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5 mandamentos do usuário de metro em Londres - versão estação

Veja também a versão 'dentro do vagão'

1. Não te aproximarás da linha amarela
A linha amarela não está ali pra adicionar um colorido na plataforma, está ali pra evitar fatalidades. E acredite: as fatalidades acontecem com frequência. A velocidade que os trens entram na estação não perdoa os desavisados e distraídos. E outra, você não quer ser lembrado como o cara que morreu e parou o metrô na hora do rush, quer?

2. Não ficarás parado em frente a catraca procurando teu bilhete
Tenha um compartimento de fácil acesso na bolsa para colocar seu bilhete do metrô, pois você corre o sério risco de levar um empurrão se resolver parar bem em frente a catraca para procurá-lo. As pessoas entram na estação decididas a chegar a plataforma o mais rápido possível, e nenhum turista desavisado deve atrasá-los (sarcasmo intencional). Dica extra: se por um acaso a catraca não abrir quando você passar seu bilhete, não se desespere - isso acontece bastante - e dê um passo pra trás e tente de novo. As máquinas também falham!

3. Não impedirás a saída das pessoas do vagão
O metrô não vai sair antes de você entrar, então se acalme e espere todo mundo sair antes de você colocar seu pézinho lá dentro. Deixe espaço para as pessoas saírem pelo meio e entre pelo canto, e ninguém sairá ferido.

4. Irás para as pontas da plataforma
Eu não consigo entender porque as pessoas se concentram num mesmo ponto da plataforma sendo que as pontas costumam estar livres - seria pura preguiça de andar um pouco mais? É algo tão óbvio, é só olhar para os lados e ver que pra conseguir um vagão mais vazio no metrô basta se deslocar até onde tem menos gente.

5. Não bloquearás o lado esquerdo da escada rolante
Eu sei que essa regra já não é mais exclusiva de Londres, e felizmente muitas outras cidades no mundo estão adotando a mesma prática (que não vale apenas para as estações do metrô, mas escadas rolantes em qualquer outro lugar), mas não custa nada lembrar: O LADO ESQUERDO DA ESCADA ROLANTE É PRA QUEM ESTÁ COM PRESSA, PORTANTO SE VOCÊ QUER FICAR PARADO, FIQUE QUIETINHO NO LADO DIREITO. Mesmo se eu estou com criança? Sim. Mesmo se eu estou com carrinho de bebê? Sim. Mesmo se eu estou carregando sacolas? Sim, dê um jeito.

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5 lojas que existem em toda 'High Street' de Londres

Uma pequena introdução pra esclarecer o que eu quero dizer com 'High Street': não só em Londres, mas por toda Grã Bretanha, as cidades tem suas 'High Street' o que quer dizer a rua mais importante, a rua do comércio, a rua onde se concentra o 'centrinho'. Claro, Londres é gigante e não tem uma High Street apenas - mas cada bairro ou vila dentro da cidade tem a sua própria. As vezes a rua principal nem tem 'High Street' no nome, mas é aquela coisa Gilette/Lâmina, sabem? High Street virou uma expressão do dia a dia, pra falar de algo local, principalmente no quesito comércio/varejo. 

1. Junk shop
Apesar do nome nada lisonjeiro (loja de porcarias, basicamente), uma junk shop é o paraíso pra quem gosta de coisas esquisitas, cafonas e velhas. Em uma loja como essa você acha desde raposa empalhada a banco de praça caindo aos pedaços a uma peça de cerâmica dos anos 50. É um local empoeirado, bagunçado, que mais parece saído daqueles programas de televisão que mostram casas de pessoas que juntam lixo a vida toda e não conseguem jogar nada fora (hoarders, uni-vos!). Cuidado para não tropeçar na mobília ou bater a cabeça no lustre que tá cheio de teias de aranha. Ainda assim, nenhuma outra loja é tão charmosa quanto a junk shop!

2. Charity shop
Eu já falei sobre as charity shops em outros posts ao longo dos anos aqui no blog, mas recentemente nesse aqui. Basicamente, a charity shop ('loja de caridade') é um lugar onde as pessoas doam seus pertences, os quais são revendidos por preços simbólicos (coisa de £2 a £5, bem barato mesmo), e o dinheiro arrecadado vai para alguma instituição de caridade. É claro que existem charity shops e charity shops: algumas são bem ruinzinhas, onde e difícil encontrar algo que realmente valha a pena (as pessoas doam cada coisa que vocês não tem ideia). Outras são sensacionais, lugares onde vale a pena garimpar. Recomendo investigar as prateleiras de livros, que sempre tem algo interessante. Eu já comprei um relógio de mesa vintage, lindíssimo, por £10. Não estava funcionando, mas consertamos em casa mesmo, não tinha maiores problemas.

3. Casa de aposta
Pra mim, os lugares mais deprimentes de Londres são as casas de apostas. Basicamente, é possível apostar em qualquer coisa que você queira, não apenas resultados de torneios esportivos mas também assuntos aleatórios como o nome do bebê real, música que será a número 1 das paradas no Natal, quem será o ganhador de um certo reality show.... ou seja, essas lojas são máquinas de tirar dinheiro das pessoas. E a 'atmosfera' dessas casas de apostas é péssima... cheias de televisores e pessoas olhando para resultados obssessivamente. Geralmente homens, geralmente de meia idade (ou mais velhos). Infelizmente, existem muito mais casas de apostas do que pode ser considerado razoável, e como são instituições financeiras que fazem dinheiro, conseguem pontos privilegiados nos bairros.

4. Imobiliária
Dãr! Mas imobiliária existe no mundo inteiro! Claro, eu sei disso, mas achei o 'modelo' de loja das imobiliárias daqui bem diferente do que no Brasil. No Brasil, imobiliária não tem vitrine, certo? É um escritório, ninguém para na frente pra ver as ofertas: você vai la porque marcou horário, ligou antes, viu um anúncio em uma placa ou algo do tipo. Aqui, as imobiliárias tem vitrines, as casas e apartamentos disponíveis para compra ou aluguel estão em destaque em pequenas placas enfileiradas. E vira uma coisa meio viciante: você passa na frente de uma imobiliária e para pra ver os preços, como se estivesse namorando um sapato ou uma roupa! Principalmente quando visitamos um bairro novo, dá aquela vontade de saber quanto custa morar lá!

5. Vendinha
Isso não é uma exclusividade londrina, ou britânica, ou de qualquer outra região do mundo. Mas é uma coisa que eu já não via mais nas redondezas da onde eu morava em São Paulo, por isso me chamou a atenção aqui. Vendinhas de frutas, verduras e legumes que geralmente tem produtos muito mais frescos, bonitos e apetitosos do que os supermercados maiores - mas né, são mais caros. Esse tipo de loja está ficando cada vez mais raro, e ultimamente tenho tentado valorizar mais esses varejistas menores, independentes. Fora que a atmosfera é muito legal, dá mesmo aquela sensação de fazer parte da comunidade, já que o dono da loja é quem está no caixa e conhece todo mundo que mora por ali.


