentar sobre o Cem Anos, mas quando comecei a pensar nos livros que ia incluir aqui, ele não me veio de primeira. Confesso que não é fácil, não é uma delícia de ler, e depois de terminar é que tive noção da obra que eu tinha acabado de absorver. A história da família Buendía caminha entre o real e o fantasioso. Mas só García Márquez tem o poder de fazer uma pessoa flutuar e virar anjo e fazer parecer normal.

O Sonho do Celta (Mario Vargas Llosa)
Na época que terminei O Sonho da Celta já escrevia sobre minhas leituras aqui, então vou dar aquela "roubada" e copiar o post:

O Sonho do Celta conta a saga de Roger Casement, irlandês a serviço do Império Britânico que viu de perto os horrores da colonização europeia na África no fim do século 19 e início do século 20, e também os abusos e absurdos cometidos na Amazônia devido a exploração dos seringais. Testemunhar os horrores e torturas nesses lugares fez com que Roger abrisse os olhos para a colonização da Irlanda pela Inglaterra e, consequentemente, se envolvesse na luta para independência de seu país. Além disso, há toda uma história paralela pra polemizar, sobre a vida pessoal do personagem.

E pra quem gostou da ideia da blogagem coletiva e quer ler mais, essa turma participou também:
Mais alguém a fim de participar?

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Foo Fighters @ Leeds Festival

agosto 29, 2012 Helô Righetto 2 Comentários

Pois é, quem diria, euzinha em um festival de música britânico. Pois coloquei minhas frescuras de lado, me armei de paciência e conselhos das minhas amigas experientes em festivais, abasteci a mochila com papel higienico, baby wipes, água e capa de chuva e fui. Fui pra Leeds com o Martin especialmente pra ver o Foo Fighters tocar ao vivo - coisa que venho tentando fazer desde 2000, quanto eles cancelaram o show para o qual eu tinha ingresso, lá em SP.

Esse foi apenas o primeiro de vários desencontros com a banda, mas finalmente chegou o dia, e na sexta feira de manhã pegamos o trem para Leeds. Em 2 horas chegamos na cidade e no fim do dia fomos para o local do festival, prontos pra pular muito e escutar o Dave Grohl cantar ao vivo as minhas músicas favoritas.

chegando no palco principal do festival
Eles tocaram tudo que eu queria ouvir, aproveitei ao máximo, foi legal.. mas... não foi o que eu esperava. sabe quando as expectativas estão tão altas, mas tão altas, que você vai embora tentando se convencer de que foi sim maravilhoso, imagina, tá doida? Foo Fighters, pô!

Achei que eles estavam meio cansados, as falas do Dave Grohl muito ensaiadas (já vi vários shows deles na tv e you tube em diferentes partes do mundo), eles deram aaaaltas enroladas, e acho que o fato de ser um festival e ter pessoas indo e vindo o tempo todo me incomodou também. Dava pra ouvir um pouco do som de um outro palco e das pessoas no mini parque de diversões logo atrás.

Infelizmente não foi o tipo de show que me fez chegar em casa com um zunido no ouvido, ou rouca de tanto gritar. Curti, é claro que valeu a pena, e fica aqui a desculpa para prestigiar uma das minhas bandas favoritas novamente o quanto antes.

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8 anos de blog

agosto 27, 2012 Helô Righetto 17 Comentários

Eu nunca lembro a data de "aniversário" do blog, mas dessa vez não vou deixar passar em branco. Hoje, dia 27/08/12, completamos (digo no plural porque o Martin tambem escrevia aqui no começo. Aliás, o primeiro post é dele) 8 anos escrevendo aqui.

Já pensei muitas vezes em apagar alguns posts - confesso que sinto vergonha de umas bobajadas que escrevi nesse período. Mas acho melhor deixar, afinal é um registro de como eu mudei desde os meus 24 aninhos.

Lá no começo ninguém sabia da existência do blog - apenas alguns amigos mais chegados, então a gente usava os posts quase como um chat: cheio de piadinhas internas que pra muita gente não faziam sentido algum (as vezes nem eu entendo do que estava falando quando leio algum post velho). Aí veio a mudança pra Londres e com isso ganhamos um monte de novos leitores - inclusive nossas famílias.

