1. The Ashes
Um campeonato de cricket que envolve... dois times. Sério. Inglaterra e Austrália. Austrália e Inglaterra. DOIS TIMES gente. Não sei mais o que escrever. Eu já não consigo achar algo interessante nesse esporte, então fica difícil eu escrever sobre o Ashes sem ser sarcástica. Vou parar por aqui. Mas DOIS times. DOIS.
2. Ryder Cup
Se eu não me interesso por cricket, a coisa fica ainda mais feia quando o esporte é golfe. E, de novo, DOIS TIMES. Europa x Estados Unidos. Vamos ali ser elitistas juntos e já voltamos. Encerro aqui.
3. Campeonato Mundial de Dardos
Aaaaah, finalmente algo legal. Um campeonato onde a torcida está bêbada, fantasiada, e ainda por cima os participantes não tem um corpinho atlético. Ou seja, ainda há esperança de eu ser campeã mundial de alguma coisa. Talvez esse seja meu projeto pós-aposentadoria. Vou pro pub todo dia, tomar gin&tonic (ou Pimm's se for verão) e ficar treinando. Vocês vão me ver campeã em 2040, escreve aí.
4. Commonwealth Games
Ah, eu já dediquei
um post inteiro ao Commonwealth Games, os jogos olímpicos dos países participantes do clubinho Commonwealth (vamos combinar que a última coisa que todos os membros dessa organização tem em 'commmon' é 'wealth', né?). Alguém se lembra dos campeões desse ano? Nem eu.
5. Oxbridge boat race
Tudo bem que essa é mais uma competição entre dois times (Universidades de Cambridge e Oxford), mas ver os times de remo dessas duas instituições históricas e arquinimigas é muito mais animado do que ver críquete ou golfe. A corrida acontece todo ano em Londres, em um trecho do Rio Tâmisa no oeste da cidade. Acho que todo mundo que fez faculdade entende essa rivalidade, e como é algo rápido, pá-pum, se resolve em menos de uma hora, deixa os ânimos da torcida a flor da pele.
1. Christmas crackers
Minha tradição favorita! E a primeira que a gente conheceu quando chegamos em Londres. Faltavam 3 semanas para o Natal, e em todo restaurante que a gente passava, víamos essa espécie de 'tubo' em cima dos pratos. E aí vimos também no supermercado, caixas e caixas com os tais dos tubos. Só fomos descobrir do que se tratava quando o marido inglês de uma amiga explicou: os Christmas Crackers devem ser estourados no dia de Natal (cada pessoa segura de um lado do cracker, em uma roda de pessoas, e todo mundo puxa ao mesmo tempo), e dentro deles tem umas bobagens, uns presentinhos. Mas mais importante que os presentinhos são as coroinhas de papel (que todo mundo tem que colocar na hora de comer) e as piadinhas sem graça. Garanto que deixa a festa muito mais divertida, desde então a gente adotou essa tradição e apresentamos a 'novidade' pra todo mundo que vem pra Londres nessa época.
2. Christmas jumper
Jumper é a palavra que se usa por esses lados para descrever um suéter: uma blusa de manga comprida, que pode ser de moletom, de lã, ou de qualquer outra coisa. Mas o Christmas jumper é algo especial: é feito especialmente para essa época e você NUNCA verá ninguém usando um Christmas jumper em qualquer outra época do ano (por exemplo, se faz um dia frio na primavera ou no verão). E como você identifica um? Fácil: o Christmas jumper tem estampa de símbolos natalinos, como papai noel, boneco de neve, flocos de neve, pinheirinho e por aí vai. Quanto mais perto do Natal, mais fácil avistar alguém usando (e geralmente nos escritórios o pessoal faz o dia de usar o Christmas jumper, tem concurso pra ver qual o mais cafona e tudo mais). O Christmas jumper tem fama de ser brega, e a galera abraça a ideia - pode fazer uma busca nas imagens do Google pra ver como é muito mais fácil encontrar modelos cafonas do que modelos bonitinhos.