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5 coisas que eu achei esquisitas quando cheguei em Londres

1. Sempre tem alguém carregando mala
Essa eu coloquei como número um não por acaso: foi realmente a primeira coisa 'esquisita' que eu notei na cidade. Em qualquer percurso que você faça, seja a pé em uma área super turística ou usando o metrô em bairros mais afastados do centro, você sempre verá alguém carregando mala. Mala de viagem mesmo, de rodinha! Eu fiquei encucada com isso vários dias logo após minha chegada, e lembro que perguntei pra algum colega do trabalho do Martin: 'mas o que esse povo carrega?'. Num primeiro momento eu nem cheguei perto de cogitar que essa turma da realmente indo viajar ou voltando de alguma viagem, isso porque não estava acostumada a ver pessoas usando transporte público pra ir pro aeroporto/estação de trem/rodoviária. Londres é a capital do mundo (toma essa, Nova Iorque), e aqui tem muita gente de passagem, muitos aeroportos, muitas pessoas de negócios. É mala pra lá e pra cá. E claro, tem sempre o dia que é você ocupando mais espaço no metrô com as suas malas, a caminho de algum aeroporto! Aí é bem melhor : )

2. Os chicletes estampados nas calçadas
Esse mesmo colega de trabalho do Martin, quando eu perguntei das malas, me falou: 'ué, mas você não reparou nos chicletes?'. E aí eu prestei atenção e notei na quantidade absurda de chicletes pisados nas ruas e calçadas. Engraçado é que eu nunca vi ninguém cuspindo um, mas não tem um lugar que passei que não está decorado com chiclete. Inclusive até em calçadas novinhas, recém reformadas, os malditos já estão lá. Talvez isso esteja ligado com outra esquisitice londrina - a falta de lixeiras (que não coube nesse post porque tive que escolher apenas 5!)

3. Os homens de roupa social e meias coloridas
Lembro que entrei em parafuso fashion quando me mudei pra cá. Adorei que ninguém fica te medindo e as pessoas sentem-se muito mais livres para vestirem o que bem entenderem. Ninguém vai ficar te olhando se você colocar uma saia amarela com uma meia calça roxa, ou uma calça de moletom velha e furada com um salto alto. Pode testar, acredita em mim! Pois enfim, a liberdade fashion londrina pode também ser observada na turma dos engravatados, muitos dos quais não estão nem aí para a regra da 'meia social da cor da calça' (ou seria da cor do sapato?) e dão uma quebrada no look executivo usando meias coloridas e estampadas! E olha, não é um ou outro não - basta você andar pela City ou Canary Wharf na hora do rush pra ver. Eu acho super divertido, e aconselho todo mundo a se libertar das regras chatésimas de moda, seja em Londres ou em São Paulo.

4. Poder tirar dinheiro em qualquer caixa eletrônico
E o melhor: sem pagar taxa por isso! Talvez as coisas já tenham mudado no Brasil desde que me mudei pra cá (quase 7 anos!), mas lembro que era um saco ter que achar o caixa eletrônico específico do meu banco pra poder sacar dinheiro (ou então achar um 24 horas e pagar taxa....). Aqui em Londres você pode sacar no caixa eletrônico de outros bancos, e eles que se acertem. Muito mais fácil! Claro, existem caixas (principalmente dentro de bares e pubs) que lucram cobrando taxas, mas nos bancos mesmo, você não precisa se preocupar.

5. Previsão de nível de pólen
Vai fazer sol? Ou chover? E a temperatura? É o tipo de pergunta para a qual você espera uma resposta na previsão do tempo né? Pois aqui, durante a primavera e o verão, a previsão do tempo costuma incluir o nível de pólen no ar (alto/baixo/médio). Esquisito né? Isso porque aqui existe uma alergia chamada 'hayfever', que é basicamente uma alergia ao pólen. Eu nunca tinha ouvido falar disso no Brasil, e muita gente que nunca teve nenhum tipo de problema semelhante, descobre que tem hayfever quando chega aqui em plena primavera. Ah, e não é porque você passou uma primavera/verão imune que está livre para sempre: ela pode aparecer sem avisar no ano seguinte! A danada é terrível, a turma sofre com o nariz coçando, espirros, garganta doendo, olhos lacrimejantes e inchados. Eu já tive uma crise terrível de hayfever em Milão, mas ainda bem até hoje estou imune em Londres.

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5 pequenas alegrias do dia a dia em Londres

1. Juntar pontos suficientes no cartão da Boots pra comprar alguma coisa útil
Eu já disse isso antes: aqui ninguém tem carteira de identidade, mas todo mundo tem cartão da Boots - a rede de farmácias mais legal do mundo! Possivelmente você terá o seu antes mesmo de ter o seu NI (National Insurance, vai no Google porque tô com preguiça de explicar). Nunca tire o seu cartão da Boots da bolsa - você nunca sabe quando irá precisá-lo! A cada compra você vai arrecadando pontos, e chega um dia que você tem pontos suficientes pra comprar alguma coisa! RÁ! Que alegria que é descobrir que dá pra comprar um xampu e um pacote de absorventes com os pontinhos que você arrecadou comprando outros 10 potes de xampu e 25 pacotes de absorventes.

2. Fazer self check out no supermercado sem a intervenção de algum funcionário
Lembro que quando eu cheguei aqui pensei: uau, que civilizado esse negócio de nós mesmos passarmos nossas compras no caixa. Que incrível, que coisa avançada. Esse pensamento durou exatamente 15 segundos, quando a maquininha deu erro. Unexpected item in the bagging area. Remove item to continue. Eu te desafio a passar pelo self check out sem precisar da ajuda da pessoa que trabalha no caixa convencional. O dia que isso acontecer, parabéns! Você experimentou uma alegria da vida em Londres.

3. Acordar e ver a notícia de que o transporte público está funcionando perfeitamente 
'There is a good service in all the London underground' é música para os ouvidos dos trabalhadores londrinos que utilizam a rede de metrô da cidade diariamente. Eu sei que o nosso transporte público é bom (pagamos caro, muito caro por ele), mas quando você o utiliza dia sim outro também, a probabilidade de enfrentar problemas toda semana é bastante alta (e olha que estou apenas falando do metrô, não posso nem começar a falar dos trens...). Então, todo dia antes de sair de casa eu vejo as notícias pra saber se terei uma manhã tranquila ou estressante. E quando aparece o quadro das linhas sem NENHUM problema.... Ah, alegria!!!!

4. Achar um caminho sem baldeação
Eu sei, eu sei, sempre acabo colocando muitos ítens relacionados ao transporte público nesses posts de top 5. Mas não dá pra escapar, já que é parte do dia a dia da gente aqui. Temos muitas linhas de ônibus, metrô, trem, até barco e bondinho! Ou seja, dá pra chegar em praticamente todos os cantos da cidade utilizando o transporte público, mas o desfio é fazer a menor quantidade de baldeações possível ou evitar qualquer baldeação. Pode perguntar pra qualquer londrino: todo mundo prefere prolongar o caminho pra evitar ter que descer, trocar, subir... Conhecer a rede de transporte bem o suficiente pra conseguir bolar um percurso direto e reto é pra poucos... e pros muitos, tem sempre o City Mapper.

5. Descobrir que os pubs já estão vendendo Pimm's
Mesmo que você nem seja fã de Pimm's (tolinho), o fato de que a birita dos deuses está a venda nos pubs significa que dias melhores virão! Chega de inverno, dos brasileiros reclamando em todas as redes sociais que não aguentam mais o frio, e dos dias curtos. A temperatura pode até oscilar - um dia faz 23 no outro 13 - mas ninguém mais usa casaco pesado, afinal, tem Pimm's no pub!

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5 perguntas que vão te fazer diariamente em Londres

1. Cream on top?
Tudo bem que essa você vai ouvir em qualquer Starbucks ao redor do mundo, mas coloquei em primeiro porque foi a primeira pergunta que ouvi quando cheguei aqui. Lembro que entrei no Starbucks, não tinha nem 24 horas na cidade ainda, fiz o meu pedido e a atendente falou algo que eu não entendi. Eu tive que falar 'sorry?' umas 3 vezes até entender a questão, e nesse dia me caiu a ficha de que eu tinha me mudado pra um lugar com todos os sotaques do mundo, menos aquele sotaque 'redondo' que eu tinha aprendido a (quase) entender depois de milênios estudando na Cultura Inglesa. Então fica a dica: não basta saber exatamente o que você vai pedir de café, é preciso saber se vai creme em cima também (sempre diga sim, ahahahahaha)!

