Leitura: Christie Malry's Own Double Entry, B.S. Johnson

dezembro 30, 2011 Helô Righetto 0 Comentários

O último livro lido em 2011 foi também um dos mais esquisitos (surreais? bizarros?) que li desde que me lembro de ler. Ele veio parar na minha lista por um certo acaso, pois a livraria estava com desconto de "compre 2 leve três", e o dito cujo acabou sendo o terceiro. Dei uma lidinha na contra capa, aquela folheada básica e pronto.

Eu nunca tinha ouvido falar desse autor e resolvi pesquisá-lo depois que terminei a leitura, e aí tudo ficou claro. B.S. Johnson é conhecido por sua escrita experimental, fora do que estamos acostumados a encontrar nos livros de ficção. Por exemplo, muitas vezes ele "se mete" na conversa e dialoga com o personagem, ou então ele justifica alguma coisa, como por exemplo "fulano de tal é assim porque todo livro precisa de um personagem assim". Enfim, não consigo explicar direito, é bem atípico mesmo.

Esse livro conta a história de Christie Malry, um garoto "comum", como ele mesmo fala, que depois de trabalhar em um banco se interessa pelo sistema de double entry utilizado pelos contabilistas. Christy decide aplicar esse conceito para sua vida, colocando nos créditos as coisas boas que acontecem com ele e nos débitos, as ruins.

Até aí tudo bem, só que o cara meio que pira e começa a descontar os débitos na sociedade. Por exemplo, ele contamina a água e mais de 20 mil pessoas morrem em decorrência.

Pois é, é meio que um humor negro, e as vezes o leitor fica um tanto quanto confuso, achando que perdeu alguma coisa. sabe quando você pensa: é isso mesmo ou eu tô entendendo errado?

O engraçado é que demorei um monte pra ler o livro, levando em consideração o seu tamanho. Me dava preguiça, a leitura não me empolgava, sabe? Mas aí quando terminei e pesquisei sobre o B.S. Johnson, e descobri isso da tal "escrita experimental", acabei simpatizando ainda mais com ele. O cara estava tentando algo diferente mesmo, mas não obteve sucesso: suicidou-se aos 40 anos, deprimido pela falta de interesse em seus livros.


Durante a pesquisa, também descobri que a história foi adaptada para um filme (pelo visto a sina de B.S. Johnson continua, já que o filme também não fez sucesso). Vi o comecinho mas achei sem graça, principalmente porque se passa na atualidade em vez dos anos 30/40. Mas, caso interesse, aqui está:

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