3. Comercial da John Lewis
A John Lewis é uma das lojas de departamentos mais tradicionais de Londres. Não é tão conhecida entre os turistas, que acabam visitando as famosetes Harrods e Selfridge's, mas a minha impressão é que os locais tem um carinho especial por ela. Mas especulações a parte, a loja todo ano lança um comercial de Natal que vira 'hit': tipo, as pessoas esperam por isso, vira capa de jornal, gera discussões ('ah como assim você não chorou?', 'a do ano passado foi muito melhor' etc etc etc). Falam bem ou falam mal, mas todos falam do comercial da John Lewis. Eu não sei há quanto tempo eles fazem isso, mas acredito que o sucesso é tanto que ainda vai acontecer por muitos e muitos anos.... Para o Natal de 2014, a estrela é um pinguim, o Monty:
(e aí, chorou?)
4. Mensagem da Rainha
Todo ano a Rainha prepara uma mensagem que é transmitida no dia de Natal (antigamente era sempre a BBC que fazia a transmissão, hoje em dia é alternado com outros canais), gravada com antecedência e que nada mais é do que um 'resumo' do ano que passou. Ela normalmente relembra eventos (esportivos, culturais, sociais) que aconteceram no decorrer dos últimos 12 meses, assim como acontecimentos familiares (como foi o caso do nascimento do Jorjinho ano passado). Acho que é um dos poucos dias do ano em que as pessoas realmente lembram que 'nossa, temos uma Rainha', principalmente num ano relativamente tranquilo no quesito fofocas reais como foi 2014. Republicanos e monarquistas, todo mundo para o que está fazendo pra ver e ouvir o Feliz Natal real. No site da familia real (mudérno) você pode ver as transcrições de
todas as mensagens de Natal desde 1953.
5. Calendário do advento
Eu sei que essa não é uma exclusividade britânica, e o calendário do advento existe no mundo todo. Mas aqui você encontra calendário de advento no supermercado como no Brasil você encontra Panettone. Afinal, que não curte ganhar um chocolatinho todo dia durante 24 dias (1 a 24 de dezembro)? O formato é simples: uma caixa retangular, e cada dia é uma 'janelinha'. O que varia mesmo é a estampa da caixa: tem de todos os personagens que você possa imaginar. Isso sem contar nos calendários do advento com 'outras especialidades', como brinquedos, velas, produtos de beleza e ingredientes gourmet. Eu prefiro um pedacinho de chocolate mesmo!
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1. Alarme de incêndio
Você pode morar em um estúdio ou um palácio, mas o alarme de incêndio sempre estará lá. Ok, é prudente e tal, mas está SEMPRE muito perto do fogão, ou seja: ele vai disparar toda vez que você fritar um bife. O pior é que se seu apartamento/casa tem mais de um alarme (como no nosso caso, é um na cozinha e um logo depois da porta de entrada), eles estarão conectados, e assim que um dispara, todos os outros disparam também. O primeiro disparo será aquele susto, todo mundo desesperado achando que o prédio todo deve estar em pânico (não estão), mas aos poucos você aprende que basta abanar a fumaça perto do alarme por alguns segundos que ele para de tocar. Você aprende também a não entrar em pânico quando o alarme do vizinho dispara. Afinal todo mundo frita bife.
2. Aquecedores
Seus melhores amigos durante 5 meses do ano (aqui em casa geralmente de novembro a março). Mas viram inimigos quando chega a conta da British Gas. Frio lá fora, casa quentinha.... no primeiro ano você liga todos os aquecedores da casa, e só quando chega a conta no fim do inverno que você se lembra de que, ops, não existe a fada madrinha do aquecimento, mas sim a British Gas. Fora isso, os aquecedores são um empecilho decorativo, já que não dá pra colocar nada na frente, ou em cima (quando estão ligados, mas quem vai ficar mudando as coisas de lugar de acordo com a estação do ano?).