2. Eat in or take away?
O que significa: vai comer aqui ou levar? Acho engraçado porque mesmo quando um lugar não tem bancos ou mesas, tem vezes que o atendente pergunta isso. Então fique com a resposta a postos, na ponta da língua. Se for 'take away' você ouvirá a próxima pergunta em seguida...

3. Do you need a bag?
Precisa da sacolinha? E essa pergunta não rola apenas nas lanchonetes, mas também no supermercado. E em alguns lugares, se você pegar a sacolinha, terá que pagar por ela (pouco, mas tem que pagar).

4. Do you have a Boots card?
Acho que uma vez já escrevi no blog que no Reino Unido ninguém tem carteira de identidade, mas todo mundo tem o Boots card - o cartão 'fidelidade' da tão amada rede de drogarias. E todos os supermercados tem seu próprio cartão, e invariavelmente você vai acabar fazendo um (faça, vale bastante a pena, ganhamos vários descontos!). Então, se você está aqui de visita e for em um desses lugares, vai acabar ouvindo essa pergunta no caixa.

5. Where are you from?
Aqui em Londres ninguém é de Londres. Então todo mundo já pressupõe que você é 'de fora'. seja de outras partes do país ou de outro país. Claro, não demora para que o sotaque fale mais alto, então se você estiver conversando com alguém pela primeira vez, vai ouvir essa. E obviamente a resposta gera curiosidade e da início a toda conversa 'mas o que você tá fazendo aqui / até quando você vai ficar / você gosta de morar aqui' e por aí vai.

5 mandamentos dos usuários de metrô em Londres - versão dentro do vagão

1. Não farás contato visual
Leia seu livro, seu jornal, veja suas mensagens no celular, jogue Candy Crush, feche os olhos, olhe pro chão, mas nao encare os coleguinhas de vagao. Não me pergunte porque, mas é regra de ouro. O mesmo mandamento pode se aplicar a começar uma conversa. Simplesmente não comece uma conversa com o estranho ao seu lado só porque ele está lendo um livro que você adora. Um mandamento especialmente difícil de seguir se voce quer flertar. Melhor abrir uma conta no match.com

2. Compartilharás o jornal com o vizinho
Um clássico - pode prestar atencao, sempre que tem alguém com o jornal aberto, a pessoa sentada ao lado está dando uma olhadinha. É inevitável! Todo mundo que usa o metro com frequência já se viu nas duas situacoes: com o jornal na mao e o vizinho de assento quase fungando no seu cangote pra let também, ou fungando no cangote do vizinho que está lendo. Portanto, não faca cara feira e facilite a vida do seu vizinho de assento!

3. Não colocarás os pés no assento vazio na sua frente
Usar transporte público já não é a coisa mais higienica do mundo né? Melhor nem pensar muito. Mas aí tem a turma que nao tem nenhum senso de coletividade e se vê no direito de usar um assento vazio para apoiar seus pés. Faça-me o favor! O metro/trem nao é sua casa (espero que voce nao coloque seus sapatos sujos em cima do sofá da sua casa, mas anyay, voces entenderam), e ninguém merece sentar em cima de sujeira de sola de sapato.

4. Serás paciente com excursões de escola 
Nada como o silêncio do vagao de manhã para você dar uma cochilada ou ler seu livro em pazOH WAIT! A excursao de escola com 56 criancinhas falantes (berrantes) vestidas com seus coletes amarelo fosforescente entrou no seu vagão e é tarde demais para sair (ou nao dá pra sair porque tem um mar de criancinhas na sua frente). Taí um exercício de paciência. Tem que ser um ser superior para não expressar o horror que voce está sentindo. Afinal, as criancinhas nao tem a menor noção de espaço compartilhado e seu pé será pisado 4657586 vezes, e se você tiver o azar maior de uma delas sentar ao seu lado, esqueca usar o apoiador de braco.

5. Utilizarás todo os espacos livres do vagão
Não fique com medo de ir para o meio do vagão e não conseguir sair na sua estação se o metrô estiver lotado - voce vai conseguir sair. É impressionante como as pessoas tendem a se amontoar perto da porta e evitam usar a área entre os assentos. Até que que alguém educamente (nem sempre) fale: MOVE DOWN! O que basicamente significa: se espalha aí, porra!

5 maneiras de irritar um londrino - versão metrô

1. Pare na frente da catraca e procure seu bilhete
Ah, nada como deixar para pegar seu bilhete do metrô só quando você chega na catraca para experimentar a paciência dos londrinos. Sim, vá lá, faça isso: procure o bilhete calmamente, primeiro nos bolsos, depois na mochila ou bolsa, e não arrede o pé de frente da catraca enquanto isso. Quero ver se alguém vai falar que os franceses são mal educados (e que fique bem claro que eu discordo) depois de bloquear uma catraca qualquer em uma estação qualquer do metrô londrino.

2. Chegue na plataforma e pare bem em frente ao acesso de onde você surgiu
Afinal, pra que ir para as pontas das plataforma ou procurar um pedaço que esteja menos cheio se você pode muito bem parar na porta e bloquear a entrada de todo mundo que está atrás de você? Sim, espere o próximo metrô chegar e não arrede pé, e não facilite a passagem de quem quem sair da muvuca e seguir em frente.

3. Aperte o botão que fica na porta do vagão
Se a porta do seu vagão tiver um botão (lado de dentro ou de fora) que você deduziu que deve ser apertado para abri-la ou fechá-la, aperte-o. Mas não aperte uma vez só: assim que o metrô chegar na plataforma, aperte várias vezes, incessantemente. Porque óbvio que esse botão funciona e todas as outras pessoas que usam o metrô todos os dias são completos idiotas que ainda não perceberam que apertar o botão te dá esse poder de absoluto controle de porta. (ATENÇÃO: mesmo no DLR, onde o botão realmente deve ser usado, aperte-o várias vezes. Se apertar uma vez só não vale, a porta só aceita o comando depois de 15 apertos)

4. Entre no vagão enquanto as pessoas estão saindo
Assim que a porta abrir (claro, já que voce apertou o botão mais de 15 vezes), não pisque: entre no vagão. O povo que fica esperando todo mundo sair antes (pior: abrem espaço para os outros saírem! Otários!) está comendo bola, entre antes de todos eles e seja o centro das atenções do vagão.

5. Quando a porta estiver fechando, deixe sua bolsa/casaco/sacola na frente
Quando o condutor do metrô falar pelo auto falante 'MIND THE DOORS, MIND THE CLOSING DOORS', não mova um músculo e deixe a porta fechar em cima das suas coisas. Não se esforce para move-las, mesmo que o condutor avise que o metrô não pode sair enquanto as portas não fecharem sem nenhum obstáculo. Para um melhor resultado, entre no vagão com as portas fechando, assim é mais provável que seu casaco ficará preso e voce causará um pequeno atraso na vida de todo mundo.

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5 fases que voce vai passar quando se mudar para Londres

(esse post contém tentativas descaradas de vender meu Guia de Londres)

1. Fase burocrática
Comprar um número de telefone, abrir uma conta no banco, conseguir um lugar para morar (que depende de abrir conta no banco, que depende de ter um endereço fixo... boa sorte), tirar o seu NI (National Insurance), enfim, transferir as praticidades da vida para um outro país. Não é assim super problemático, mas uma fase obrigatória. Elimine ela o mais rápido possível para passar para as próximas fases!

