The Courtauld Gallery, Londres: 10 pinturas imperdíveis

maio 04, 2012 Helô Righetto 5 Comentários

Pra ser bem honesta, esse post poderia se chamar "porque voce PRECISA ir na Courtauld Gallery" em vez de ser um top 10. Isso porque, ao contrário da National Gallery, esse museu é pequeno - em aproximadamente duas horas dá pra ver tudo, não tem como não ver todos os quadros. Até porque o layout do prédio faz voce passar por todas as salas, tem um caminho mais lógico.

Então, o que eu pretendo aqui é convencer as pessoas a irem lá, afinal a Courtauld Gallery é negligenciada não apenas pelos turistas, mas também pelos moradores. Conta o fato de ter que pagar pra entrar: apesar do ingresso custar apenas 6 libras, a gente fica meio pão duro quando acostumamos aos museus de graça.

A coleção da Courtauld é riquíssima, e quem gosta de impressionismo (quem não, certo?) vai ficar fascinado. Aqui estao meus 10 eleitos, comecando pelo quadro ícone do museu (tirando esse primeiro, o restante nao está em ordem de preferencia - ah, mais uma vez, preferi não repetir artistas):

A Bar at the Folies-Bergère (Édouard Manet, 1882)

Todo mundo estudou esse quadro na aula de história da arte né? Lembro muito, muito bem da minha professora do Mackenzie explicando essa tela e porque ela tornou-se ícone do Impressionismo em Paris. Não vou ficar aqui repassando lição, mas o que eu gosto aqui é o fato de que nós, espectadores, estamos na tela! Sim, tá vendo lá no espelho que a atendente do bar está servindo um cliente? Somos nós, olhando pra ela! Não é demais? Já disse no post da National Gallery, amo amo amo quando os pintores colocam um espelho na história. Outro detalhe bacana são os pézinhos de uma trapezista ali no lado superior esquerdo e o fato do Manet ter tirado uma "licença poética" pra deslocar a reflexão da atendente pra direita. Afinal, só assim nós conseguimos nos ver lá dentro!


Cupid and Psyche (Sir Joshua Reybolds, 1789)
Muito romântica essa pintura: conta um pedaço da lenda da história de amor entre o deus Cupido e a mortal Psyche. Aqui, ela descobre quem ele realmente é após uma noite de amor, já que ele não queria ter sua identidade revelada (diz que tava escuro e não dava pra se ver, in case you were wondering). Mas, danadinha que ela só, aproveitou que o Cupido estava dormindo e deu uma espiadinha. A tela capta esse momento exatamente. Outra coisa que me chama a atenção é essa concentração de luz no centro do quadro, bem no "descobrimento" do Cupido. É impossível não ter os olhos levados para lá, e só depois que a gente vai observar outros detalhes.





Man With a Pipe (Paul Cézanne, c. 1892/96)

Eu gosto da cara de paisagem desse jardineiro (ops, o trocadilho foi sem querer), que aparece usando o mesmo chapéu e fumando o mesmo cachimbo em outra tela de Cézanne (The Card Players). O que me faz gostar dessa tela é a simplicidade não só do personagem, mas da própria pintura: sem paisagens, sem grandes detalhes. Um retrato honesto. Ah, pelo que li parece que Man With a Pipe serviu como grande inspiracão para Picasso e os cubistas, justamente devido a sua falta de perspectiva.












Portrait of Dolly (aged 9) (Kees Van Dongen, 1912)

Serei honesta: não conhecia absolutamente nada desse artista, mas simpatizei muito com esse quadro. Olha, fui procurar mais informações (sobre artista e quadro) e não encontrei muita coisa... O que consegui saber é que um retrato de sua filha, que foi tema de outros quadros ao longo de sua vida. Achei lindo, o jeitinho delicado dela em contraste com a robustez dos traços e aplicação da cor. Outra coisa que descobri é que Van Dongen é um dos Fauves (Fauvistas), o que significa uso de cores vibrantes e essas pinceladas fortes, robustas.