3. Carpete
Dê adeus ao seu piso de porcelanato brilhante ou aos tacos nos quais você gastou uma fortuna para reformar, porque em Londres o negócio meu amigo, é carpete. Tudo bem, nos apartamentos e casas mais novos é até fácil encontrar aquele piso laminado de madeira baratex que todo mundo compra em seu primeiro apartamento, mas escreve o que eu tô dizendo: nos quartos, só carpete. Tudo bem que dá aquela sensação de aconchego, principalmente no inverno, mas por mais que você tome todo cuidado do mundo para não andar no carpete de sapato, depois de alguns meses já dá pra notar onde está gasto. Fora a poeira. Por isso, como eu já disse
nesse post aqui, coloca o seu rico dinheirinho num aspirador bom. Ah, não vou nem comentar dos apartamentos que tem carpete no banheiro. Não é lenda.
4. Banheira
'Ai que máximo você tem banheira em casa'. Que máximo? Puta saco limpar a banheira. Prefiro mil vezes um box, até porque quem tem tempo de usar a banheira? E o espaço que sobraria no banheiro se fosse um simples box? E a água que espirra no banheiro inteiro porque só tem um painel de vidro ou acrílico super pequeno como proteção? Mas juro, mesmo que você vá no menos apartamento de Londres, a bendita banheira está lá.
5. Interruptor na tomada
Aê! Finalmente uma coisa boa. Gente, como não tem isso em todas as tomadas do mundo? Acho super seguro e sustentável. Vai viajar? Desliga todas as tomadas e pronto, certeza de que nenhum aparelho ficou ligado ou no 'stand by' desnecessariamente. Fora quem pra quem é paranóico como eu, o medo de tomar choque toda vez que precisa plugar algo na tomada desaparece: basta desligar o interruptor, plugar e ligar de novo. GENIAL. Acho que vou começar uma petição no Change.org pra ter isso no mundo todo.
1. Você não mora aqui, não sabe do que está falando
Essa pérola eu escutei na eleição de 2010, de uma (ex) amiga, quando deixei minha opinião no facebook. Pois é, parece que quando você sai do Brasil a regra é que você não se interessa mais por nada que acontece lá. Ou então você perde o direito de opinar, afinal 'deixou' seu país, traiu suas raízes. Como se quem é expatriado não quisesse o melhor pro Brasil como qualquer outro brasileiro ou como se não existisse todos os meios pra gente se informar tão bem quanto qualquer pessoa que more no Brasil.
2. Vocês que estão certos, fiquem em Londres mesmo, o Brasil é uma merda
Esse comentário pode criar uma situação totalmente reversa do que o comentarista esperava. Quem vomita uma babaquice dessas assume que quem mora fora odeia o Brasil e o motivo da mudança foi desgosto e descrença com o futuro do país. Bom, não é meu caso e penso eu que não é o caso da maioria dos expatriados. Eu não acho o Brasil 'uma merda', e odeio as frases estilo 'só no Brasil' e afins. Sei dos problemas e angústias mas, justamente por morar fora e conhecer bem a cultura de outro país, tenho plena consciência de que nada é 'só no Brasil'
3. Mas você ganha em libras!
Sim, eu ganho em libras, mas você obviamente esqueceu que minha hipoteca também é em libras, a comida que compro no supermercado também é vendida em libras, os gastos com transporte também são em libras... preciso continuar? E, se for pra reforçar o argumento, eu ganho em libras mas proporcionalmente bem menos do que meus amigos no Brasil ganham em reais. Não só ganho menos, mas convertendo meu salário para reais o valor ainda é mais baixo do que eu ganharia agora se estivesse no mesmo cargo que estava antes de ir embora. Então, por favor, parem de me falar isso quando eu comentar que viajar pro Brasil custa muito caro.