2. Fase turística
Com tudo resolvido, mas o futuro ainda incerto, é hora de andar por aí. Você se sentirá a pessoa mais entendida de Londres (se comprar o meu guia certamente será) e vai bolar mil conexões no metrô para conseguir percorrer a cidade como se não houvesse amanha. Você vai olhar para os turistas e pensar: 'Ha! Seus turistas! Eu MORO aqui, tá?'. Essa fase, apesar de uma delícia por motivos óbvios, é também um limbo, afinal uma hora você se dará conta de que não dá pra turistar todos os dias e passará para a próxima fase.

3. Fase 'e agora?'
A pior fase. Por mais que voce tenha se planejado, lido tudo sobre Londres (leu meu guia?), na hora do vamos ver é que a ficha cai: você mora em outro pais. Tem que fazer tudo de novo: arrumar o currículo, pesquisar vagas de emprego, fazer amizade, organizar a rotina, saber onde vende requeijão (coisas importantes, veja bem). É uma fase de incertezas e expectativas, tem dias que você se pergunta se realmente fez a coisa certa.

4. Fase retrocesso
Uma fase totalmente dedicada a sua vida profissional. Então que você conseguiu um emprego, mas é a mesma coisa que você fazia há 3 anos. Ou então não tem nada a ver com a sua área. Não se desespere! Esse passo pra trás, por mais contraditório que possa soar, é o primeiro passo pra frente. O problema é que nessa fase a gente se sente desvalorizado, é bem difícil manter a motivação. Ainda mais com os seus amigos no Brasil, na maioria das vezes, ganhando muito mais e com as carreiras em ascensão.

5. Fase Londoner
E, de repente, voce se sente em casa. Quando vai para o Brasil, fica com saudade da 'sua' cidade. Já está acostumado com o estilo de vida londrino, já xinga quando o metrô demora mais de 4 minutos, provavelmente encontrou um novo emprego (e deu mais um passo pra frente) e fez amizades. Diferentemente na fase turística, a fase londoner não significa ter pressa pra ver tudo, mas permitir-se ficar em casa e não fazer nada sabendo que voce tem mais e mais finais de semana pela frente para conhecer aquele lugarzinho super secreto e aquela atração que você ainda não visitou, sobre as quais você leu num incrível guia de Londres.

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5 eventos esportivos que eu não conhecia antes de morar em Londres

1. The Ashes
Um campeonato de cricket que envolve... dois times. Sério. Inglaterra e Austrália. Austrália e Inglaterra. DOIS TIMES gente. Não sei mais o que escrever. Eu já não consigo achar algo interessante nesse esporte, então fica difícil eu escrever sobre o Ashes sem ser sarcástica. Vou parar por aqui. Mas DOIS times. DOIS.

2. Ryder Cup
Se eu não me interesso por cricket, a coisa fica ainda mais feia quando o esporte é golfe. E, de novo, DOIS TIMES. Europa x Estados Unidos. Vamos ali ser elitistas juntos e já voltamos. Encerro aqui.

3. Campeonato Mundial de Dardos
Aaaaah, finalmente algo legal. Um campeonato onde a torcida está bêbada, fantasiada, e ainda por cima os participantes não tem um corpinho atlético. Ou seja, ainda há esperança de eu ser campeã mundial de alguma coisa. Talvez esse seja meu projeto pós-aposentadoria. Vou pro pub todo dia, tomar gin&tonic (ou Pimm's se for verão) e ficar treinando. Vocês vão me ver campeã em 2040, escreve aí.



4. Commonwealth Games
Ah, eu já dediquei um post inteiro ao Commonwealth Games, os jogos olímpicos dos países participantes do clubinho Commonwealth (vamos combinar que a última coisa que todos os membros dessa organização tem em 'commmon' é 'wealth', né?). Alguém se lembra dos campeões desse ano? Nem eu.

5. Oxbridge boat race
Tudo bem que essa é mais uma competição entre dois times (Universidades de Cambridge e Oxford), mas ver os times de remo dessas duas instituições históricas e arquinimigas é muito mais animado do que ver críquete ou golfe. A corrida acontece todo ano em Londres, em um trecho do Rio Tâmisa no oeste da cidade. Acho que todo mundo que fez faculdade entende essa rivalidade, e como é algo rápido, pá-pum, se resolve em menos de uma hora, deixa os ânimos da torcida a flor da pele.

5 tradições de Natal britânicas

1. Christmas crackers
Minha tradição favorita! E a primeira que a gente conheceu quando chegamos em Londres. Faltavam 3 semanas para o Natal, e em todo restaurante que a gente passava, víamos essa espécie de 'tubo' em cima dos pratos. E aí vimos também no supermercado, caixas e caixas com os tais dos tubos. Só fomos descobrir do que se tratava quando o marido inglês de uma amiga explicou: os Christmas Crackers devem ser estourados no dia de Natal (cada pessoa segura de um lado do cracker, em uma roda de pessoas, e todo mundo puxa ao mesmo tempo), e dentro deles tem umas bobagens, uns presentinhos. Mas mais importante que os presentinhos são as coroinhas de papel (que todo mundo tem que colocar na hora de comer) e as piadinhas sem graça. Garanto que deixa a festa muito mais divertida, desde então a gente adotou essa tradição e apresentamos a 'novidade' pra todo mundo que vem pra Londres nessa época.

2. Christmas jumper
Jumper é a palavra que se usa por esses lados para descrever um suéter: uma blusa de manga comprida, que pode ser de moletom, de lã, ou de qualquer outra coisa. Mas o Christmas jumper é algo especial: é feito especialmente para essa época e você NUNCA verá ninguém usando um Christmas jumper em qualquer outra época do ano (por exemplo, se faz um dia frio na primavera ou no verão). E como você identifica um? Fácil: o Christmas jumper tem estampa de símbolos natalinos, como papai noel, boneco de neve, flocos de neve, pinheirinho e por aí vai. Quanto mais perto do Natal, mais fácil avistar alguém usando (e geralmente nos escritórios o pessoal faz o dia de usar o Christmas jumper, tem concurso pra ver qual o mais cafona e tudo mais). O Christmas jumper tem fama de ser brega, e a galera abraça a ideia - pode fazer uma busca nas imagens do Google pra ver como é muito mais fácil encontrar modelos cafonas do que modelos bonitinhos.

3. Comercial da John Lewis
A John Lewis é uma das lojas de departamentos mais tradicionais de Londres. Não é tão conhecida entre os turistas, que acabam visitando as famosetes Harrods e Selfridge's, mas a minha impressão é que os locais tem um carinho especial por ela. Mas especulações a parte, a loja todo ano lança um comercial de Natal que vira 'hit': tipo, as pessoas esperam por isso, vira capa de jornal, gera discussões ('ah como assim você não chorou?', 'a do ano passado foi muito melhor' etc etc etc). Falam bem ou falam mal, mas todos falam do comercial da John Lewis. Eu não sei há quanto tempo eles fazem isso, mas acredito que o sucesso é tanto que ainda vai acontecer por muitos e muitos anos.... Para o Natal de 2014, a estrela é um pinguim, o Monty:


(e aí, chorou?)

4. Mensagem da Rainha
Todo ano a Rainha prepara uma mensagem que é transmitida no dia de Natal (antigamente era sempre a BBC que fazia a transmissão, hoje em dia é alternado com outros canais), gravada com antecedência e que nada mais é do que um 'resumo' do ano que passou. Ela normalmente relembra eventos (esportivos, culturais, sociais) que aconteceram no decorrer dos últimos 12 meses, assim como acontecimentos familiares (como foi o caso do nascimento do Jorjinho ano passado). Acho que é um dos poucos dias do ano em que as pessoas realmente lembram que 'nossa, temos uma Rainha', principalmente num ano relativamente tranquilo no quesito fofocas reais como foi 2014. Republicanos e monarquistas, todo mundo para o que está fazendo pra ver e ouvir o Feliz Natal real. No site da familia real (mudérno) você pode ver as transcrições de todas as mensagens de Natal desde 1953.