Hoje já nao sei definir o estilo desse blog - é uma mescla de diário pessoal, com álbum de fotografias, relatos de viagens, explicações sobre a vida em Londres, meus passatempos, meu trabalho, nossa vida juntos, quase o mesmo tempo de exitência desse canto aqui. É tipo um quebra cabeça de mim!

Volta e meia bate uma preguiça de postar e, claro, depois de tanto tempo blogando, impossível não me perguntar: continuo ou nao continuo? Mas vou continuando e acho que está bom assim. Poxa, esse blog me trouxe novas melhores amigas e melhorou demais a comunicação com os amigos de longa data e com a família. Fora os eventuais emails que recebo de leitores - é um capítulo a parte! Gosto demais.

Será que em 2020 vou olhar nos arquivos e sentir vergonha das bobagens que eu escrevi aos 32? Tomara que todo mundo que passa por aqui hoje continue acessando esse blog pelos próximos 8 anos. Valeu pela paciência pessoal! Nao é fácil ler tanta conversa fiada hein?

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52 objetos: semana 2

agosto 26, 2012 Helô Righetto 2 Comentários


  • O que é: poster do Vitra Design Museum com uma seleção de 224 cadeiras criadas entre 1840 e 2000.
  • Onde fica: na sala, no chão mesmo, bem do lado do meu "home office"
  • Por que foi escolhida: esse poster conta a história do design  - principalmente o boom na metade do século 20 - através das peças que estão ali. Sempre consulto as informações (cada cadeira tem data de criação e autor da peça) como referência para matérias. 
  • E o que mais? Comprei esse poster em uma feira que visitei a trabalho lá em Colônia, e tive que levá-lo na mão - ele é imenso. Morri de medo de ser barrada, pois estava voando de EasyJet e já tinha uma outra bagagem de mão. No fim deu tudo certo, mas levei muito tempo para comprar a moldura, o poster ficou mais de 1 ano enrolado, guardado no armário. 

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Exposição: Edvard Munch - The Modern Eye

agosto 23, 2012 Helô Righetto 3 Comentários

Estava super ansiosa pra visitar essa exposição do Munch na Tate Modern, esperando o Martin conseguir os ingressos corporativos que volta e meia caem na mão dele. Enfim, fomos no fim de semana passado e posso dizer que mais uma vez a Tate montou uma expo belíssima, com curadoria muito bem feita.

A exposição vai até dia 14 de outubro, o ingresso custa £14
A pergunta que todo mundo faz: mas tinha alguma versão de O Grito? Não, não tinha, e por isso que admiro ainda mais o conteúdo da mostra. Imagino que não deve ser fácil para os organizadores conseguirem montar      algo que supra esse primeiro questionamento do público, e que faça valer a pena a visita mesmo sem o quadro mais conhecido do artista.

O objetivo dessa exposição da Tate é fazer com que o espectador tenha um insight na vida e obra de Munch no século 20, já que ele é geralmente linkado aos movimentos do final do século 19 (as quatro versões de O Grito foram produzidas entre 1893 e 1910), mesmo que seu período mais produtivo não tenha sido esse.

The Sick Child, 1907
Não é preciso entender de arte para sentir a aflição e a dor expressadas por O Grito, e então acabamos assumindo que Munch é esse cara deprimido, desesperado, sofrido. E sim, ele passou por algumas barras pesadas em sua vida - como perder a mãe e a irmã para a tuberculose e ter sofrido um colapso nervoso aos 45 anos. Mas seu trabalho vai muito além dessa negatividade: ele trabalha com as cores como ninguém e se interessa por novas mídias - vemos influência do cinema e da fotografia em várias telas, por exemplo.

Uma das partes que mais me impressionou foi a sala que coloca frente a frente versões diferentes da mesma tela. Munch reproduzia suas próprias criações em intervalos de anos, e então podemos realmente perceber como ele domina diferentes técnicas e aplicação da cor.  Outra seção interessante é a que acolhe as telas que mostram pessoas ou animais em movimento, algo que eu jamais associei a Munch.