4. Nossa você tá muito inglesa!
Tá bom, eu sei que esse não é um comentário idiota, e (espero eu) geralmente quem fala nem tem ideia de que é irritante (eu me irrito muito facilmente, como quem lê esse blog já deve saber há tempos). Mas que diabos significa 'você tá muito inglesa!'? Nunca entendi. É a roupa? É o cabelo? É a gordura acumulada na barriga? Mas por que isso é indicação de que eu 'estou' inglesa? talvez seja pura e simplesmente falta de boas ideias, vontade de puxar assunto.
5. Não sei como vocês aguentam frio e céu cinza o ano todo
E eu não sei como eu aguento você falando essa idiotice pra mim. Juro, faz frio na Europa inteira, tem céu cinza em qualquer lugar, mas por alguma razão existe essa ideia de que Londres é a mais cinza e gelada cidade de todos os tempos. Tá, você não está convencido? Então pelo menos guarde o comentário para você e tente falar algo positivo, pode ser?
1. Ralo no banheiro
Ralo, só no box ou na banheira. Ou seja, dar aquela esfregada no chão com veja, só se você estiver afim de secar tudo no braço depois. E como ninguém tem braço ou paciência (e tempo!) pra isso, em pouco tempo, muito pouco mesmo, você nem vai se lembrar de que na sua casa no Brasil existia um ralo. O negócio é investir mesmo nos lenços que ja vem umedecidos e pronto! Esfregão e rodo, nunca mais (vejam bem, não ter ralo é uma espécie de libertação doméstica).
2. Tanque
Taí outra peça inexistente na casa londrina que no fim das contas é uma coisa boa. Porque tanque, na boa, só serve pra fazer a gente trabalhar mais. Você acaba pegando o hábito de comprar roupas que podem ser lavadas na máquina, ou então precisa se contorcer pra esfregar a bendita blusa delicada na pia do banheiro. E pra lavar roupa delicada na pia do banheiro é preciso (na teoria) dar uma lavadinha básica na pia, senão a roupitcha sai com resto de cuspe, cabelo e pasta de dente. Ou seja, não.
3. Varal no teto
Essa do varal eu já mencionei várias vezes, inclusive
nesse post sobre as 5 coisas que você vai comprar pra sua casa quando se mudar para Londres. Aqui, o negócio é varal portátil, daquele que você esconde (quando fechado) embaixo da cama ou atrás da porta. Varal no teto é pra quem tem um luxo chamado espaço, coisa raríssima em Londres. Ou seja, você pode até ter um varal no teto, mas terá que instalar o bendito na sala ou no quarto. Dê um adeus especial a sua área de serviço antes de ir embora do Brasil!
4. Tomada/Interruptor no banheiro
Você nunca mais vai conseguir secar seu cabelo no banheiro, a não ser que seu secador tenha um fio de 5 metros, pra alcançar uma tomada em outro canto da casa/apartamento. Pois é, não tem tomada no banheiro (alguns tem uma tomada que deve ser usada APENAS para barbeadores elétricos, o que eu acho super sexista. Se homem tem tomadinha especial pro barbeador, por que diabos não tem pro secador? Enfim). Isso por cusa das regras de 'Health & Safety' (Saúde e Segurança) que são super rigorosas por aqui. Outra coisa esquisita do banheiro é a falta de interruptor pra acender a luz: ou o interruptor estará do lado de fora (e um dia alguém vai apagar a luz sem querer bem quando você estiver lá dentro de mãos atadas) ou então em vez de interruptor existe uma cordinha pra puxar - bem retrô!
5. Bidê/Chuveirinho
Comece a treinar seu intestino para que ele funcione no horário antes de você tomar banho, ou então acostume-se a limpar a bunda com lencinhos umedecidos de bebê, porque meu amigo, bidê e chuveirinho não fazer parte da mobília banheirística por aqui. Sinto muito ser a responsável por essa decepção, que deveria pesar muito na hora de tomar a decisão de sair do Brasil de vez (em tempo: você até encontra bidê pra vender em lojas especializadas, mas cadê que os banheiros tem espaço e encanamento pro dito cujo?).