5. Calendário do advento
Eu sei que essa não é uma exclusividade britânica, e o calendário do advento existe no mundo todo. Mas aqui você encontra calendário de advento no supermercado como no Brasil você encontra Panettone. Afinal, que não curte ganhar um chocolatinho todo dia durante 24 dias (1 a 24 de dezembro)? O formato é simples: uma caixa retangular, e cada dia é uma 'janelinha'. O que varia mesmo é a estampa da caixa: tem de todos os personagens que você possa imaginar. Isso sem contar nos calendários do advento com 'outras especialidades', como brinquedos, velas, produtos de beleza e ingredientes gourmet. Eu prefiro um pedacinho de chocolate mesmo!

5 situações pelas quais você vai passar no transporte público de Londres

1. O bêbado
Meu maior medo quando pego o último trem pra casa ou um ônibus noturno é que um bêbado sente perto de mim. Bom, não tem como evitar: o último trem SEMPRE terá pelo menos um bêbado. O negócio é usar todas as táticas imagináveis para evitar que ele sente-se do seu lado. Isso porque: ele pode dormir e bloquear sua saída ou (o horror) ele pode vomitar. Pavor total.

2. A excursão de crianças ou adolescentes
Ah, nada como um vagão do metrô vazio pra você pode ler umas páginas do seu livro ou então dar aquela cochilada básica ja que sua estação ainda está longeDA ONDE TÁ VINDO ESSE BARULHO? É amigos, quando você menos espera a excursão de crianças felizes e contentes indo visitar o museu invade seu vagão. Acabou a tranquilidade. Pior que excursão de crianças é a excursão de adolescentes intercambistas. Porque adolescente já é um porre, mas adolescente intercambista consegue ser pior, pois estão viajando em grupo e vivendo o que acham ser os melhores dias de suas vidas (e consequentemente um dos piores dias das NOSSAS vidas pobres trabalhadores que querem apenas uns minutos de sossego no metrô).

3. A briga
Nada mais constrangedor do que dois estranhos discutindo por algo idiota. Como eu uso o transporte público todo santo dia, já testemunhei um monte de brigas, pelos mais variados motivos: alguém que, ao esticar o braço para se segurar, atrapalhou a conversa de 2 pessoas, outro que estava sentado no chão e se recusou a levantar quando alguém pediu e, é claro, brigas provacadas pelos bêbados, que e impossível saber o motivo. Quando uma briga começa dentro do trem, a impressão que eu tenho é que todo mundo no vagão está pensando a mesma coisa: 'peloamordedeus não façam alguém apertar o botão de emergência e parar o trem' ou 'se forem brigar, que seja longe do meu assento'. Apesar da tensão no ar, geralmente os demais passageiros continuam a ler/conversar/checar o telefone como se nada estivesse acontecendo.

4. A pessoa passando mal
Não é incomum um atraso de trem ser provocado por uma pessoa passando mal. Quando alguém sente-se mal dentro do trem, é preciso acionar a emergência e avisar o condutor, que então vai avisar alguém na próxima estação. Até a pessoa ser socorrida (o que as vezes implica em uma ambulância chegar), o trem não vai a lugar nenhum. Até aí tudo bem. O pior, pra mim, é quando essa pessoa passa mal no seu vagão, porque você se dá conta de que não se lembra o que é preciso fazer na hora do vamos ver. Então vale a pena se familiarizar com o 'ambiente' do trem/metrô que você sempre pega, principalmente para saber onde está o  botão de emergência.

5. A bolsa presa na porta
Eu sempre me pergunto se a pressa que a pessoa tem justifica não esperar 3 minutos pelo próximo metrô. Sempre tem o desesperado que entra no vagão no último segundo e acaba bloqueando a porta com sua bolsa/mochila. Então, os 3 minutos que a pessoa pensou que tinha economizado, acabam virando 2 minutos, ou 1 minuto. Porque toca o condutor ter que abrir todas as portas e fechar de novo para o metrô poder prosseguir. Então fica a dica: espere o próximo, Assim você evita que todo mundo no vagão odeie você.

5 programas de televisão para assistir quando você vier para Londres

1. Bargain Hunt
A ideia é simples: duas duplas (time azul - the blues - e time vermelho - the reds) percorrem uma feira de antiguidades e tem 300 libras e uma hora para comprar quantos objetos quiserem, e cada dupla conta com a ajuda de um especialista na área. Esses objetos vão então para leilão e a dupla que arrecadar mais, ganha (e leva o lucro - geralmente muito baixo). Pode até soar excêntrico, mas feiras e leilões de antiguidades são muito comuns no Reino Unido - aqui no meu bairro, por exemplo, existem as duas coisas. Os britânicos no geral adoram uma barganha nessas feirinhas, e existem dezenas de programas dedicados ao assunto. Se você gostar de Bargain Hunt, assista também Antiques Road Show, Flog It!, Cash in the Attic.

2. Celebrity Juice
Pra rir muito e ver muita baixaria. Mas digo rir de chorar de rir e baixaria de ver pintos e bundas e aprender todos os palavrões possíveis em inglês. Trata-se de um programa estilo 'painel' (muito comum na televisão britânica, poderia citar dezenas: um apresentador e dois times de tres ou quatro pessoas que precisam responder perguntas ou cumnprir tarefas). Os times são formados por celebridades, e como o nome diz, as perguntas e tarefas são baseadas no mundo dos famosos, fofocas e verdades. O apresentador, Keith Lemon, é uma piada (pra quem não está afiado no inglês, é difícil entender o que ele fala), e não tem papas na língua. Se você gostar de Celebrity Juice, assista também A League of Their Own e Mock the Week.

3. The Graham Norton Show
Já escrevi um post sobre esse talk show, e ele continua muito bom - acho que até melhor do que na época que escrevi. Os entrevistados ficam juntos o tempo todo, e isso rende momentos hilários. Mas o destaque é mesmo o próprio Graham Norton, que faz perguntas bem diferentes do que vemos nos talk shows e consegue sempre fazer que role uma química entre os entrevistados. Veja até o fim, que sempre tem apresentação musical (semana passada foi o U2, por exemplo) e o famoso quadro 'The Red Chair', quando alguém do público conta uma história que supostamente deve ser divertida, mas se o Graham achar que é chata, a pessoa é derrubada da cadeira (falando assim parece idiotice, mas e hilário).

4. Grand Designs
Esse programa epitomiza a obssessão dos britânicos pelo mercado imobiliário e a curiosidade de ver a casa alheia. O que tem de coisa na televisão sobre pessoas procurando lugares pra morar e reformas/decoração não é brincadeira. A diferença do Grand Designs é que o apresentador (Kevin McCloud, que é tipo o guru da arquitetura/decoração e é o 'rosto' da marca) acompanha um projeto do zero, passando por todos os perrengues da contrução. Tem casas, por exemplo, que começam a ser construídas anos antes do programa ir pro ar, porque geralmente o episódio termina com o apresentador visitando os proprietários já morando lá. Se você gostar de Grand Designs, assista também Location, Location, Location, 60 Minute Makeover e Homes Under the Hammer.

5. Countryfile
Sabe aquela hora no domingo, fim de tarde e começo da noite, quando só tem lixo passando na televisão? Pois veja Countryfile e seus domingos nunca mais serão os mesmos! O programa tem vários apresentadores, e cada episódio é focado em uma região do interior do Reino Unido, além de ter algumas seções específicas, como o dia e dia e problemas de uma fazenda. A ideia principal, porém, é mostrar as belezas de cada região (fauna e flora), assim como produtos típicos e artesanato local. O Countryfile tem grande influência na nossa vontade de explorar mais o país que moramos. Recomendo muito pra quem quiser aprender mais sobre o Reino Unido, que vai muito, mas muito além de suas cidades mais connhecidas. Enfim, é um programão, especialmente pra quem curte viajar.

