A exposiçãos dos Pré-Rafaelitas na Tate Britain foi a mais surpreendente que visitei esse ano. Eu pouco sabia sobre esse movimento - nas aulas de história da arte que frequentei na faculdade e na frustrada tentativa de completar uma pós graduação nenhum professor jamais mencionou os Pré-Rafaelitas. Tudo bem que, salvo algumas exceções, esse movimento foi concentrado aqui na Inglaterra, onde inclsuive foi fundado - acho que por isso o legado deixado pelo PRB (Pre-Raphaelite Brotherhood) e seus sucessores é tão mais famoso e marcante por aqui.
Mas tudo bem, sorte a minha que estou aqui e tenho a chance de conhecer algumas dessas obras que revolucionaram a ideia de estética da época. O ano era 1848 e naquele tempo o estilo do pintor italiano Raphael era considerado por especialistas o melhor que a arte poderia se aproximar a perfeição. Mas como é bom ter existido gente no mundo que nem o trio que fundou a PRB (Millais, Rossetti e Hunt) e deu uma reviravolta nessa história.
O Pré-Rafaelismo passou por muitas fases e ganhou adesão de diversos artistas, mas basicamente (bem basicamente, aliás), dá pra reconhecer algumas das obras por causa das cores extremamente vibrantes e também dos temas, inspirados em poemas, lendas e contos (Shakespeare, por exemplo, serviu como inspiração pra muitos trabalhos dessa turma).
Não vou negar: fui na exposição com a missão de ver a Ophelia, do Millais, um dos ícones do movimento. Ela é tão ou mais linda ao vivo, mas saí de lá obcecada com duas outras meninas:
A super sexy Mariana (também do Millais - trouxe um poster dela pra casa), se espreguiçando depois de trabalhar horas a fio no seu bordado:
e The Lady of Shallot (do Hunt), a mocinha enfeitiçada e destinada a morte por ter quebrado uma regra. A lenda que inspirou essa pintura é incrível, e conversa muito com as questões feministas atuais. Fiquei muito intrigada diante dela: é imensa, explosiva, cheia de movimento. As cores são fortes, dói o olhar, e ao mesmo tempo não dá pra parar de olhar, já que são tantos detalhes e cada um deles transmite uma mensagem.
Sei que o post está repleto de exagerismos, mas é difícil se conter - as imagens não transmitem a grandiosidade dessas telas ao vivo e a cores. Se você está em Londres, vá visitá-las! A exposição fica em cartaz na Tate Britain até o dia 13 de janeiro.