2016

novembro 30, 2016 Helô Righetto 0 Comentários


Sempre quando alguem começava a reclamar que o ano deveria terminar logo, eu pensava: "mas que diferença vai fazer o ano? Dia 1 da janeiro não é mágico". Sim, eu sou dessas pessoas bem chatas que esmaga os sonhos otimistas dos outros.

Mas esse ano eu estou mordendo a língua e entrando no coro daqueles que já não aguentam mais 2016. Nunca antes eu tive tanta certeza de que uma virada de ano será tão bem vinda como essa. Pode mesmo não ser mágica, mas tem sim um significado. Só a sensação de que estamos deixando coisa ruim para trás pode ser positivo.

É claro que o ano teve um monte de coisas boas, ainda mais quando pensamos indivualmente. Quando cavucamos nossas vidas vamos encontrando um monte de momentos bacanas na rotina que as vezes a gente despreza tanto.

Hoje por exemplo eu já tomei dois cafés com leite e agradeci mais uma doação feita para a campanha de financiamento coletivo da LAWA (aliás, nós batemos a meta mínima!). E recebi umas ilustrações lindas da minha amiga Marília, para um projeto de guia que estou desenvolvendo (e andava meio parado).

E assim vamos. Pense aí nas coisas boas que aconteceram com você hoje.

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Leitura: Got Set a Watchman,Harper Lee

novembro 23, 2016 Helô Righetto 0 Comentários


Na teoria, esse livro é a continuação do clássico americano "To Kill a Mockingbird", que realmente é um dos livros mais fantásticos que eu já li. Mas ele foi escrito antes de To Kill a Mockinbird, como uma espécie de rascunho.

Não sei como foi no Brasil quando essa continuação foi lançada, mas aqui em Londres o povo foi a loucura (imagino que nos Estados Unidos tambem): fizeram filas em portas de livrarias, no maior estilo "lançamento Harry Potter".

*****Alerta de spoiler*****

Bom, deixa eu ser bem curta e grossa: detestei Go Set a Watchman. Acho que do meio pra frente continuei lendo só pra ter certeza de que não estava enganada. Não, não entendi errado, e nem termina em "tudo foi um mal entendido, imagina, ninguém é racista". Enfim, um forte soco no estômago.

E quando eu achava que podia melhorar - na parte que Jean Louise pega suas coisas e entra no carro para ir embora - seu tio aparece em dá um tapa na cara dela, e ela então decide aceitar seu entorno racista.

Pensando bem, talvez essa leitura tenha caído em boa hora, como uma espécie de preparação para o que está por vir na era Trump.

Melhor esquecer esse e pensar que To Kill a Mockingbird não teve continuação #harperlee #gosetawatchman

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Lawa - Latin American Women's Aid

novembro 15, 2016 Helô Righetto 0 Comentários


Uma das minhas metas esse ano era fazer trabalho voluntário. A princípio eu queria procurar uma posição em um museu, galeria ou qualquer instituição ligadas as artes, mas com a evolução do meu trabalho com a Renata no Conexão Feminista, começou a fazer mais sentido buscar uma organização que ajudasse mulheres. E justamente por causa do Conexão eu conheci algumas mulheres brasileiras incríveis aqui em Londres, como a Amanda. E a Amanda me indicou a LAWA, onde ela já prestava trabalho voluntário.



Entrei em contato com elas e tudo deu certo. Comecei como voluntária de mídias sociais no final de agosto. Toda semana estou lá algumas manhãs, e pra ser honesta eu acho mais é que elas estão me ajudando do que eu ajudando elas.

E o que essa instituição faz? A LAWA presta apoio e abrigo para mulheres (lartionoamericanas e de minoria étnica) vítimas de violência doméstica. Além disso, há também uma série de outros serviços: aulas de inglês, consultas com advogados (sobre imigração, direito de familia), ajuda para fazer currículo, festas temáticas, palestras sobre feminismo. Isso de tudo DE GRAÇA. Ou seja, é preciso muito trabalho para garantir financiamentos privados e públicos. E isso é difícil pra caramba.

Para aumentar o leque de opções de financiamento, estamos começando uma parceria com uma plataforma de financiamento coletivo, chamada Global Giving. Essa plataforma é usada apenas por ONGs, do mundo todo. Mas para ser um parceiro fixo é preciso obter sucesso em uma "campanha teste". E essa campanha que eu estou coordenando no momento. Então preciso da ajuda de vocês!