5 coisas que existem em todas as casas de Londres


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1. Alarme de incêndio
Você pode morar em um estúdio ou um palácio, mas o alarme de incêndio sempre estará lá. Ok, é prudente e tal, mas está SEMPRE muito perto do fogão, ou seja: ele vai disparar toda vez que você fritar um bife. O pior é que se seu apartamento/casa tem mais de um alarme (como no nosso caso, é um na cozinha e um logo depois da porta de entrada), eles estarão conectados, e assim que um dispara, todos os outros disparam também. O primeiro disparo será aquele susto, todo mundo desesperado achando que o prédio todo deve estar em pânico (não estão), mas aos poucos você aprende que basta abanar a fumaça perto do alarme por alguns segundos que ele para de tocar. Você aprende também a não entrar em pânico quando o alarme do vizinho dispara. Afinal todo mundo frita bife.

2. Aquecedores
Seus melhores amigos durante 5 meses do ano (aqui em casa geralmente de novembro a março). Mas viram inimigos quando chega a conta da British Gas. Frio lá fora, casa quentinha.... no primeiro ano você liga todos os aquecedores da casa, e só quando chega a conta no fim do inverno que você se lembra de que, ops, não existe a fada madrinha do aquecimento, mas sim a British Gas. Fora isso, os aquecedores são um empecilho decorativo, já que não dá pra colocar nada na frente, ou em cima (quando estão ligados, mas quem vai ficar mudando as coisas de lugar de acordo com a estação do ano?).

3. Carpete
Dê adeus ao seu piso de porcelanato brilhante ou aos tacos nos quais você gastou uma fortuna para reformar, porque em Londres o negócio meu amigo, é carpete. Tudo bem, nos apartamentos e casas mais novos é até fácil encontrar aquele piso laminado de madeira baratex que todo mundo compra em seu primeiro apartamento, mas escreve o que eu tô dizendo: nos quartos, só carpete. Tudo bem que dá aquela sensação de aconchego, principalmente no inverno, mas por mais que você tome todo cuidado do mundo para não andar no carpete de sapato, depois de alguns meses já dá pra notar onde está gasto. Fora a poeira. Por isso, como eu já disse nesse post aqui, coloca o seu rico dinheirinho num aspirador bom. Ah, não vou nem comentar dos apartamentos que tem carpete no banheiro. Não é lenda.

4. Banheira
'Ai que máximo você tem banheira em casa'. Que máximo? Puta saco limpar a banheira. Prefiro mil vezes um box, até porque quem tem tempo de usar a banheira? E o espaço que sobraria no banheiro se fosse um simples box? E a água que espirra no banheiro inteiro porque só tem um painel de vidro ou acrílico super pequeno como proteção? Mas juro, mesmo que você vá no menos apartamento de Londres, a bendita banheira está lá.

5. Interruptor na tomada
Aê! Finalmente uma coisa boa. Gente, como não tem isso em todas as tomadas do mundo? Acho super seguro e sustentável. Vai viajar? Desliga todas as tomadas e pronto, certeza de que nenhum aparelho ficou ligado ou no 'stand by' desnecessariamente. Fora quem pra quem é paranóico como eu, o medo de tomar choque toda vez que precisa plugar algo na tomada desaparece: basta desligar o interruptor, plugar e ligar de novo. GENIAL. Acho que vou começar uma petição no Change.org pra ter isso no mundo todo. 

5 comentários idiotas que você vai ouvir quando se mudar para Londres

1. Você não mora aqui, não sabe do que está falando
Essa pérola eu escutei na eleição de 2010, de uma (ex) amiga, quando deixei minha opinião no facebook. Pois é, parece que quando você sai do Brasil a regra é que você não se interessa mais por nada que acontece lá. Ou então você perde o direito de opinar, afinal 'deixou' seu país, traiu suas raízes. Como se quem é expatriado não quisesse o melhor pro Brasil como qualquer outro brasileiro ou como se não existisse todos os meios pra gente se informar tão bem quanto qualquer pessoa que more no Brasil.

2. Vocês que estão certos, fiquem em Londres mesmo, o Brasil é uma merda
Esse comentário pode criar uma situação totalmente reversa do que o comentarista esperava. Quem vomita uma babaquice dessas assume que quem mora fora odeia o Brasil e o motivo da mudança foi desgosto e descrença com o futuro do país. Bom, não é meu caso e penso eu que não é o caso da maioria dos expatriados. Eu não acho o Brasil 'uma merda', e odeio as frases estilo 'só no Brasil' e afins. Sei dos problemas e angústias mas, justamente por morar fora e conhecer bem a cultura de outro país, tenho plena consciência de que nada é 'só no Brasil'

3. Mas você ganha em libras!
Sim, eu ganho em libras, mas você obviamente esqueceu que minha hipoteca também é em libras, a comida que compro no supermercado também é vendida em libras, os gastos com transporte também são em libras... preciso continuar? E, se for pra reforçar o argumento, eu ganho em libras mas proporcionalmente bem menos do que meus amigos no Brasil ganham em reais. Não só ganho menos, mas convertendo meu salário para reais o valor ainda é mais baixo do que eu ganharia agora se estivesse no mesmo cargo que estava antes de ir embora. Então, por favor, parem de me falar isso quando eu comentar que viajar pro Brasil custa muito caro.

4. Nossa você tá muito inglesa!
Tá bom, eu sei que esse não é um comentário idiota, e (espero eu) geralmente quem fala nem tem ideia de que é irritante (eu me irrito muito facilmente, como quem lê esse blog já deve saber há tempos). Mas que diabos significa 'você tá muito inglesa!'? Nunca entendi. É a roupa? É o cabelo? É a gordura acumulada na barriga? Mas por que isso é indicação de que eu 'estou' inglesa? talvez seja pura e simplesmente falta de boas ideias, vontade de puxar assunto.

5. Não sei como vocês aguentam frio e céu cinza o ano todo
E eu não sei como eu aguento você falando essa idiotice pra mim. Juro, faz frio na Europa inteira, tem céu cinza em qualquer lugar, mas por alguma razão existe essa ideia de que Londres é a mais cinza e gelada cidade de todos os tempos. Tá, você não está convencido? Então pelo menos guarde o comentário para você e tente falar algo positivo, pode ser? 

5 coisas que você não vai ter na sua casa em Londres

1. Ralo no banheiro
Ralo, só no box ou na banheira. Ou seja, dar aquela esfregada no chão com veja, só se você estiver afim de secar tudo no braço depois. E como ninguém tem braço ou paciência (e tempo!) pra isso, em pouco tempo, muito pouco mesmo, você nem vai se lembrar de que na sua casa no Brasil existia um ralo. O negócio é investir mesmo nos lenços que ja vem umedecidos e pronto! Esfregão e rodo, nunca mais (vejam bem, não ter ralo é uma espécie de libertação doméstica).

2. Tanque
Taí outra peça inexistente na casa londrina que no fim das contas é uma coisa boa. Porque tanque, na boa, só serve pra fazer a gente trabalhar mais. Você acaba pegando o hábito de comprar roupas que podem ser lavadas na máquina, ou então precisa se contorcer pra esfregar a bendita blusa delicada na pia do banheiro. E pra lavar roupa delicada na pia do banheiro é preciso (na teoria) dar uma lavadinha básica na pia, senão a roupitcha sai com resto de cuspe, cabelo e pasta de dente. Ou seja, não.