Workers on Their Way Home, 1913-14
Então é isso. Nada de O Grito, mas muito pra gente aprender.

Ah, e precisava deixar aqui minha observação de historiadora da arte frustrada: quando uma das telas de Munch lembrei imediatamente de uma série de pinturas feitas por David Hockney e expostas lá na Royal Academy of Arts. Rolou uma influência ou é total impressão minha? Fiz essa foto tosca com os catálogos lado a lado pra vocês verem:

Acima a direita, a tela de Munch. Abaixo, duas telas de Hockney
Claro, a época é outra, o estilo é outro, a paisagem é outra. Mas achei o link relevante - afinal pra que serve a arte se não para nos fazer pensar?

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Postagram: enviando cartões postais pelo celular

agosto 22, 2012 Helô Righetto 7 Comentários

Semana passada fiz uma pesquisa sobre produtos criados a partir de fotos do Instagram (estou lá ==> @helorighetto) para uma matéria e achei um monte de coisas bacanas, de azulejos a almofadas impressos com as fotos até mini adesivos e camisetas - sites e aplicativos muito fáceis de usar, que pedem apenas seu login do Instagram (claro, pra conseguir acessar as fotos), tem um preço bem razoável e entregam tudo na sua casa.

Entre tudo que achei o que mais chamou minha atenção foi o Postagram: um aplicativo que usa suas fotos para enviar cartões postais. Muito simples, mas genial! Você lembra a última vez que mandou um postal? Faz tempo né? Eu cheguei a enviar vários assim que me mudei pra Londres, mas desde então minhas idas ao correio ficaram cada vez mais raras.

Funciona assim: você baixa o app (só procurar por Postagram), deixa uma lista de endereços já cadastrada e pronto. É só escolher a foto que você quiser, escrever uma mensagem, selecionar destinatário e o app monta o cartão postal. O pagamento é feito via cartão, mas pra facilitar é possível comprar créditos antecipadamente. Ou seja, se você vai viajar e já sabe que vai mandar postais para os amigos, deixar pago de antemão evita a enchição de ter que digitar os dados do cartão no momento do envio.

Ah, a boa notícia pra quem não tem smartphone mas gostou da ideia: dá pra fazer tudo isso pelo site deles também.
a imagem é destacável e a mensagem está impressa no verso dela também

No dia que descobri o Postagram anunciei no twitter e vi que não fui a única a ter gostado da ideia: vários amigos já me disseram que baixaram e pretendem usar. Para testar, mandei um postal pra Anathalia, que mora lá em Atlanta, e ela mandou um pra mim. Hoje, exatamente uma semana depois, chegou o meu!

O custo do envio varia de acordo com o destino, eu paguei $0,99 pra mandar pra Ana.

Alguém mais usou esse app e gostou?

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Londres e o heat wave

agosto 21, 2012 Helô Righetto 3 Comentários

Atrasou pra caramba, mas chegou. Todo ano, desde que moro aqui, esteja o verão bom ou não, rolam umas ondas de calor (heat wave) durante uma ou duas semanas. Esse ano, chegou tarde: semana passada. Tivemos um início de temporada deprimente, e todo mundo já estava preparado pra encarar o outono quando de repente a temperatura bateu na casa dos 30.

Sei que isso é corriqueiro pra nós, brasileiros. 30 graus? Normal, é mais ou menos isso sempre - não é motivo de alerta muito menos assunto pra conversa que dure mais que 2 minutos

Mas não dá pra comparar: depois de uma temporada de frio intenso, quaisquer dois dígitos já nos fazem sair de casa de saia e chinelo - a percepção é outra. Assim como fica mais fácil encarar os dias gelados de inverno a cada ano que passa, fica mais difícil lidar com o calor.

Eu por exemplo tive uma reação no mínimo "gringa" ao nosso mini verão que resolveu dar as caras: moleza, cansaço, sem vontade de fazer nada, só beber água o dia todo. O que aconteceu com meu sangue brasileiro? E todas as horas que passei suando dentro de um carro/escritório/apartamento abafado, não serviram pra nada?

imagem daqui
Pois é, a gente se adapta rápido. Afinal, melhor reclamar do calor por 2 semanas do que do frio por 6 meses!

