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Mestrado acabou, e agora?


Mestrado acabou, já recebi meu resultado (sim, sou oficialmente mestre! Ou melhor, mestrA), e agora tenho a estranha sensação de que os dias passam muito rápido e muito devagar ao mesmo tempo. Filosofias a parte, a falta de rotina unida a muitas ideias e coisas pra fazer - não consigo não arrumar uma sarna pra me coçar - me faz pensar que deveria aproveitar mais essa fase sem trabalho 'normal' (em um escritório, o dia todo) ao mesmo tempo que acho que devo fazer mais e mais coisas pra 'justificar' não ter um trabalho formal. Complicado? Imagina!

Na prática, é assim: hoje, por exemplo, resolvi dividir meu dia em duas tarefas. Trabalhar em uma proposta para um livro e adiantar a legendagem de um dos vídeos de entrevista da Conexão Feminista. As horas se arrastam. Eu escrevo, escrevo, escrevo e o tempo não passa. Aí resolvo 'migrar' pra legendagem pra mudar um pouco de ares e a mesma coisa acontece. Nesse sentido, o dia passa muito devagar. Mas, vai chegar a sexta feira e eu sei que vou pensar: mais uma semana que eu não fiz nada, que eu não consegui um trabalho 'decente'. Nossa, até eu tenho dificuldade em compreender essas contradições.

E assim vamos. Isso sem falar é claro da despedida da democracia no Brasil e do trem desgovernado chamado Brexit no Reino Unido que está perto do fim da linha e vai cair em um precipício.

Mas tá tudo bem. Tá tudo bem!

(pelo menos voltei a dar as caras aqui!)

Dissertação entregue



Acho que enquanto a nota não sai, não posso falar que sou Mestre. Mas o fato é que o mestrado acabou no minuto que eu entreguei a dissertação, 3 dias atrás (um dia antes do prazo, olhem só que mulher organizada que sou). Tem um monte de gente me perguntando se estou aliviada, se estou feliz, se estou orgulhosa. Na verdade eu estou cansada. Assim que eu apertei o botão 'enviar' (não precisei entregar cópia impressa, apenas digital, assim como não precisei fazer uma defesa oral) senti minha pálpebras pesarem e uma vontade imensa de deitar no nosso e ver televisão por horas a fio.

Eu honestamente não senti que o processo de escrever uma dissertação foi doloroso. Achei solitário, longo, meio tedioso, mas nada que me impediu de dormir ou de aproveitar minha vida social. Mas todas as leituras e o fato de escrever e escrever e escrever sem parar acabaram pesando mais do que imaginava que iriam pesar.

Já tenho mil coisas para fazer agora que essa fase acadêmica ficou para trás, mas a primeira dela é viajar para a trilha na Islândia. Na volta eu começo a tocar o restante. Apesar de ser uma viagem que vai exigir fisicamente, tenho certeza de que vou voltar muito descansada.

Ah, e pra quem interessar possa, o título da minha dissertação é: #HashtagFeminism: the impact of hashtags on the fourth wave of feminism in Brazil (#HashtagFeminismo: o impacto das hashtags na quarta onda do feminismo no Brasil).

Preciso de ajuda de vocês!


Pois é, apareço só quando preciso de favor né???

O favor da vez: responder o questionário que desenvolvi para minha pesquisa de mestrado. Pra quem não sabe, minha dissertação será sobre hashtags feministas. Dá pra ter uma ideia melhor do que eu quero achar fazendo esse questionário. Você pode responder aí abaixo ou acessando esse link (use o link para mandar para amigos!!).

Muito obrigada!

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16 dias depois


Poxa vida, ando novamente negligente com meu bloguinho querido. Nem havia me dado conta de que o último post foi publicado há mais de duas semanas. Quero escrever mais sobre o mestrado aqui, principalmente para poder ler os posts depois que eu terminar (algo que parece ainda tão distante) e poder comparar opiniões.

Mas está tudo bem. Tentando ajustar as idas para as aulas e outros compromissos acadêmicos com a vida social, corrida e aquele tempinho maravilhoso que a gente não faz absolutamente nada (isso anda meio escasso).

Algumas novidades: ganhei um prêmio com a Conexão Feminista e comecei a escrever pro site da revista da universidade (feita por alunos). Sobre o prêmio eu conto melhor depois que passar a cerimônia de premiação, que é apenas dia 18 de novembro. Sobre o site, você pode ler minha primeira coluna aqui (infelizmente o Brasil Observer não vai mais ser publicado, então obviamente não escrevo mais lá).

Volto logo!

Mestrado em Londres: primeiras impressões


E então que finalmente começaram as aulas do mestrado. Estava há tanto tempo me preparando pra isso que já estava se tornando uma coisa meio surreal, sabe? Parecia que não ia acontecer de verdade. Tinha o Kilimanjaro, tinha a ida pro Brasil e algumas outras viagens. O "depois do mestrado" parecia tão distante... mas cá estou eu, de fato fazendo um mestrado.

Claro que ainda é cedo pra dizer se é bacana ou não. Por enquanto está tudo indo bem. Tem sim bastante coisa pra ler, e tem sim um monte de textos complicados que não consigo entender. Mas o mais importante é que, por enquanto (e talvez mais pra frente eu perceba que falei isso cedo demais), estou achando tranquilo. Consigo ter um pouco de tempo livre, ao contrário do que esperava (e ao contrário do que a maioria das pessoas me falaram). Eu estava preparada pra não ter vida fora da universidade após o início das aulas. E apesar de realmente não poder fazer planos com antecedência (principalmente viajar), não estou achando muito diferente do ritmo da vida de freelancer.

Não sei como é no Brasil, mas aqui o mestrado é praticamente "autodidata". As (poucas) aulas são curtas, e é esperado que você corra atrás da informação e participe de palestras, grupos de pesquisa e estudo. Também não é esperado que você comece as aulas já sabendo o tema da dissertação. Aliás, é bem o contrário: na primeira semana as professoras nos falaram que começar o curso com uma ideia já formatada é prejudicial.

O meu curso tem cerca de 30 pessoas, sendo que apenas um homem. Mais da metade é composta por estrangeiros. Temos uma matéria obrigatória nesse "term" (que vai até dezembro) e outra opcional. A minha matéria opcional é por acaso a matéria obrigatória de um outro curso (Direitos Humanos), e não tem mais ninguém do meu curso que também escolheu essa. Ou seja, tenho duas turmas completamente diferentes.

No fim desse "term" terei que escrever um "essay" pra cada uma das matérias - então a coisa deve ficar mais estressante pro fim do ano.

Também me inscrevi em umas aulas de "academic language development", formuladas para alunos estrangeiros que querem se familiarizar com escrita acadêmica. E tenho usado bastante a biblioteca.

Um dos meu "medos" de voltar pra faculdade depois de tantos anos era ser a mais velha da turma. E isso se confirmou. Tem muito mais gente nos seus 20 e poucos, e que acabaram de se formar e mudar para Londres para fazer esse mestrado, do que a turma dos 30 e poucos (e menos ainda dos 30 e muitos). Mas o lado bom é a empolgação dessa mulherada novinha. E o tanto que elas sabem: já conhecem as autoras mais importantes do movimento feminista, estão envolvidas com causas, e com sede de aprender. Ainda não foram picadas pelo mosquito "estou de saco cheio de trabalhar e ganhar pouco e é isso que é a vida?", e as vezes nossa diferença de idade de 10, 15 anos, é apenas um detalhe. Adoro conversar com elas.

Bom, é isso. Por enquanto só molhei o pé na vida acadêmica. Mais updates em breve!