3. Varal no teto
Essa do varal eu já mencionei várias vezes, inclusive nesse post sobre as 5 coisas que você vai comprar pra sua casa quando se mudar para Londres. Aqui, o negócio é varal portátil, daquele que você esconde (quando fechado) embaixo da cama ou atrás da porta. Varal no teto é pra quem tem um luxo chamado espaço, coisa raríssima em Londres. Ou seja, você pode até ter um varal no teto, mas terá que instalar o bendito na sala ou no quarto. Dê um adeus especial a sua área de serviço antes de ir embora do Brasil!

4. Tomada/Interruptor no banheiro
Você nunca mais vai conseguir secar seu cabelo no banheiro, a não ser que seu secador tenha um fio de 5 metros, pra alcançar uma tomada em outro canto da casa/apartamento. Pois é, não tem tomada no banheiro (alguns tem uma tomada que deve ser usada APENAS para barbeadores elétricos, o que eu acho super sexista. Se homem tem tomadinha especial pro barbeador, por que diabos não tem pro secador? Enfim). Isso por cusa das regras de 'Health & Safety' (Saúde e Segurança) que são super rigorosas por aqui. Outra coisa esquisita do banheiro é a falta de interruptor pra acender a luz: ou o interruptor estará do lado de fora (e um dia alguém vai apagar a luz sem querer bem quando você estiver lá dentro de mãos atadas) ou então em vez de interruptor existe uma cordinha pra puxar - bem retrô!

5. Bidê/Chuveirinho
Comece a treinar seu intestino para que ele funcione no horário antes de você tomar banho, ou então acostume-se a limpar a bunda com lencinhos umedecidos de bebê, porque meu amigo, bidê e chuveirinho não fazer parte da mobília banheirística por aqui. Sinto muito ser a responsável por essa decepção, que deveria pesar muito na hora de tomar a decisão de sair do Brasil de vez (em tempo: você até encontra bidê pra vender em lojas especializadas, mas cadê que os banheiros tem espaço e encanamento pro dito cujo?).

5 hábitos irritantes que você vai adquirir quando se mudar para Londres

1. EXCUSE ME
Ah, nada mais londrino do que falar EXCUSE ME daquele jeitinho grosseiro que turista acha que é educado para alguém parado do lado esquerdo da escada rolante. O seu primeiro EXCUSE ME será mais parecido com um excuse me: baixinho, envergonhado, quase pedindo desculpas. Ao longo dos anos você pega prática e assim que avisa o turista desavisado bloqueando o lado esquerdo e atrasando sua vida em 6 segundos solta um digno EXCUSE ME que na minha opinião deveria contar pontos pra cidadania britânica

2. Tentar evitar que alguém sente ao seu lado no ônibus/metrô/trem
Quando você entra no vagão do trem/metrô ou no ônibus, sempre vai ter uma pessoa tentando evitar que alguém sente ao seu lado colocando a bolsa no assento. Esse truque é engraçado, porque você vira os olhos quando vê, mas pode ter certeza de que tentará fazer o mesmo! O pior (melhor?) é que funciona, já que todo mundo prefere achar outro lugar do que pedir pra pessoa retirar a bolsa. E já vi, muitas vezes, pessoas ficarem de pé e deixarem o fulaninho com a bolsa ocupando espaço onde alguém poderia estar sentado. Uma coisa é tentar 'guardar' o assento quando existem outros disponíveis, outra é fazer cara de paisagem quando o trem fica lotado. Mas anota aí: você também vai fazer isso.

3. Byyyyeeeeeeeeee
Aqui, ninguém encerra conversa de telefone com 'beijo, tchau'. O pessoal fala tchau (bye) mesmo, mas não é apenas um 'bye'. É um bye com voz afinada e ênfase no 'y', então fica 'byyyyyyye'. Até conversas mais sérias, entre pessoas de voz grossa, podem terminar assim. Por que raios todo mundo tem que afinar a voz? É esquisitíssimo esse 'bye' meigo, acho demasiado irritante. Prefiro mandar beijo, mas quando estou ao telefone com alguém daqui, não tem jeito: sai o bye irritante.

4. Atravessar a rua loucamente
Todo londrino é um suicida em potencial, basta vê-los atravessando a rua em algum ponto super movimentado da cidade, como Piccadilly Circus e Oxford Circus. Quanto mais movimentado, mais chances você terá de ver um quase atropelamento. É um desespero pra atravessar a rua, estão sempre com muita pressa e parece que os 2 minutos do farol fechado para pedestres são uma ofensa. E aqui não é como nos Estados Unidos, que a pessoa bota um pé na rua e o carro para. Os motoristas não querem nem saber, continuam como se não tivesse um trouxa arriscando a vida passando na frente. Não tem um dia que eu não veja um doido passar raspando em frente um ônibus. MAS, vai chegar o dia que você vai fazer o mesmo. Atravessar como se fosse tirar o pai da forca: londrinos manjam muito.

5. Largar o jornal em qualquer canto
Adoro os jornais e revistas gratuitos distribuídos em Londres, mas detesto vê-los largados pelos cantos do metrô, trem, ônibus e estações. Por que ninguém leva o jornal para casa ou sei lá, joga no lixo depois? Apenas uma ideia. O problema é que é tradição 'reutilizar' o jornal deixado pelas pessoas por aí, e assim consecutivamente até o funcionário que faz a limpeza do metrô ter que catar tudo e jogar no lixo. Eu acho assim: pegou alguma coisa, precisa então ser responsável por jogar no lixo. Largar, simplesmente, não pode. Só que não posso atirar pedras porque né, quem nunca. Já fiz, pronto, falei. Esqueci o livro em casa, então peguei o jornal na entrada da estação e na hora que chegou a minha parada, deixei ele pra trás, no assento onde eu estava.


5 nomes de estações em Londres que todo mundo fala errado quando chega

1. Leicester Square
Três letras da palavra Leicester simplesmente somem quando ela é pronunciada: o 'ice' é totalmente ignorado e você deve falar 'Léster'. A mesma coisa com Gloucester (estação Gloucester Road): vira Gloster. Acho um desperdício de letras, principalmente num mundo onde precisamos cortar cada vez mais caracteres (alô, Twitter!)

2. Tottenham Court Road
Acho que mesmo que eu more aqui pro resto da vida, jamais conseguirei pronunciar Tottenham do jeito certo. É até complicado explicar como se fala, porque não necessariamente algumas letras são cortadas, como em Leicester, mas a pronúncia é rápida e sutil. Por exemplo, olhando os dois Ts seguidos, dá vontade de falar TOTTEN com ênfase no TTE não? Pois é, não. E o h no 'ham' é praticamente mudo (malditos, conseguem esquecer do H nessa palavra mas não conseguem não pronunciar no meu nome). Então é mais ou menos assim: Tótenam. (o 'tenam' fala bem rápido e meio que fechando a boca).

3. Greenwich
Uma das minhas primeiras lições de inglês nos 2 mil anos que cursei Cultura Inglesa foi: toda vez que você vê dois Es seguidos (ee), a pronúncia vira i. Beleza, MAS NÃO. Greenwich não se fala Grinwich, se fala Grénich. Pois é, não apenas o ee vai por água abaixo mas também o w some. Tá tudo errado nesse mundo.

4. Southwark
Eu queria muito entender o porquê da palavra 'south' mudar completamente a pronúncia quando combinada com 'wark'. South é fácil, certo? Essa todo mundo sabe: sáuth. NÃO. Alguém achou que não seria OK falar Sáuthuórk e mandou avisar que, nesse caso, south se fala SÃD. Isso, SÃDwark. Pra que? Acho que é por isso que essa estação está sempre vazia e ninguém gosta dela.