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52 objetos: semana 1

agosto 19, 2012 Helô Righetto 7 Comentários


  • O que é: luminária
  • De onde vem: da Tok&Stok, design meu, de 2007
  • Onde fica: já passeou por vários ambientes da casa - não apenas do apê que vivo hoje, mas de todos os anteriores. No momento ela está na minha mesa de cabeceira.
  • Por que foi escolhida: Entre todas as peças que assinei nos meus anos de designer tokstokiana, essa é que mais gosto, pois reflete bem o meu estilo pessoal (o que, ao contrário do que muita gente pensa, não acontece sempre quando um designer cria algo)
  • E o que mais? Ela tinha uma cúpula preta, que troquei por essa da foto aqui em Londres (comprada na B&Q) Infelizmente a luminária já saiu de linha, não é mais possível encontrá-la a venda.

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52 objetos - o início de um projeto

agosto 16, 2012 Helô Righetto 24 Comentários

Years from now someone comes across a box full of your possessions and tries to piece together a story of the person you were. Maybe this box contains photographs, books, personal documents, clothing, cutlery, ticket stubs or even a packet of gum. What would those objects say about you? Would they tell an accurate history of your life? What story would they tell?

("Daqui a muitos anos alguém encontra uma caixa cheia de coisas que pertenceram a você e tenta formular a sua história, descobrir que tipo de pessoa você era. Talvez essa caixa tenha fotos, livros, documentos pessoais, roupas ou até mesmo uma embalagem de chiclete. O que esses objetos dizem sobre você? Eles contariam uma história precisa da sua vida? Que história seria essa?)

Hoje, lá no escritório, mergulhada em sites de design e interiores em busca de imagens para uma matéria que estou fazendo, encontrei o blog da designer de interiores canadense Emma Reddington, o The Marion House Book. Adorei e comecer a ler todinho - quando me dei conta já tinha passado por mais de um ano de posts. E foi assim que eu encontrei o projeto 52 objects, o que explica esse primeiro parágrafo do post.

Achei a ideia ótima e resolvi adotar, inclusive deixei um comentário lá avisando, mesmo que o dela já tenha terminado. O objetivo é eleger um objeto por semana, por 52 semanas (um ano), colocar a foto aqui no blog e explicar um pouco sobre ele: de onde vem, como eu uso ou em que parte da casa ele fica, esse tipo de coisa. Engraçado que ao mesmo tempo que penso em mil objetos que amo e que acho a minha cara, é difícil escolher bem, afinal tem que ser alguma coisa que me represente, que conte um pouco da minha personalidade.

É isso. Vou iniciar o projeto semana que vem - esse foi apenas um post introdutório. Fica aqui o convite pra quem mais quiser participar, vamos?

Imagem do post de encerramento do projeto 52 objects da Emma Reddington

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Londres 2012: impressões, saudades e o depois

agosto 15, 2012 Helô Righetto 11 Comentários

Eu sei que eu falei no post anterior que a série "Londres 2012" tinha acabado. Mas a ressaca pós Olimpíadas ainda não está superada: o twitter anda muito mais calmo, as notícias de esportes já começaram a desaparecer e ninguém mais sabe por onde andam os atletas. Ou seja, eu preciso escrever pra conseguir lidar com essa carência!

3 Descalzis e 1 Righetto na arena do vôlei de praia
Londres também parece saudosa, e os londoners voltaram a ser...londoners! Não me levem a mal, mas a turma aqui é o melhor exemplo de "cada um no seu quadrado" e durante as 2 semanas dos jogos até esse comportamento estava diferente. Todo mundo mais sociável, sorridente, falante. E de um dia pro outro, pluft, a magia acabou.

No estádio de Wembley, assistindo a seleção feminina tomando uma surra do Team GB
Claro, temos ainda as Paralimpíadas pela frente, vamos ver como é. Eu e o Martin compramos ingresso pra ver uma modalidade lá no Parque Olímpico, depois conto aqui como foi.