Para essa campanha teste, desenvolvemos o projeto "Make a Shelter a Home for Latin American Children" (Faça de um abrigo um lar para crianças latinoamericanas). O objetivo é arrecadar £5,000 para melhorar a infraestrutura do abrigo para as crianças que chegam lá junto com as suas mães. Elas geralmente chegam sem nada, pois a fuga de casa é feita as pressas e em sigilo. Então queremos que elas tenham o mínimo de conforto para conseguirem superar o trauma vivido em casa e também o trauma dessa situação temporária.

Então essa campanha tem dois objetivos. O mais importante, claro, é melhorar o abrigo. E para isso colocamos a meta de £5,000. Mas, se chegarmos a £2,500, doados de 50 pessoas diferentes, já seremos aceitas como parceiras do Global Giving.

É possível doar de qualquer lugar do mundo, pois a plataforma aceita cartão de crédito internacional e também Paypal. O valor mínimo é £8, cerca de R$30.00. Temos até 19 de dezembro para conseguirmos isso. Conto com a doação de vocês!

Em tempos de governantes racistas, xenófobos e misóginos (e de cortes no orçamento público para ajudar pessoas em situação vulnerável) é muito importante que a gente faça mais do que declarar nossas frustrações. É preciso realmente fazer alguma coisa, e ajudar instituições que prezam pela vida das minorias é uma delas.

Então, é só clicar aqui para ir na página da campanha. Conto com vocês. Conto especialmente com a pessoa que deixou o comentário anônimo no post anterior, que preferiu não se identificar mas tentou fazer "shaming" (já tem uma palavra boa em português para esse tipo de atitude?) do meu estilo de vida, diminuindo minha militância feminista por que sou "blogueira sustentada pelo marido".

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A não viagem

novembro 13, 2016 Helô Righetto 2 Comentários


Ano passado eu fui pela primeira vez no Encontro Europeu de Blogueiros Brasileiros, que aconteceu no Porto (eu inclusive fui uma das palestrantes, contei sobre meu aprendizado com a publicação do Guia de Londres). Foi tão legal, mas tão legal, que lá mesmo eu já tive certeza de que iria no próximo, que aconteceria em Berlim.

A passagem foi comprada há meses, o hotel estava reservado, estava tudo pronto. A única coisa que não ficou pronta foi meu passaporte (que está no Departamente de Imigração do Reino Unido, o famoso Home Office, para renovação do visto do Martin). Eu tinha esperanças de ele ser devolvido a tempo da viagem, e todo dia chequei a caixa de correio pelo menos duas vezes por dia.

Então não fui. Sabem aquela sensação de ser a única pessoa a não ter sido convidada para a festa de 15 anos da pessoa mais popular da escola? Eu sei, eu sei que essa é a comparação mais classe média paulistana que eu poderia ter feito, mas é exatamente assim que me senti esse final de semana.

Mas como tudo pode ter um lado bom, esse fim de semana eu também comi brigadeiros, passei horas com as minhas amigas e comprei azulejos novos para o banheiro.

E que venha o encontro de 2016!

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Só a Maya salva

novembro 09, 2016 Helô Righetto 1 Comentários


Um pouco de Maya Angelou para lidar com mais um balde de água frio político desse tenebroso 2016 que ainda não acabou.

"You may write me down in history
With your bitter, twisted lies,
You may tread me in the very dirt
But still, like dust, I'll rise...

Just like moons and like suns,
With the certainty of tides,
Just like hopes springing high,
Still I'll rise." -- Maya Angelou

(se alguém tiver uma boa tradução por favor me mande, que eu coloco aqui)


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Ninguém avisa

novembro 07, 2016 Helô Righetto 4 Comentários


Lembro muito bem uma coisa que o meu pai falou há muitos e muitos anos, quando eu me dei conta de que havia feito uma escolha errada (acho que era relacionado a trabalho) e teria que - talvez pela primeira vez de muitas que viriam depois - dar uns passos pra trás pra recuperar aquele tempo que a escolha errada havia tomado da minha vida. Ele disse que não adianta dar conselho, que a gente descobre o erro depois que ele já está feito. E a vida segue.

Eu tenho a impressão que esse ano eu fiz algumas escolhas erradas. Ou melhor (pior), uma escolha errada levou a outra. Nada grave, mas o peso da ficha caindo sempre acaba sendo enorme, já que reconhecer erro é muito, muito difícil. As vezes me pergunto, será que ninguém pensou que meus planos não estavam muito bem estruturados e quis me avisar? Bom, se alguém pensou, ia falar o que né? "Hummm... sei não. Melhor você não fazer isso".

Mas aí entra aquele clichê, o maior entre todos os clichês, que pelo menos a gente aprende com os erros. Pena que isso não dá pra colocar no currículo!

"Heloisa Righetto, 36 anos, costuma questionar sua carreira de 3 em 3 anos, mas aprende muito com isso"

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