5. Chiswick Park
Chiswick é uma daquelas palavras que a gente fica tentado em separar em duas para pronunciar: Chis/Wick. A primeira vista a gente sempre acaba falando assim: CHEESEWEEK. Mas aqui também tem letra ignorada, é preciso engolir o W e não esticar a letra I nas duas vezes. Fica mais ou menos assim: Tchísik.


Leia também:

5 perguntas que vão te fazer quando você mudar para Londres

1. Você vai ficar em Londres pra sempre? 
A pergunta que não quer calar. Não tem quem não pergunte isso - familiares, amigos e pessoas que você acabou de conhecer. E é engraçado, porque a maioria das pessoas nunca sabe responder. Pra sempre é muito tempo, né? Se eu não sei onde vou almoçar amanhã, como vou saber se vou ficar aqui pra sempre? Minha reposta geralmente é: vou ficando enquanto está bom, mudar de país (mesmo que seja pro meu país de origem) dá muito trabalho

2. O que vocês comem aí?
Acho que por causa dessa fama (pra lá de ultrapassada) que a cidade tem, de que a culinária daqui se resume a peixe e batata, o pessoal fica curioso pra saber da nossa alimentação. Para decepção geral de quem pensa que comemos mal nesse país, nossos hábitos alimentares melhoraram muito desde a mudança pra Londres (claro que também influencia o fato de estarmos mais velhos e mais cuidadosos com o que comemos). Isso porque as compras do supermercado saem mais baratas e aqui conheci pratos típicos de paises como Índia, Paquistão, Nepal e Tailândia (não estou falando que não existem restaurantes desses países no Brasil, apenas que aqui o acesso é mais fácil, mais barato, tem por todo canto).

3. Você tem amigos ingleses?
Essa pergunta geralmente precede outra: os ingleses são frios mesmo? É diferente de ter amigos brasileiros? Bom, a resposta aqui varia muuuuito de pessoa pra pessoa. Eu, por exemplo, não tenho amigos ingleses, mas tenho colegas muito queridas de trabalho. Nos damos super bem e já saímos juntas algumas vezes (até porque viajamos muito juntas), mas não diria que somos amigas. Não porque elas são frias (isso não é verdade) mas simplesmente porque a evolução de uma amizade com alguém que teve uma criação em uma cultura completamente diferente da sua é muito mais devagar.

4. Tá frio aí?
Verão não é uma estação exclusiva para o hemisfério sul. Aqui também faz calor! Mas, assim como pode fazer 30 graus no inverno brasileiro, pode fazer 15 graus no verão inglês. Como diz um amigo meu (sempre uso esse exemplo): antes de se mudar pra Inglaterra, olhe no mapa - estamos perto de um pais chamado ICELAND (Islândia, mas que na tradução literal seria 'Terra do Gelo'), então é claro que aqui no geral faz mais frio do que no Brasil. Não adianta reclamar! É assim. Temos muitos meses frios, mas temos também meses quentes, dias lindos, céu azul e sol brilhando.

5. Quando você vem pro Brasil?
Há uma cobrança constante dos amigos para que você vá para o Brasil o máximo de vezes possível. Eu costumo ir a cada 2 anos, mas a maioria dos meus amigos aqui vai uma ou até duas vezes por ano. Isso quer dizer que eu não sinto saudades? Claro que sinto! Mas ir para o Brasil envolve um planejamento/orçamento muito mais detalhado do que uma viagem para qualquer outro lugar. Isso porque você precisa organizar encontros, visitar familiares e ir nos lugare que gosta. Já aviso: nunca dá tempo de fazer a metade das coisas que você planeja. Você volta frustrado e ainda por cima toma bronca de um monte de gente que não conseguiu ver. Isso pode até me fazer parecer uma expatriada sem coração, mas não acho que preciso ir pro Brasil todo ano apenas porque sou de lá. Mas obviamente cada cabeça uma sentença.

5 coisas que você vai ter na sua casa quando se mudar para Londres

1. Varal portátil: como já falei em um post antigo, a maioria dos apartamentos e casas em Londres não tem área de serviço. Sua máquina de lavar roupa vai ficar ou no banheiro ou na cozinha, e talvez exista um armário em algum canto da casa pra guardar aquelas coisas que não ficam em nenhum outro lugar, como vassoura, balde e árvore de natal artificial.

Então sua primeira compra para casa em Londres certamente será um varal portátil, desses que a gente guarda embaixo da cama ou atrás da porta e 'desdobra' em qualquer canto da casa. No começo todo mundo tenta esconder o varal das visitas, mas passa um tempo e você ja nem liga muito. Apesar de portátil, o famigerado varal vira mobília fixa.

2. Produtos de limpeza pra tirar as 'manchas' de água do box: se você não tem ideia do que é 'água dura', pode ficar tranquilo que chegando aqui aprende rapidinho. Apesar da água da torneira/chuveiro ser totalmente saudável para consumo (todo mundo aqui bebe água da torneira, inclusive em restaurantes), ela tem alta concentração de minerais e portanto deixa marcas brancas - no vidro e nos metais é onde você vê com mais facilidade.

Essas marcas malditas parecem inofensivas, mas não há água sanitária e Mr Muscle no mundo que as remova com facilidade. É um inferno. Ou você desencana (não, o limpa vidros não tira essas marcas) e ao longo dos anos vê o box do seu banheiro passar de transparente para jateado, ou você esfrega as superfícies dia sim dia não (se você escolher a segunda opção a princípio, vai mudar para a primeira depois de um tempo, vai por mim. Então melhor desencanar já de cara).

3. Aspirador de pó potente: tente resistir aos aspiradores de pó baratex vendidos no Argos ou no Asda e invista logo em um caro, potente. Quase todos os apartamentos aqui tem carpete (se não for na casa toda, será nos quartos), e essa cidade tem muita, muita poeira!

Mesmo durante os meses frios, quando ninguém ousa abrir as janelas, a casa enche de poeira. Por isso um aspirador baratex não aguenta o tranco muito tempo. Raspa o cofrinho, pega todas as moedinhas da sua carteira, e compra logo um robozinho ou um Dyson (ou os dois, como fizemos aqui. A luta contra a poeira é diária, amigos!)

4. Sacola da Ikea: vamos já esclarecer. Você chega de mudança em Londres na segunda. Na terça você vai na Ikea 'comprar só um varal portátil'. E aí pela primeira vez você entenderá a importância da sacola azul da Ikea, pois é ela que vai permitir que você volte pra casa carregado de coisas que você não precisava (talvez você deixe o varal de lado pra poder carregar o resto) usando transporte público.

Mas não fique triste por causa das compras de impulso: a sacola faz esse lapso valer a pena. Ela serve pra guardar roupa de cama, ajudar o amigo na mudança, levar suas doações para a charity shop e, é claro, ir na Ikea novamente. Fica a dica para que você não cometa o erro amador deir na Ikea achando que não precisa levar a sacola, afinal 'só vou comprar uma almofada'. Você vai acabar com mais uma sacola.

5. Pote de moedas: antes de se mudar para Londres, faça um curso intensivo para entender as moedinhas. O tamanho delas não corresponde ao valor (a moeda de 2 centavos é maior que a de 5 centavos, por exemplo), e o valor não está visível de cara (precisa dar aquela investigada pra achar). Bom, fora isso não há carteira que aguente as moedinhas que vão acumulando, e certamente você vai achar um potinho ou pratinho pra ir colocando as moedas em casa.

Aí passam os anos, você olha o pote, acha que tem umas 50 libras lá dentro, coloca as moedas numa sacola, leva numa daquelas maquininhas que trocam moedas por notas e decobre que vocé acumulou....5 libras.

Minha dica: use suas moedinhas para comprar a Big Issue, que agora custa £2.50 : )