O caos tão esperado no transporte público não aconteceu. Sim, o metrô teve uns problemas, mas nada teve a ver com as Olimpíadas ou a quantidade de pessoas. Todo mundo chegou ao seu destino, seja indo pro trabalho, pra casa, ou pra algum esporte nas tantas arenas olimpícas espalhadas por Londres. Os habitantes da cidade seguiram o conselho do prefeito e se programaram direitinho. O comércio sofreu um pouco nos primeiros dias, mas assim que a populacão percebeu que os jogos não eram sinônimo de fim dos tempos, tudo foi se ajeitando.

Vi muita gente que se dizia não estar nem aí para as Olimpíadas se empolgar na reta final e tentar desesperadamente conseguir ingressos. Ah, os ingressos.... Uma luta contra o pior website da história da internet (como sabiamente falou uma amiga) pra conseguir incluir nos nossos portfólios de espectadores olímpicos só mais uma competiçãozinha. Eu tentei todo dia, e todo dia levei uma surra do site.

A quantidade de assentos vazios nos estádios foi o grande (e único, acho eu) mico de Londres 2012. Até hoje ninguém explicou direito: se era de patrocinador, se era de imprensa, se era para as famílias dos atletas. Eles tentaram contornar o problema e na segunda semana não vimos mais tantos lugares vazios, mas ninguém engoliu essa história toda.

Os voluntários foram os grandes heróis: cerca de 70 mil pessoas doaram seu tempo, paciência e bom humor pra dar todo e qualquer tipo de informação. Pra qualquer canto que você olhava, lá estava um grupo com a famosa camiseta roxa e rosa.

Londres foi a primeira cidade a sediar os Jogos Olímpicos pela terceira vez na era moderna. Fico aqui de dedos cruzados para que ela seja a primeira a receber os jogos pela quarta vez!

Já guardei com o maior carinho os meus ingressos, o souvenir mais valioso que tenho desses dias - além dos posts aqui no blog, claro. Nos resta agora ver e rever as fotos, e esperar ansiosamente por 2016. Cariocas, aguardem: sediar as Olimpíadas é uma das experiências mais legais da vida!

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Londres 2012: a emoção do ouro ao vivo e a cores

agosto 12, 2012 Helô Righetto 6 Comentários

Há mais de um ano eu contei aqui que tinha conseguido ingressos para a final do vôlei feminino - mas confesso que vendo o desempenho da nossa seleção na primeir fase das Olimpíadas eu duvidei que elas chegariam até o fim e cogitei vender os tais ingressos.

Mas elas chegaram. Acho que foi a modalidade que mais nos fez sofrer, foi muito suado, com muita emoção. E lá fomos nós para Earls Court, palco do vôlei de Londres 2012, ver as meninas do vôlei se tornarem bicampeãs.

Todo mundo viu o primeiro set né? Então todo mundo, como eu, mal conseguia acreditar no que aconteceu nos 3 sets seguintes. Gritei muito, mas muito mesmo, de doer a cabeça e dar tontura. Das pessoas que estavam do nosso lado ficarem olhando, ou virarem pro lado pra disfarçadamente (mas nem tanto) rirem da nossa cara. E sei que é feio, mas vaiei. Vaiei MUITO as americanas, eu e todo o estádio. Comemorei cada ponto que nem uma maluca, falei todos os palavrões do mundo, mas o palavrão mais especial foi esse aqui:


A emoção de ver o Brasil levar uma medalha de ouro olímpica não tem igual. Não sei se vou ver de novo, então esse foi mesmo um dia único e inesquecível! Um dia dividido com o Martin, que torceu igual a um brasileiro (colaborou, principalmente, nas vaias as americanas), uma das minhas melhores amigas e o marido dela.

Não tem maneira melhor de terminar essa série de posts sobre as Olimpíadas, espero que a turma que me lê aqui tenha curtido essa trajetória! #Londres2012

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Londres 2012: a torcida do twitter

agosto 10, 2012 Helô Righetto 6 Comentários

As Olimpíadas de 2012 vão ficar marcadas pra mim pela interação no twitter. Tal e qual aconteceu na Copa do Mundo, um grupo muito bacana se formou, de gente apaixonada por esse clima maravilhoso de competição, superação e união. De duas semanas pra cá, tuitei loucamente (irritando alguns mas certamente divertindo outros), conheci um monte de gente nova e estreitei laços com várias pessoas que conheço virtualmente há alguns anos.