Red Portrait (Wyndham Lewis, 1937)

Wydham Lewis, muito prazer, primeira vez que ouvi falar de você. Lindo retrato (sou chegada num retrato né?) da esposa dele. Ao vivo essa tela é super impactante, o vermelho é bem mais destacado e a impressão que temos é que a modelo é uma continuação do ambiente, sabe? Meio que uma aparição, porque é tudo no mesmo tom. Bem lindo.















Self Portrait With a Bandaged Ear (Van Gogh, 1889)

Taí outro quadro mega master famoso. Van Gogh inspiradíssimo depois de cortar a orelha fora: pintou seu próprio retrato. Dá meio que um calafrio ficar olhando, ele virou o lado mutilado pra frente para vermos melhor. Será que em sua loucura, essa mutilação era como um troféu pra ele?
















Tête-À-Tête Supper (Henri de Toulouse-Lautrec, 1899)

Dá pra sentir que a noite tava animada olhando pra ela! Impressionante como transmite uma energia boa. Sabe, na hora que vi ao vivo a cores de cara lembrei do filme Meia Noite em Paris, daquela turma que se reunia na casa da amiga de todo mundo. Parece que a modelo era uma prostituta de luxo famosa, e que o local era um café chamado "Le Rat Mort". Será que esse lugar ainda existe em Paris? Tentamos procurar mas o Google não tinha resposta...













The Bridge at Courbevoie (George Seurat, 1886/87)

Uma coisa assim meio Neo-Impressionismo meio Pontilhismo. Neo-Impressionismo porque é bem mais detalhado e menos espontâneo que o Impressionismo. Haja paciência pra dar essas micro pinceladas!














The Family of Jan Brueghel The Elder (Peter Paul Rubens, c. 1613/15)

Tem uma sala com um monte de obras do Rubens, mas essa é de longe a mais legal. Olha bem (que nem eu tô olhando na foto!), e um retrato de família muito mais caloroso do que os outros da mesma época onde todo mundo fica super posado, reto, olhando pra frente. Aqui, a família está relaxada, dando as mãos, o filho brincando com a pulseira da mãe, a filha olhando pra ela, o pai com a cabeça inclinada. Família de propaganda de margarina.














Two Dancers on a Stage (Edgar Degas, 1874)

Eu já tinha visto essas meninas quando rolou a exposição do Degas lá na Royal Academy. Mas elas pertencem a Courtauld Gallery, que felicidade de vê-las novamente!  Quando pensamos em Degas penamos em ballet e essa obra com certeza é uma das primeiras que vem a mente. Gosto demais do artista e da obra, seria impossível não colocá-lo nesse top 10. Aliás, tenho um mini poster exatamente dessa tela, que fica aqui na minha mesa do computador de casa.











E aqui algumas fotos panorâmicas da galeria, tiradas pelo Martin:

A sala do Impressionismo em Paris
A sala do Rubens
Essa foi uma tentativa de fotografar o teto, que é uma coisa de lindo. Não esqueça de olhar pra coma quando estiver lá!

5 comentários:

  1. Anônimo2:37 PM

    amei amei amei!! Quando meus filhos estiverem mais crescidos e eu tiver mais tempo, com certez irei la! P Vassib xx

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  2. Courtauld Gallery e a Wallace Collection eu acho muito especiais. Não digo que são as preferidas, porque impossível não se maravilhar com a National Gallery ou com a Tate Gallery. Mas suas obras e o ambiente dessas duas, acho que por serem mais intimistas, me fazem sempre querer voltar. Adorei seu top 10! :)

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  3. Nunca tinha ouvido falar desta galeria! Preciso voltar a Londres...

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  4. Tambem nunca tinha ouvido falar dessa galeria, mas agora quero ir...
    Helo valeu mais uma vez, suas dicas sao excelentes, alem de nos estimular a ver uma Londres com outros olhos (nao sei te explicar, nao sao os olhos dos turistas, talvez como morador mesmo... apesar de que conheco alguns moradores que tambem nao fazem esse tipo de programa)... talvez com o olhar de quem quer mais, quem quer cultura, entretenimento de qualidade, acho que e' isso.
    Abracos
    Gra

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  5. Esteje anotado pra um dia desses com cosquinha de ir em museu =)

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