Blogagem coletiva: meus top 5 livros
Quem diria que as saudades deixadas pelas Olimpíadas se transformaria em um clube de leitura? Pois é, um grupo de amigas tuiteiras que passou 2 semanas "juntas" comentando os jogos virtualmente precisou ir atrás de uma válvula de escape pra suprir a falta daquele bate papo tão bom que transformou nossas timelines no twitter em narração esportiva entre os dias 27/07 e 12/08. No fim, descobrimos que temos em comum outra paixão: os livros. Rapidamente montamos um "book club" virtual pra trocar experiências e sugestões. Como boa parte da turma é também blogueira, logo tivemos a ideia de fazer uma blogagem coletiva pra falar dos nossos top 5 livros. Sim, proposta difícil, mas cada uma vai abordar o assunto a sua maneira - pra ficar muito mais bacana e gostoso de ler.Eu tenho certeza que de daqui a alguns dias vou lembrar de algum título que deveria estar nessa lista, e mais certeza ainda de que daqui a alguns anos ela será completamente diferente. Afinal, tem livro demais na minha "pilha de espera"! Mas enquanto isso, vamos aos escolhidos:
O Físico (Noah Gordon)
Um épico, que conta a história de um menino na Idade Média que após ficar órfão foi trabalhar como assistente de um "barbeiro-cirurgião" que rodava a Inglaterra - esse barbeiro fazia um pouco de tudo: de show de malabares a consultas médicas até amputação de pernas. Depois da morte desse homem, o menino resolve que quer ser médico de verdade e atravessa a Europa para chegar até a Pérsia, único local que possuia uma escola de medicina.
Essa é a descrição mais básica possível, e como já li há muitos anos (eu conheci o Martin quando estava lendo esse livro), não lembro de um monte de detalhes. Aliás, acho que vou comprá-lo em inglês (nem sei onde foi parar a edição em português que a gente tinha lá em casa) e ler novamente - vai valer demais a pena.
Salto Mortal (Marion Zimmer Bradley)
Outro que já foi lido há tantos anos que ficou difícil lembrar de algumas partes (pior: não lembro o final). Trata-se da história de amor de um casal gay que trabalha em um circo itinerante nos Estados Unidos. Tudo começa na década de 1930, mas a história avança por uns 20 anos, pois uma das coisas que lembro é que um dos personagens principais serve na guerra.
Se hoje ainda estamos longe de superar o preconceito homossexual, imaginem naquela época. E ainda levando em consideração que um deles é de família italiana, super conservadora. Ou seja, ótimo pra gente abrir a cabeça e repensar como é viver fingindo não ser o que você na verdade é.
Pantaleão e as Visitadoras (Mario Vargas Llosa)
Meu primeiro Vargas Llosa, uma obra prima. A maneira como ele foi escrito é genial, inovadora, parece que os personagens estão conversando bem na sua frente. Pode parecer confuso na primeira página, mas rapidinho você pega o jeito da leitura - que não tem narrador, a "contação" passa de um personagem para o outro muito rápido, sem ser um diálogo propriamente dito. Não sei se tem algum termo literário pra esse estilo, mas eu nunca li nada assim.
Pantaleão Pantoja é um exemplar militar do exército peruano, e acaba sendo indicado para um projeto nada normal: organizar um serviço de prostitutas para atender os militares da região. Pantaleão é tão bom, tão organizado e tão profissional que não demora muito pro negócio se tornar um sucesso: todas as prostitutas querem trabalhar pra ele. E aí começa o problema, afinal é um negócio "não oficial".
Caso você nunca tenha lido Vargas Llosa, comece por esse (tem filme também, mas veja depois!)
Cem Anos de Solidão (Gabriel García Márquez)
Muito clichê colocar esse clássico na minha lista? Li há menos de 2 anos e levei meses a fio pra terminar, pois foi minha primeira leitura em espanhol. A queimação de neurônios valeu a pena, afinal nada mais gratificante do que ler um clássico no idioma que foi escrito.
Fico até sem graça de comentar sobre o Cem Anos, mas quando comecei a pensar nos livros que ia incluir aqui, ele não me veio de primeira. Confesso que não é fácil, não é uma delícia de ler, e depois de terminar é que tive noção da obra que eu tinha acabado de absorver. A história da família Buendía caminha entre o real e o fantasioso. Mas só García Márquez tem o poder de fazer uma pessoa flutuar e virar anjo e fazer parecer normal.
O Sonho do Celta (Mario Vargas Llosa)
Na época que terminei O Sonho da Celta já escrevia sobre minhas leituras aqui, então vou dar aquela "roubada" e copiar o post:
O Sonho do Celta conta a saga de Roger Casement, irlandês a serviço do Império Britânico que viu de perto os horrores da colonização europeia na África no fim do século 19 e início do século 20, e também os abusos e absurdos cometidos na Amazônia devido a exploração dos seringais. Testemunhar os horrores e torturas nesses lugares fez com que Roger abrisse os olhos para a colonização da Irlanda pela Inglaterra e, consequentemente, se envolvesse na luta para independência de seu país. Além disso, há toda uma história paralela pra polemizar, sobre a vida pessoal do personagem.
E pra quem gostou da ideia da blogagem coletiva e quer ler mais, essa turma participou também:
- Karine Fontes: www.cadernotiahelo.blogspot.com
- Mari Campos: www.pelo-mundo.com
- Luciana Guimarães Betenson: www.rosmarinoeoutrostemperos.com.br
- Renata Rocha Inforzato: www.diretodeparis.com
- Mô Gribel: mogribel.wordpress.com
- Camila Navarro: www.viaggiando.com.br
- Marta FG: viajarso.blogspot.co.uk
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