Uma dessas pessoas é a Karine (esse é blog dela e esse é o twitter dela), e o fato do blog dela se chamar "Caderninho da Tia Helô" é pura coincidência, mas não deixa de ser curioso - lembro que uma vez, quando vários blogs participaram de uma blogagem coletiva, um monte de gente confundiu nós duas, colocando meu nome mas com o link dela.

A Karine ama esportes e está muito próxima da realidade de alguns atletas: ela é amiga da Larissa e da Juliana, do vôlei de praia. Logo no começo das Olimpíadas eu brinquei com ela e disse que queria uma foto da medalha das meninas dedicada pra mim. E eis que hoje ela me manda esse tuite:

A esquerda a Karine e a direita a Juliana, mas acho que isso todo mundo sabe né?
Fiquei besta! Não é uma coisa legal demais? Nãoé pra começar o fim de semana muito bem? Amiga = check, medalhísta olímpica = check, dedicatória = check.

Ká, de novo eu queria te agradecer e dizer que isso foi uma das coisas mais legais que já me aconteceu!

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The Wallace Collection: um dos lugares mais bonitos de Londres

agosto 08, 2012 Helô Righetto 9 Comentários

Nem vou ficar arranjando desculpas para justificar porque demorei tanto pra conhecer a Wallace Collection.  Quando você acha que já conhece Londres de cabo a rabo e que não existe um lugar mais lindo que a National Gallery ou a Courtauld Gallery, descobre que há sim mais uma mina de ouro e que ela fica mais perto do que você imagina.

O ponto alto da coleção são as pinturas holandesas do século 17 e as francesas dos séculos 18 e 19 - vale falar que além dos quadros eles tem também peças de mobiliário, cerâmica, armaduras, armas e objetos decorativos. Mas fui focada nos quadros, e preciso voltar muito em breve pra conseguir olhar com mais detalhe.

O impacto do lugar é forte não apenas pela coleção, mas pelo espaço em si. Parece que a gente volta no tempo e está em algum palácio da realeza de séculos atrás: os quadros ocupam todo e qualquer cantinho das paredes, e ficamos com aquela sensação mais intimista de que estamos na residência de alguém e não em um museu, que geralmente é mais frio e impessoal.





Fiquei até na dúvida se deveria citar aqui que pintores estão expostos lá, mas pra vocês terem uma ideia do poder da coleção, aqui vão alguns nomes: De Hooch, Rubens, Canaletto, Rembrandt, Titian, Claude, Corot, Delacroix e Delaroche. E a lista segue....

Rubens
Van de Velde
 
De Hooch
Rembrandt
E o mais legal é se deparar com nomes que você não conhecia, como Le Brun (Élisabeth-Louise Vigée Le Brun) e Greuze (Jean-Baptiste Greuze). Esse trio de retratos foi o que mais gostei de toda coleção (o do meio é Le Brun e os outros dois de Greuze):


Eu, nerd que sou, trouxe pra casa o catálogo completo da coleção de pinturas e desenhos. Uma verdadeira bíblia, o tipo de livro que é pra vida toda e a cada folheada a gente aprende mais um pouco.

Como deu pra perceber, é permitido fotografar (sem flash, claro). Ah, pequeno detalhe: a entrada é GRATUITA.

GRATUITA. Ou seja, se você for no museu de cera e deixar de ir nesse não te perdôo jamais!

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Leitura: Claraboia, José Saramago

agosto 07, 2012 Helô Righetto 2 Comentários

Como terminei os dois livros que levei pra Madeira antes do vôo de volta, acabei comprando esse na livraria do aeroporto, porque a ideia de passar 3 horas e meia sem nada pra fazer me aborrece muito! Confiei no peso do nome do autor e levei esse sem pestanejar, apesar de ter lido apenas 2 obras do Saramago (Ensaio Sobre A Cegueira e O Evangelho Segundo Jesus Cristo - tentei ler Memorial do Convento mas não consegui, abandonei antes da metade).


Acertei em cheio! O livro é muito bom, divertido e atual, apesar de ter sido escrito em 1953. Achei bem diferente do estilo dos dois que já li, talvez por ser uma das primeiras obras dele.

Trata-se da história de 6 famílias que vivem no mesmo prédio, em Lisboa. Cada uma das famílias tem suas particularidades, seu segredos, suas brigas. E não há uma trama principal: cada uma das histórias vai desenvolvendo paralelamente, apesar de rolar uns links entre uma família e outra.

Uma das coisas que gostei mais foi que senti um toque sarcástico do autor, que aproveita pra dar umas boas alfinetadas na moral e bons costumes da época.

Fica a dica, ótima leitura!

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Londres 2012: coletiva de imprensa com Thiago Pereira e Cesar Cielo

agosto 05, 2012 Helô Righetto 6 Comentários

Como disse uma amiga minha, o universo conspirou a meu favor no sábado de manhã: descobri que os dois nadadores brasileiros com medalha estariam em uma coletiva de imprensa no mesmo lugar que estava filmando para o Canal Londres. Achei que não fariam mal nenhum pelo menos tentar participar, mas não acreditava muito que ia conseguir. Mas consegui a credencial e em pouco tempo estava na mesma sala que um monte de jornalistas esportivos brasileiros a postos para fazer mil perguntas (algumas um tanto quanto cretinas) aos meninos.

Até a hora que os dois entraram na sala, eu achava que alguém ia descobrir que apesar da credencial conseguida honestamente (como diz meu pai "bobo não é quem pede, bobo é quem dá") eu tava ali era de penetra mesmo. Mas Thiago e César entraram, ninguém me expulsou e fiquei lá o tempo inteiro. Graças a Vivi (que estava lá comigo pra filmagem) fizemos até amizade com a mãe do Cesar, sentada do nosso lado.


Já cansei de falar aqui que natação é minha modalidade predileta durante as Olimpíadas, e por isso a decepção foi grande quando não consegui ingressos pra ver sequer as eliminatórias. Tentei muitas, muitas vezes, e em todas elas o site de vendas de ingressos oficial me deu um baile (como disse outra amiga "o pior website da história da humanidade").

Então imaginem minha alegria com essa oportunidade? Foi demais. Eles estavam obviamente cansados, mas foram pacientes com todas as perguntas - inclusive as cretinas. Depois concederam entrevistas individuais e eu consegui chegar pertinho do César enquanto ele conversava com o pessoal do portal Terra. Mas me faltou coragem de pedir uma foto com ele - lembrando que era um encontro com a imprensa, eu já estava lá meio que de penetra e não achei conveniente ficar tietando o cara (se bem que eu tietei a mãe dele, e ela adorou quando pedi uma foto com ela!).

Tava olhando pra mim? Pô Cesar, sou casada...
Acho que esse foi o ponto alto das Olimpíadas pra mim, pelo menos até agora. Dois ótimos atletas, medalhistas, vencedores. Estou super orgulhosa, independente da cor da medalha. Parabéns Cesar e Thiago!



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Londres 2012: trabalhando e torcendo

agosto 02, 2012 Helô Righetto 1 Comentários

Depois do final de semana assistindo o máximo de competicoes com participacao de brasileiros possíveis na tv, foi difícil retomar o trabalho na segunda feira. Rolou uma crise de abstinencia, já que nao consigo assistir nada ao vivo no computador do trabalho ou nas televisoes da cantina, que estao todas ligadas em jogos com participacao da Gra Bretanha.

Após muitas tentativas, consegui conectar meu celular em uma rede de wifi do trabalho (que até entao eu achava que também era bloqueada, restrita apenas a visitantes), e o app da BBC fez o resto. Essa pequena maravilha tecnológica solucionou minha abstinencia mas é claro criou um novo problema - impossível concentrar nas tarefas trabalhísticas.

O negócio é que Olimpíadas é só de 4 em 4 anos né, e trabalho é todo dia. Entao, da pra recuperar depois do dia 12 de agosto!


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